A caravana do Mundial permaneceu em Jerez para o GP da Andaluzia, e no primeiro dia de treinos Miguel Oliveira obteve o sexto lugar na tabela de tempos. maverick Viñales foi o mais rápido, na frente de Valentino Rossi, conseguindo assim a dobradinha para a Yamaha no primeiro dia de treinos.
Pela primeira vez na história do Mundial de Velocidade o mesmo circuito recebeu dois grandes prémios em fins-de-semana consecutivos. Já tinha acontecido, mas em temporadas consecutivas: Montejuic recebeu o último GP da temporada de 1954, em Outubro, e depois recebeu o primeiro de 1955, em Maio. Apesar de poder pensar-se que para os pilotos é uma vantagem, a verdade é que alguns afirmaram que as condições da pista não estão iguais, nomeadamente em termos de aderência.
Tal como no fim-de-semana anterior, o calor fez-se sentir em Jerez, e com o aumentar da temperatura, a sessão da tarde foi mais lenta. O tempo de Takaaki Nakagami dá-nos uma idea de quanto: o piloto japonês foi o mais rápido na segunda sessão, mas a sua melhor volta em 1’37,715 colocá-lo-ia na 9.ª posição da tabela da manhã.
Assim, com excepção de Johann Zarco, Cal Crutchlow e Alex Rins, todos os pilotos realizaram os seus melhores tempos na primeira sessão.
Dobradinha Yamaha
Maverick Viñales foi o mais rápido, com Valentino Rossi a oferecer a dobradinha à Monster Energy Yamaha.
«Experimentámos um novo set up, que foi uma melhoria, e isso é o mais importante», disse Viñales. «Volta após volta, sessão após sessão, sinto-me melhor. Por isso precisamos de continuar a trabalhar deste modo, porque acho que é a maneira de trazermos a moto para o topo. Esta tarde trabalhei com o pneu duro [à frente] e com o médio [atrás]. Precisamos de perceber qual é o composto que funciona melhor para nós.»
Sem surpresa, Valentino Rossi foi um dos pilotos que sofreu mais com a subida da temperatura (sendo 8.º na sessão da tarde), mas estava satisfeito. «Foi uma sexta-feira positiva, porque mudámos algo na afinação da moto e sinto-me melhor. Sinto-me mais confortável. Consigo pilotar melhor, e melhorei o meu ritmo. Por isso, esta manhã foi muito boa. À tarde sofri um pouco mais. Mas de qualquer modo, não foi muito mau, e pude manter um bom ritmo mesmo com pneus usados».
Brad Binder averbou o terceiro melhor tempo do dia, na frente de Franco Morbidelli e Pol Espargaró, com Miguel Oliveira logo a seguir. O piloto português ficou a 0,429 s de Viñales, sendo mais rápido logo na primeira sessão do que nas três da semana anterior. «Globalmente tivemos um arranque positivo. Fizemos algumas alterações na moto esta manhã e realmente gostei. Finalmente consegui ser rápido numa volta, mais rápido do que na qualificação na passada semana. Certamente que precisamos de melhorar um pouco mais amanhã se queremos estar na Q2, mas sinto que fizemos um bom trabalho. Esta tarde mantivemos os mesmos pneus, trabalhando no ritmo de corrida e até ao momento só tenho sensações positivas», disse Oliveira depois da segunda sessão.
Lesionados com luz verde
Marc Marquez, Cal Crutchlow e Álex Rins tiveram ontem luz verde dos médicos para correr, depois de vários testes médicos e físicos. Marquez optou por não rodar nas duas primeiras sessões, optando por poupar o físico para as sessões mais importantes e para a corrida.
«Ontem cheguei ao circuito depois de ter sido operado em Barcelona e passei os testes médicos à tarde. Significa que posso correr, e depois de conversações com a Honda decidimos começar no sábado», explicou o campeão do Mundo. «Dormi bem, e obviamente tenho algumas dores, mas tive sessões de fisioterapia que foram muito boas para mim. Com a equipa traçámos um objectivo, que é ver como me sinto amanhã na terceira sessão de treinos livres. Vamos ver como estará o meu braço, e daí decidiremos o objectivo seguinte».
Cal Crutchlow e Álex Rins rodaram, com resultados semelhantes: o fundo da tabela.
«Foi bom estar de volta à pista hoje, com sensações que não foram más em cima da moto, para ser sincero», disse Crutchlow. «A equipa e a Honda estavam muito relaxadas comigo este fim-de-semana para perceber se eu poderia correr. Mostrei que é possível pilotar a moto, embora a sensação seja um pouco estranha. Não tenho muitas dores no pulso e quando tenho tento contorná-las o melhor possível. A minha condição na moto não é soberba depois da queda do fim-de-semana passado, mas continuaremos a trabalhar».
Quanto a Rins – que fez duas horas por dia na câmara hiperbárica em Jerez, que ajudou com a inflamação no ombro – rodou pouco na primeira sessão, mas voltou para rodar na segunda. «Hoje foi duro, esperava sentir-me melhor em cima da moto, mas senti muitas dores no ombro, especialmente em travagem», disse o piloto da Suzuki. «Na primeira sessão não usei analgésicos, mas tomei alguns antes da segunda sessão. Apesar da dor, o positivo é que depois de duas sessões o ombro não parece mais inchado ou inflamado; por isso amanhã precisamos de continuar a lutar e a trabalhar».