GP da Alemanha: terceiro pódio para Oliveira, Marquez ‘King of the Ring’

Com o segundo lugar no Sachsenring Miguel Oliveira obteve o seu terceiro pódio consecutivo, numa corrida marcada pelo regresso de Marc Marquez às vitórias.

Miguel Oliveira alcançou o seu terceiro pódio consecutivo ao terminar o GP da Alemanha, no circuito Sachsenring, na segunda posição. O vencedor foi Marc Marquez, que regressou às vitórias, quebrando um jejum de 581 dias que durava desde a sua última vitória, em Valência em 2019.

O piloto espanhol, que vence ininterruptamente neste circuito desde 2010, permanece assim invicto no circuito alemão. Marquez fez um excelente arranque da segunda linha da grelha e na curva 1 já estava em segundo, atrás de Aleix Espargaró. No final da primeira volta já estava na frente. E comandou até à bandeirada de xadrez. Quando surgiu a ameaça de chuva com a queda das primeiras gotas à oitava volta, Marquez pensou «A corrida é minha», e estugou o passo, conseguindo rapidamente uma vantagem de 1,5 s sobre Jack Miller. Mas a chuva não chegou.

A única oposição veio de Miguel Oliveira, que tentou apanhar o líder da corrida depois de se livrar Johann Zarco, Aleix Espargaró e Jack Miller. Porém o espanhol conseguiu manter Oliveira à distância para garantir o seu primeiro pódio e a primeira vitória da temporada. O piloto da Repsol Honda não conseguiu conter a emoção no final, depois do calvário que atravessou desde o GP de Espanha do ano passado.

Momento importante

«Este é um dos momentos mais importantes e difíceis da minha carreira. Hoje sabia que havia a grande oportunidade de fazer algo», disse Marquez, King of the Ring. «Quando cruzei a meta desfrutei, e depois quando cheguei e me encontrei com a equipa, emocionado, isso ajuda muito depois de uma situação tão difícil. É impossível regressar sozinho, necessitas de pessoas, duma boa equipa de médicos, um fisio e, para além disso, a equipa Repsol Honda respeita-me muito», explicou o vencedor, que no parque fechado e no pódio não conseguiu conter as lágrimas. De felicidade e de alívio. «Alberto Puig, Emilio Alzamora, a minha família, todos eles me ajudaram muito. Agora é tempo de desfrutar este fim de semana».

Na corrida, Marquez sentiu a ameaça de Oliveira. «Quando vi que ia começar a chover, disse, a corrida é minha. Comecei a puxar e quando começou a pingar com mais força, puxei ainda mais, e foi aqui que comecei a segunda corrida com o Oliveira. Ele apertou forte e estava muito rápido, era difícil manter a concentração, porque todas as memórias de tudo o que vivi no último ano, me vieram à cabeça. Mas conseguimos, e conseguiremos outra vez».

Oliveira pressionou à distância

Quando Marquez iniciou a sua fuga, Miguel Oliveira estava no quinto lugar, mas ganhando uma posição por volta rapidamente chegou ao segundo lugar. Quando isso aconteceu, Marquez tinha 1,856 s de vantagem sobre o piloto português. Oliveira imprimiu então um ritmo que o levou a ser consistentemente o piloto mais rápido em pista, realizando mesmo a melhor volta da corrida.

«Foi um pouco o jogo do gato e do rato. O Marc estava mais rápido nalguns setores, e eu era mais rápido nos outros, na última parte co circuito. Mas visualmente parecia que eu não estava ab ganhar-lhe nada!», disse Oliveira no final. «Foi uma corrida interessante e lutámos à distância. Não me importo nada de ficar em segundo atrás dele no Sachsenring. Estou contente com esta sequência de pódios. Espero continuar assim. Obrigado à equipa e a todos em casa pelo seu apoio», concluiu Oliveira, num bom dia para a KTM. O melhor resultado para a marca austríaca neste circuito tinha sido um 10.º em 2018, e desta vez, para além do segundo lugar de Miguel Oliveira, Brad Binser terminou em quarto.

Fabio Quartararo completou o pódio na Alemanha, posição que só alcançou no último terço da corrida; este resultado foi suficiente para aumentar a sua vantagem no campeonato, uma vez que Johann Zarco terminou em oitavo. «Honestamente, estou contente com este pódio. É como ouro, porque estive em dificuldades todo o fim de semana», desabafou Quartararo. «Esta manhã vi que o nosso ritnmo era bom, mas não suficiente para vencer. É por isso que sinto este pódio como ouro, porque lutei até ao final».

Com Maverick Viñales em dificuldades e a terminar fora dos pontos, Miguel Oliveira está agora um ponto atrás do piloto da Yamaha na tabela do campeonato.

Moto2: terceira para Gardner

Remy Gardner esteve imparável e inalcansável no GP da Alemanha. Foi o seu companheiro de equipa que assumiu a liderança depois de arrancar da pole. Logo na primeira volta abriram um fosso de 0,8 s para o terceiro classificado, e na seguinte essa vantagem subiu para mais de 1,5 s. Gardner acabou por ficar sozinho na frente da corrida quando Raul Fernandez caiu logo à quinta volta. Nesse momento Gardner ficou sem oposição, pois o segundo classificado, Aron Canet, estava cerca de 5 s atrás de si.

O australiano teve apenas que manter a concentração e o ritmo para garantir a sua terceira vitória consecutiva. Canet terminou em segundo e Marco Bezzecchi completou o pódio.

Para Raul Fernandez foi o primeiro abandono na sua temporada de estreia nesta categoria; não perdeu o segundo lugar no campeonato, mas agora tem menos 36 pontos que Remy Gardner.

Ai Ogura e Xavi Vierge caíram na última volta, em incidentes separados, e Sam Lowes passou por Marcel Schrotter para terminar em quarto.

Moto3: Pedro Acosta volta às vitórias

Foi Dennis Foggia quem mais vezes e mais tempo liderou a corrida. Mas numa corrida típica de Moto3, com incontáveis ultrapassagens – e quedas – o italiano não conseguiu a vitória. Seria Pedro Acosta que, em mais uma das suas características recuperações, voltou a vencer depois de três corridas menos positivas. Acosta impôs-se na fase final da corrida para garantir a sua quarta vitória da temporada. Na última volta Foggia foi ainda batido por Kaito Toba e Jeremy Alcoba. Porém, Alcoba excedeu os limites da pista na penúltima volta, não cumpriu a cedência de posição que lhe foi imposta pela direção de corrida até ao final da corrida, e por isso recuou uma posição na classificação final. O mesmo aconteceu com Tatsuki Suzuki (passou de sétimo para oitavo) e Sérgio Garcia (de sexto para sétimo).

Com a penalização de Alcoba, o terceiro lugar foi atribuído a Dennis Foggia, que tinha cruzado a meta em quarto.

Com Garcia fora do pódio e Jaume Masia fora da corrida (caiu quando tentava recuperar após uma penalização de volta longa por pilotagem irresponsável após derrubar Yuki Kunii), Pedro Acosta voltou a aumentar a sua vantagem no campeonato, agora para 55 pontos.

Todos os resultados aqui.