Andrea Dovizioso venceu um dramático GP da Austrália, precisamente um dia depois do anúncio da sua saída da Ducati no final do ano.
A corrida ficou marcada por um violento acidente de Johann Zarco e Franco Morbidelli, que forçou à interrupção da corrida. O acidente aconteceu numa das zonas mais rápidas do circuito, a caminho da curva 3, e as motos acidentadas quase acertavam em Maverick Viñales e Valentino Rossi. Zarco tinha acabado de ultrapassar Morbidelli, alargou na travagem colocando-se à frente do italiano que tocou com a roda dianteira na roda traseira de Zarco.
Apesar do aparato os pilotos sairam ilesos mas a corrida teve que ser interrompida para que a pista fosse limpa. E levantou de novo a questão da segurança no circuito austríaco.
Após a segunda partida Jack Miller assumiu a liderança e começou a fugir, mas tendo escolhido o pneu macio para a frente, não conseguiu manter o ritmo e foi apanhado.
Andrea Dovizioso, vencedor aqui em duas ocasiões anteriores, voltou a vencer. Foi a primeira vitória do ano para o piloto italiano esta temporada. Jack Miller bem tentou defender a segunda posição na última volta, mas com problemas em controlar a frente da Ducati, acabou ultrapassado por Joan Mir. Este segundo lugar significou a primeira subida ao pódio em MotoGP para o espanhol que tinha aqui vencido duas vezes em Moto3.
«Foi uma corrida estranha, dada a interrupção devido ao acidente de Zarco e Morbidelli», disse o piloto que conseguiu a 50.ª vitória da Ducati em MotoGP. «Hoje as sensações com a moto não eram particularmente boas, mas em algumas áreas senti-me forte e pude fazer a diferença. O fim-de-semana começou bem, mas não sabíamos se poderíamos vencer a corrida. Conseguimos ser imediatamente competitivos, e encontrei boas sensações, mas ainda nos falta algo em relação a outros anos. Esta pista adequa-se às características da nossa Desmosedici, mas ainda temos que trabalhar para dar mais um passo em frente para estarmos em posição de lutar pela vitória nas próximas corridas».
Oliveira outra vez derrubado
Quando a corrida foi interrompida Miguel Oliveira já tinha subido até ao quinto lugar. A grelha de partida para a segunda corrida foi feita com a classificação da corrida antes da interrupção, por isso Oliveira saiu da segunda linha para a segunda partida. Pol Espargaró estava no comando e por isso saiu da pole. O espanhol da KTM cometeu alguns erros e perdeu posições, descendo para o quinto lugar. Foi na tentativa de aproveitar um desses erros que Miguel tentou a ultrapassagem, mas depois de alargar na curva quatro, voltou à trajectória onde acabou por embater em Miguel Oliveira. Um acidente muito semelhante ao que aconteceu em Brno com o espanhol e Johann Zarco. Seria o segundo abandono da temporada para Miguel Oliveira, pelo mesmo motivo: derrubado por um piloto KTM.
«É um resultado duro. Claro, mostrámos um boa velocidade hoje, e acho que conseguiríamos um bom resultado para a equipa. Infelizmente, o Pol estava com dificuldades nas travagens e vi que ele alargava em algumas curvas; depois na curva quatro vi que ele foi mesmo muito mas muito largo, e eu fui pelo interior. Normalmente, quando um piloto alarga, nós tentamos tirar partido disso; ele regressou muito rápido e colidimos. Não vejo como é que eu podia ter evitado o acidente. É uma pena este não-resultado, mas temos uma nova oportunidade na próxima semana, por isso vamos concentrar-nos nisso», explicou Miguel Oliveira que estava furioso quando regressou à box.
A versão de Pol Espargaró
«Eu fui largo, porque estava a alargar em várias curvas, e o Miguel naquela curva também alargou a corrida um pouco», explica Pol Espargaró. «Abri o acelerador do lado de fora e ele fez o mesmo pelo interior, ele não podia ver-me, e eu não o conseguia ver a ele, e colidimos. Isto é exactamente aquilo que chamo de incidente de corrida. É o que é. Senti que tinha a melhor moto, uma moto espectacular na primeira corrida. Por isso estou ansioso por correr aqui outra vez no próximo fim-de-semana».
Fabio Quartararo, o líder do campeonato, sofreu uma saída de pista, ficou em último e recuperou para terminar em oitavo. Maverick Viñales, que conquistou a pole, teve um problema de embraiagem que desapareceu ao fim de algumas voltas, recuperando até terminar em 10.º.
Martin em Moto2 e Arenas em Moto3
Em Moto2 a corrida também teve que ser interrompida. Enea Bastianini caiu na saída da curva 1 e alguns pilotos acertaram na moto tombada do italiano. Hafizh Syahrin foi aquele que acertou em cheio, e o piloto malaio teve que sair de maca.
«Sinto-me bem, tive sorte no acidente, porque não parti nada», disse o malaio depois de ser observado na clínica do circuito. «Foi uma queda feia. Sinto dores nas minhas pernas, perto da virilha, como se estivessem fracturadas, mas confirmámos que não há fracturas. Vou tentar recuperar par ver se posso correr no próximo fim-de-semana», disse Syahrin.
Após uma segunda partida para uma corrida de apenas 13 voltas, Jorge Martin liderou do início ao fim para conseguir a sua primeira vitória em Moto2, na frente de Luca Marini e Marcel Schrotter.
Remy Gardner lutou pelos lugares do pódio até cair e Tetsuta Nagashima teve um fim-de-semana para esquecer, sofrendo mais uma queda na corrida, a juntar às duas que tinha sofrido nos treinos e qualificação.
Com o segundo lugar na corrida Luca Marini subiu ao comando do campeonato.
Albert Arenas conquistou a sua terceira vitória do ano no Red Bull Ring. Foram vários os pilotos que passaram pelo comando da corrida, mas no final foi Arenas que se impôs numa corrida sempre realizada em grupo, batendo Jaume Masia e Ai Ogura. Darryn Binder e Celestino Vietti terminaram logo, mas Binder, Ogura e Vietti foram três dos 10 pilotos penalizados por excederem os limites da pista. Forçado a perder uma posição, foi John McPhee, que cruzou a meta em sexto, que herdou o último degrau do pódio.
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