Bastou a Joan Mir terminar o GP da Comunidade Valenciana na sétima posição para se sagrar campeão do Mundo de MotoGP. Não só tinha a vantagem pontual, como os seus adversários não estiveram à altura de travar o piloto da Suzuki.
É o primeiro título da Suzuki dos últimos 20 anos, e conseguido no ano do 100.º aniversário da marca japonesa. Aos 23 anos de idade, Joan Mir conquista o segundo título no seu quinto ano de Mundial, depois de ter sido campeão de Moto3 em 2017.
Mas o piloto da corrida foi Franco Morbidelli, que teve uma actuação magistral, saindo da pole position para conquistar a terceira vitória do ano. Na últimas voltas ainda foi ameaçado por Jack Miller, que o ultrapassou várias vezes, mas o italiano conseguiu sempre responder, voltando a vencer. Pol Espargaró rodou sempre na terceira posição e conquistou o seu terceiro pódio da temporada.
Oliveira em sexto
Miguel Oliveira fez um excelente arranque e depois das primeiras curvas já estava no quinto lugar. Chegou a rodar em quarto, na frente de Takaaki Nakagami, mas o japonês acabaria por conseguir passar o piloto português, que acabaria ultrapassado também por Alex Rins e Brad Binder. Mais tarde Nakagami acabaria por cair quando discutia o terceiro lugar com Pol Espargaró.
«Estou satisfeito com a corrida, o meu arranque foi mais uma vez muito bom mas a meio da corrida tive dificuldades em encontrar ritmo», disse Oliveira. «Não consegui encontrar boa aderência, não era muito o que perdia, pouco mais de uma décimas em dois pontos do circuito e foi isso que me fez perder posições. Depois disso basicamente não consegui estar perto dos cinco primeiros. Mas é isto que levamos e agora vamos para o GP de casa, estou muito animado e espero poder divertir-me na última corrida».
Joan Mir nunca teve que arriscar muito na corrida para garantir o título; mesmo na sétima posição, só não ser campeão a corrida que tinha que ter como vencedor um dos seus principais rivais, Fabio Quartararo, Alex Rins ou Maverick Viñales. Porém nenhum destes esteve sequer perto de vencer. Fabio Quartararo auto-eliminou-se com um erro logo na segunda curva. O francês saiu em frente e depois, ao tentar recuperar posição acabou por cair e abandonar. Maverick Viñales rodou quase toda a corrida fora dos 10 primeiros, e subiu a 10.º com a queda de Nakagami. Alex Rins foi o mais bem sucedido, saindo do 14.º lugar da grelha para terminar em quarto, o que também não foi suficiente.
Com o título entregue a Joan Mir, resta agora a luta pelo segundo lugar do campeonato. Com a vitória Morbidelli ocupa agora essa posição, com quatro pontos de vantagem sobre Alex Rins.
Moto2 3 Moto3: títulos ainda por decidir
Em Moto2 Enea Bastianini podia sagrar-se campeão no final da corrida. Para isso tinha que conquistar mais 20 pontos do que Sam Lowes e mais sete do que Luca Marini. Isso não aconteceu.
Foi Marco Bezzecchi quem liderou grande parte da corrida, perseguido muito tempo por Fabio de Giannantonio. Este acabou por cair quando finalmente liderava na última volta. Bezzecchi ficou de novo na frente, mas ao longo da última volta foi ultrapassado primeiro por Jorge Martin e depois por Héctor Garzó, e Bezzecchi teve que conformar-se com a terceira posição final.
Enea Bastianini rodou toda a corrida entre oitavo e nono, sem ter que arriscar. Luca Marini esteve sempre à uma ou duas posições à sua frente na corrida, o que significava ganhar apenas um oou dois pontos ao líder do campeonato. Por outro lado, Sam Lowes, lesionado no pulso direito na queda de sábado, só no final da corrida conseguiu entrar nas posições dos pontos, terminando em 14.º. Assim, Bastianini não conquistou o título, mas avança para a última corrida do ano com 14 pontos de vantagem sobre Lowes, 18 sobre Marini e 23 sobre Bezzecchi. Ou seja, basta-lhe terminar o GP de Portugal em nono para ser campeão.
Campeão decidido no Algarve
Em Moto3 Albert Arenas podia ser campeão, se ganhasse a corrida e Ai Ogura ficasse fora dos 12 primeiros. Foi Raul Fernandez quem liderou grande parte da corrida, mas nas últimas voltas perdeu terreno e foi apanhado por Tony Arbolino. O piloto italiano passou Raul Fernandez e assegurou a sua primeira vitória da temporada, ao mesmo tempo que se mantém na luta pelo título. Arbolino foi o 10.º piloto diferente a vencer em Moto3 este ano.
Fernandez acabaria ultrapassado também por Sérgio Garcia, que assim foi de novo o segundo classificado. Fernandez encerrou o pódio.
Albert Arenas esteve no grupo perseguidor e conseguiu terminar em quarto, batendo Darryn Binder. Ai Ogura esteve toda a corrida na batalha com Andrea Migno e Jaume Masia, e terminou em oitavo. Arenas e Ogura chegam à última corrida do ano separados por oito pontos, e Arbolino está agora mais próximo, a 11 pontos de Arenas.
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