GP da Catalunha: vitória de Oliveira

Miguel Oliveira esteve imbatível este domingo no Circuito de Barcelona-Catalunha e conseguiu a sua primeira vitória do ano.

Miguel Oliveira venceu o GP da Catalunha. Foi a sua primeira vitória da temporada e também a primeira no seio da Red Bull KTM Factory Racing.

O piloto português fez um bom arranque, rodou a primeira volta atrás de Jack Miller e assumiu o comando logo à segunda volta. Teve apenas a oposição de Fabio Quartararo, que chegou a rodar um par de voltas na frente de Oliveira, mas este conseguiu recuperar o comando, que manteve até ao final. Tirando partido de ter optado por ambos os pneus duros, Miguel Oliveira impôs um ritmo incrivelmente consistente durante toda a corrida. Depois de um problema com o equipamento Quartararo perdeu tempo nas últimas voltas, ao contrário de Johann Zarco. O francês da Pramac rodou mais rápido do que Oliveira nas últimas voltas, mas não o suficiente para o apanhar antes da bandeirada de xadrez. Assim, Miguel Oliveira garantiu a sua primeira vitória do ano.

«É muito difícil colocar isto em palavras. Fiz uma das melhores corridas da minha carreira até agora», disse Oliveira no final. «Tudo foi demasiado duro; gerir os pneus e manter a calma quando o Fabio começou a pressionar-me durante muitas voltas. Mantive a calma quando ele me ultrpassou, aproveitei a oportunidade na reta para o passar de novo. Foi uma corrida perfeita, e não consigo agradecer o suficiente ao pessoal da Red Bull KTM por me terem dado uma máquina perfeita para regressar ao topo do pódio. Também quero agradecer aos fãs. Tudo foi espetacular, ter tido o público aqui e regressar ao normal», afirmou Oliveira, que na volta de consagração parou junto da bancada dos seus fãs para apanhar uma bandeira portuguesa.

Zarco consistente

Sem conseguir lutar pela vitória, Johann Zarco não teve problemas em conformar-se com a segunda posição. Ainda não foi desta que conseguiu a sua primeira vitória na categoria rainha, mas o francês sabe que a regularidade – foi o seu quarto pódio em sete corridas – pode dar frutos no final do ano.

Jack Miller, com a mesma combinação de pneus que Zarco (médio à frente, duro atrás) completou o pódio, recuperando pontos para o Quartararo, mas perdendo para o piloto da Pramac. Mas não foi o australiano quem cruzou a meta na terceira posição.

Foi Fabio Quartararo o terceiro a receber a bandeirada de xadrez, debatendo-se nas últimas voltas com um problema inédito: o fecho de correr do seu fato de cabedal abriu-se nas últimas voltas, e depois, sem o conseguir voltar a fechar em andamento, acabou mesmo por atirar fora a proteção de peito.

Enquanto tentava lidar com o problema saiu em frente no final da reta da meta, na entrada para a antepenúltima volta, e voltou à pista pela zona de cumprimento da penalização de volta longa – entre as curvas 1 e 2 – perdendo menos de um segundo e sem perder o terceiro lugar. Sem conseguir voltar a fechar o fato até à volta de regresso às boxes, o francês fez as últimas voltas com o fato averto – «foi como fazer sky diving», comparou o piloto da Monster Energy Yamaha. Mas a direção de corrida impôs-lhe uma penalização de 3 segundos antes do final da corrida pelo ‘atalhanço’. E mais tarde aplicou-lhe outra penalização de três segundos, porque o regulamento exige que o equipamento de segurança seja devidamente usado. As duas penalizações colocam-no no sexto lugar da classificação final da corrida

Bandeira preta?

Porém a opinião generalizada é a de que Fabio Quartararo, por não estar a cumprir o regulamento e por colocar em causa a sua segurança, deveria ter recebido a bandeira preta, sendo obrigado a parar. Foi essa a opinião dos três pilotos do pódio e também a de um antigo campeão mundial, Casey Stoner. O australiano disse no Twitter: «Quer tenha sido ou não o ©FabioQ20 [Fabio Quartararo] a abrir propositadamente o fecho de correr, acho que devia ter sido mostrada a bandeira preta. A este nível não se pode deixar alguém correr a mais de 350 km/h com o fato de cabedal aberto».

