EWC – A reação do Pedro Nuno ao 7º lugar nas 24 Horas Le Mans

O português do Team Bolliger Switzerland #8 falou com a Revista Motojornal sobre o resultado nas 24 Horas Le Mans. Aqui fica a reação do Pedro Nuno.

pedro nuno
foto © Sébastien Virieux

Foi um fim de semana repleto de ação em pista para o piloto português Pedro Nuno. Natural de Samora Correia, no município de Benavente, e a começar a sua segunda temporada completa como piloto do Team Bolliger Switzerland #8 no Mundial de Resistência FIM, Pedro Nuno teve aquela que foi a sua melhor prestação neste mundial até ao momento.

Desde os testes, treinos e qualificações que o piloto português de 23 anos se mostrou em grande forma aos comandos da Kawasaki Ninja ZX-10R, e sob a liderança do diretor de equipa Kevin Bolliger, o Pedro Nuno veio a formar parte de uma tripla de pilotos que esteve em destaque na 47ª edição das famosas 24 Horas Le Mans, prova que no passado fim de semana deu o arranque da temporada 2024 do Mundial de Resistência FIM.

Juntamente com Nico Thoni e Alex Toledo, o português dividiu as despesas de pilotar a Ninja ZX-10R ao longo das 24 horas, e, desta feita, revelando um andamento sem rival no seio da equipa suíça.

A atravessar neste início de temporada um bom momento de forma, e ainda a “ressacar” de um fim de semana de alta intensidade no circuito Bugatti, o Pedro Nuno já falou em exclusivo à Revista Motojornal depois de ter ajudado o Team Bolliger Switzerland #8 a terminar as 24 Horas Le Mans em 7º na Geral, 6º na categoria EWC.

Por entre os agradecimentos à ajuda e apoio que lhe foram dados na box ao longo do fim de semana pela sua mãe, e também pelo osteopata Gonçalo, que o ajudou entre “stints” em pista a recuperar energias e a manter a motivação em níveis elevados, o Pedro Nuno não esconde a felicidade com este muito bom resultado numa prova icónica da disciplina da resistência.

pedro nuno
foto © Sébastien Virieux

“Em relação à corrida, tenho um sentimento incrível dentro de mim porque foi uma corrida sempre muito certa, a moto não deu problemas, nós tivemos um ritmo sempre muito bom e constante”, começa por nos contar. “Efetivamente o arranque foi muito bom, foi pena a escolha dos pneus. Não é que o resultado final da corrida tivesse sido diferente, mas penso que seria bom ter conseguido lutar no primeiro turno com as equipas oficiais”, referindo-se à opção pelo composto de pneus para o arranque e que se revelou completamente errada impedindo o Pedro Nuno de alcançar um ritmo que lhe desse argumentos para discutir as posições mais acima na classificação das 24 Horas Le Mans.

Uma das questões que está sempre em “cima da mesa” numa corrida com uma duração tão longa, e em particular uma corrida tão competitiva como é uma do Mundial de Resistência FIM, é se o físico do piloto aguentar o esforço.

Neste particular, o Pedro Nuno parece estar também melhor preparado, conforme confirmam as suas palavras à Revista Motojornal: “A nível físico senti-me bem, muito melhor do que a época passada. A equipa portou-se incrivelmente ao conseguirmos uma moto muito fácil de pilotar, uma moto que permitisse manter o mesmo ritmo durante muito tempo, o que é ótimo”.

foto © Nicole Zwahlen

Mas mesmo numa corrida que foi realizada praticamente sem problemas, nem tudo foi um “mar de rosas”. Em particular duas situações.

“Os maior problema que nós tivemos foi mesmo o muito frio que sentimos durante a noite. Nisso tivemos bastantes dificuldades, e falo por mim, que fiquei sem sensibilidade a travar, não sentia a ponta dos dedos. Quando saí do turno das 6 da manhã, que foi quando a temperatura esteve mais baixa, a minha mão doía-me mesmo muito. Efetivamente essa foi a maior dificuldade. Foi pena também a queda, sem ter culpa nenhuma, do Nico (Thoni), com um piloto atrasado, o que nos atrasou um pouco na classificação e impediu de lutar diretamente com a Tati Beringer #4, porque essa moto no final da corrida até esteve parada na box, e não fossem os cerca de 4 minutos parados na box a reparar a nossa moto teríamos conseguido lutar pela posição”.

Em conclusão, o piloto português mostra-se muito satisfeito com aquilo que viveu no passado fim de semana no circuito Bugatti, e define esta como uma das melhores corridas da sua carreira:

“No geral foi uma corrida ótima, muito boa mesmo. Toda a equipa, desde o mecânico aos pilotos, estiveram incríveis. O Kevin (Bolliger) no último turno, quando estávamos a lutar por posição com a #24, foi obrigado a fazer uma grande estratégia com as contas da gasolina para que batesse certo, e deu, e foi ótimo. Foi uma das melhores corridas que eu tive na minha carreira. Agora é continuar a trabalhar fisicamente, de moto o possível, para estar pronto para as 8 Horas de Spa”.

foto © Marc Fuhrer

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