EWC 2024 Bol d’Or – Vitória e título para a Yoshimura SERT!

O Mundial de Resistência FIM terminou com o Bol d’Or. A Yoshimura SERT venceu no Paul Ricard e sagrou-se campeã.

yoshimura sert

A última ronda da temporada 2024 do Mundial de Resistência FIM disputou-se no passado fim de semana no circuito francês Paul Ricard. Na icónica corrida de resistência Bol d’Or, os pilotos enfrentaram 24 horas de competição, numa prova que terminou com a Yoshimura SERT Motul a obter uma dupla vitória.

A experiente equipa que continua a colecionar títulos e vitórias no Mundial de Resistência FIM tinha se bater os campeões de 2023, a YART – Yamaha Austria Racing Team. A Yamaha R1 #1 pilotada por Nicolò Canepa (que se despediu da competição), Karel Hanika e Marvin Fritz, chegou o Bol d’Or na liderança do campeonato.

A diferença pontual entre primeiro e segundo era mínima, e com a derradeira ronda do campeonato a distribuir muitos pontos (na qualificação, às 8 horas, às 16 horas e no final), tudo podia acontecer. Na verdade, diversas outras equipas tinham ainda matematicamente hipóteses de lutar pelo título.

Mas, verdadeiramente, a luta na clássica francesa da resistência seria entre a Yamaha #1 e a Suzuki #12.

Sem o piloto português Pedro Nuno a competir pelo Team Bolliger Switzerland #8 (lesionado nos treinos livres) na classe principal EWC, mas com as cores portuguesas a brilhar através de Sheridan Morais a pilotar a Yamaha R1 da 3Art Best of Bike na classe Superstock, acabou por ser a BMW Motorrad World Endurance Team (Markus Reiterberger, Illya Mykhalchyk e Hannes Soomer) a começar da melhor forma com a “pole position”.

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No arranque, ao icónico estilo Le Mans, com os pilotos a correrem a pista de um lado ao outro para saltar para as suas motos e depois arrancar, a Yoshimura SERT Motul levou a melhor, com os seus rivais mais diretos YART a ficarem mais para trás, mas nunca muito longe.

Nas primeiras voltas foram duas motos da Honda, a #5 da FCC TSR Honda France e a #4 da Tati Team Beringer que animaram a luta pela primeira posição. Mas essa luta entre as duas Honda CBR1000RR-R Fireblade não durou muito, e as principais formações rapidamente assumiram as despesas neste Bol d’Or.

Com a YART a sofrer o rebentamento do pneu traseiro Bridgestone e a FCC TSR Honda France também a sofrer do mesmo problema, devido à temperatura elevada, a outra equipa equipada com Bridgestone, a Yoshimura SERT Motul, foi avisada e conseguiu terminar os primeiros ‘stints’ no Paul Ricard sem qualquer azar e na liderança com o seu trio de pilotos – Gregg Black, Etienne Masson e Dan Linfoot – em perfeita sintonia com a GSX-R1000R #12.

Refira-se que, depois do rebentamento dos dois pneus, a Bridgestone viria mesmo a retirar de uso o composto mais duro e as equipas passaram a usar um composto mais macio do que esse.

Com menos pressão devido aos problemas sofridos pelos campeões YART, a Yoshimura SERT Motul foi liderando a corrida sem revelar falhas, quer na pista, quer nas trocas de pilotos e reabastecimentos.

A vantagem da Suzuki #12 foi crescendo naturalmente até ao entardecer, altura em que a BMW Motorrad World Endurance finalmente conseguiu otimizar o ritmo devido aos seus pneus Dunlop sofrerem mais com a temperatura do que os Bridgestone.

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Com a M 1000 RR #37 a registar o novo recorde de volta em corrida no Bol d’Or pelas mãos de Markus Reiterberger (1m52.517s), a diferença entre os dois primeiros foi-se esbatendo, até que nas primeiras horas da madrugada de domingo a equipa da marca alemã chegou mesmo à liderança, mas com a SERT a não se deixar ficar muito para trás.

A BMW Motorrad World Endurance procurou usar os seus dois pilotos mais experientes no esforço de pilotar à noite. O estreante Hannes Soomer, a competir nesta prova em substituição de Sylvain Guintoli, ausente da competição devido a doença oncológica do seu filho, viria a não evitar um “highside” quando estava em primeiro e precisamente em luta direta com a Yoshimura SERT Motul.

O piloto estónio embateu violentamente no asfalto na queda, conseguiu trazer a BMW M 1000 RR até à box, mas com a clavícula esquerda deslocada e outras lesões no braço esquerdo, Soomer ficou fora de ação e assim a equipa passou a contar apenas com Reiterberger e Mykhalchyk para dividir os ‘stints’ até final do Bol d’Or.

A partir do momento em que a BMW #37 sofreu a queda, a Yoshimura SERT Motul assumiu em definitivo a liderança da corrida, e mantendo a perfeição em todas as suas ações (exceto um pequeno ‘problema’ num reabastecimento em que a moto ficou mal apoiada no cavalete na troca de pneus), foi com naturalidade que a GSX-R1000R #12 caminhou para a reconquista do título no Mundial de Resistência FIM.

Depois de dois anos a ver a FCC TSR Honda France e a YART a vencerem, em 2024 os campeões são a Yoshimura SERT Motul, que venceu pela 20ª vez o Bol d’Or, registando um novo recorde de distância na prova francesa ao completarem um novo máximo de 737 voltas ao circuito Paul Ricard.

Refira-se que, pese embora as muitas desistências devido a problemas mecânicos, em particular nas primeiras horas da manhã de domingo, esta 87ª edição do Bol d’Or destaca-se pelas poucas quedas registadas (e nenhuma grave), sendo que a Direção de Corrida não chegou a ter de usar o “safety car”, pelo que foi uma corrida sem ‘atrasos’ que permitiu então chegar ao novo recorde de distância.

Sete voltas atrás dos novos campeões terminou a KM99 (Randy de Puniet, Jérémy Guarnoni e Florian Marino), que apenas no segundo ano no campeonato continua a revelar um andamento bastante forte. A equipa independente beneficiou dos problemas da BMW #37 para assumir a segunda posição, isto depois de também terem enfrentado a forte oposição de outra equipa independente, a Honda Viltaïs Racing (Florian Alt, Steven Odendaal e Tati Mercado).

A equipa Honda não viria a ter sorte, e já nos momentos finais do Bol d’Or o motor da CBR1000RR-R Fireblade sucumbiu à exigente prova francesa. Isso permitiu à YART, que tinha feito uma corrida em recuperação, a chegar ao pódio já na meia hora final.

Já na classe Superstock, a vitória ficou para o Team 18 Sapeurs Pompiers (Enzo De La Vega, Baptiste Guittet, Maxim Pellizotti e Mathieu Gines), que chegou mesmo a sonhar com o pódio à geral sendo batida, como referimos, pela YART. Esta equipa ficou em 4º na classificação geral, sendo que os vencedores do Troféu Superstock foi a formação National Motos Honda FMA (Guillaume Raymond, Sébastien Suchet e Valentin Suchet).

Refira-se ainda que na classe Superstock tivemos Sheridan Morais e a 3Art Best of Bike a fechar o Bol d’Or em 9º à geral e 5º na classe.

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