Opinião geral

«Cabe à Direção de Corrida decidir estas coisas», disse Oliveira na conferência de imprensa no final da corrida. «É verdade que á algo que nunca acontece, pelo menos não me lembro de ter acontecido algo assim… já vimos peças das motos cair, como asas e assentos, como aconteceu ao Jack [Miller]. Quando é uma questão de segurança do piloto, cabe à Direção de Corrida tomar a decisão pela sua segurança. Se ficou claro na TV que ele não conseguia fechar o fato, acho que, pela sua própria segurança, devia ter recebido a bandeira preta».

Sem surpresas, o ‘zippergate’ volta a colocar o holofote das críticas no Colégio de Comissários, responsável pelas penalizações aos pilotos. O Colégio de Comissário è composto por Freddie Spencer, Bill Cumbow – membros permanentes – e Andres Somolinos, membro rotativo.

A corrida ficou ainda marcada pelas quedas de dois nomes sonantes do campeonato. Valentino Rossi – que é o piloto que mais vezes venceu no Circuito de Barcelona-Catalunha (10 vezes, a última foi em 2016) – e Marc Marquez. Pela primeira vez na sua carreira Marquez caiu em três corridas consecutivas, depois de ter caído também em Le Mans e Mugello.

Apesar de ter terminado fora do pódio, Fabio Quartararo mantém a liderança do campeonato. Com a vitória, Miguel Oliveira voltou a subir na tabela, e ocupa agora a sétima posição, a 20 pontos de Maverick Viñales.

Moto2: Gardner de novo

Remy Gardner voltou a vencer uma semana depois da sua primeira vitória da temporada. No circuito de Barcelona-Catalunha o piloto australiano só teve oposição do seu companheiro de equipa, Raul Fernandez. O espanhol chegou a liderar, mas no final seria Gardner a impôr-se para garantir a vitória. Esta foi a quinta vez que os dois pilotos da Red Bull KTM Ajo subiram este ano juntos ao pódio, e foi a terceira ‘dobradinha’ consecutiva. A primeira teve vitória de Fernandez, em Le Mans, e segundo lugar de Gardner, e em Mugello e Barcelona-Catalunha as posições inverteram-se.

Apesar de ter rodado praticamente dois terços da corrida em terceiro, Bo Bendsneyder acabou por não conseguir aguentar essa posição, terminando em sexto. Foi Xavi Vierge quem conseguiu o terceiro lugar do pódio, na frente de Marco Bezzecchi e Augusto Fernandez.

Remy Gardner aumentou a sua vantagem no comando do campeonato, tendo agora mais 11 pontos do que que Raul Fernandez.

Moto3: segunda de Garcia

Depois da confusão habitual, com um grupo de 15 pilotos no grupo da frente, dos quais nove passaram pelo comando da corrida, acabou por ser Sergio Garcia a conquistar a vitória. Foi a segunda do piloto da GasGas, na frente de Jeremy Alcoba e Jaume Masia. Porém Masia seria forçado a ceder uma posição por ter superado os limites da pista na última volta, e o terceiro lugar foi atribuído a Deniz Öncü.

O líder do campeonato, Pedro Acosta, saiu do 25.º lugar da grelha, e foi um dos que chegou a liderar a corrida, mas terminou apenas em sétimo. Mantém a liderança do camnpeonato.

A corrida ficou marcada por várias quedas – terminaram apenas 18 pilotos dos 27 que arrancaram – incluíndo a de John McPhee quando liderava a corrida.

Acosta mantém ainda uma confortável vantagem de 39 pontos sobre o segundo classificado, Sergio Garcia.

MotoE: Pires de novo nos pontos

Numa corrida com emoção do princípio ao fim, houve novo vencedor na Taça do Mundo de MotoE. Eric Granado teve um problema técnico na grelha de partida e em vez de sair da pole position, saiu do pit lane. Acabou por cair quando estava a recuperar posições e era o piloto mais rápido em pista. O vencedor foi Miquel Pons, que bateu Dominique Aegerter e Jordi Torres, que também subiram ao pódio.

André Pires voltou a não cometer erros e a levar a Energica Ego Corsa da Avintia Esponsorama racing até ao final, terminandoem 13.º. Mais uma vez o piloto português bateu o seu companheiro de equipa, Xavi Cardelus, que voltou a cair.

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