O dia de qualificação para o GP da República checa ficou marcado pelas estreias nas categorias mais baixas. Luca Marini e Jakub Kornfeil conseguiram a pole position nas respectivas categorias pela primeira vez. Miguel Oliveira foi quarto e igualou a sua melhor qualificação do ano.
O calor, com a temperatura a superar de novos os 30°C, foi também preponderante no desenrolar do dia.
Foi Francesco Bagnaia quem conseguiu o melhor tempo nos treinos livres, na frente de Luca Marini e Alex Marquez. Miguel Oliveira foi sétimo, a 0,573 s do melhor tempo. Marcel Schrotter, que tinha sido o mais rápido na sexta-feira, não conseguiu melhorar na terceira e desceu para quinto.
Na qualificação, à semelhança de muitas outras esta temporada, a pole position ficou arrumada nos primeiros 8 minutos. Miguel Oliveira foi um dos primeiros a fazer uma volta rápida e passou momentaneamente pelo comando da sessão; 22 segundos depois seria batido por Mattia Pasini. Dois minutos depois foi Alex Marquez a deter a pole provisória mas apenas durante 40 segundos. Luca Marini na sua segunda volta rápida estabeleceu um tempo que já não seria batido até ao final.
Muita borracha e calor
Esta tendência de a pole position de Moto2 ser decidida quase sempre nos primeiros minutos da sessão este ano foi explicado por Luca Marini. «Como a qualificação de MotoGP é antes, eles deixam muita borracha no chão que nos beneficia no início da sessão. Como os nossos pneus não têm a aderência dos deles, à medida que essa borracha vai desaparecendo, vamos perdendo a aderência. Para além disso, com tudo cada vez mais quente, motor, o próprio chassis e os travões, é mais fácil ser rápido no início da sessão do que no final. Pode parecer estranho, mas para nós este ano tornou-se normal, e fomos adaptando a preparação da qualificação para ser rápidos nas primeiras voltas», esclareceu o piloto italiano.
Para Luca Marini foi a primeira pole da carreira no Mundial, depois do primeiro pódio na corrida anterior. O meio-irmão de Valentino Rossi explica esta evolução desde o início do ano com muito trabalho feito e com a profissionalismo da equipa.
«Estou muito contente com esta primeira pole position da minha carreira, foi um resultado que eu procurava há muito tempo. Estou contente por ter atingido este objectivo depois de muito trabalho. Encontrei um bom feeling e a minha condição física melhorou significativamente nos últimos tempos», explicou Marini. O italiano voltou a ter dores no ombro depois de um ‘high five’ mais entusiástico com Mattia Pasini no final.
Depois dos primeiros oito minutos não houve alteração na classificação entre os primeiros; Álex Marquez terminou com o segundo lugar, na frente de Mattia Pasini. O italiano fecha a primeira linha da grelha.
Oliveira na segunda linha
Com o tempo realizado logo na sua primeira volta completa, Miguel Oliveira fez obteve um dos melhores resultados de qualificação do ano. O piloto da KTM terminou no quarto lugar, assegurando assim uma posição na segunda linha da grelha.
«Foi uma sessão de Qualificação positiva. Mudámos a nossa estratégia para este fim de semana; trabalhámos para melhorar a moto para uma volta rápida. No final tudo correu como esperado, mas claro que ter apenas 5 minutos para estabelecer uma marca significa que a minha volta teve erros e podia ter sido melhor», disse Oliveira.
No final estava satisfeito com a sua posição na grelha. «Comparada com as minhas posições na grelha das últimas corridas, é uma situação muito melhor. É o meu melhor resultado de Qualificação da temporada, igualando o que conseguimos no Qatar, por isso estamos de volta à segunda linha e espero que isso seja o início de uma mudança e que possamos continuar neste sentido. Sabemos que amanhã o calor será um fator que poderá ser decisivo. Temos um ritmo muito bom e sinto-me confortável, por isso teremos de gerir o aspecto físico da corrida da melhor forma possível para alcançar um bom resultado», concluiu.
Moto3: erros disparatados
Ao contrário das Moto2, a qualificação de Moto3 foi mais ´normal’. Os tempos foram evoluindo ao longo da sessão, e embora Fabio di Giananntonio tenha estado muto tempo na primeira posição, atrás dele a classificação foi mudando.
O final da sessão ficou marcado por o monumental e disparatado erro da maior parte das equipas e pilotos. Depois da última paragem nas boxes, ninguém quis assumir a iniciativa de regressar à pista. Toda a gente ficou nas boxes à espera da movimentação dos rivais, e quando finalmente começaram a dirigir-se à pista só faltavam 2’30 para o final da sessão. Depois muitos ainda rodaram devagar, uns à procura de uma boleia, outroa a evitar dá-la. Resultado? Muitos deles não conseguiram uma única volta rápida, recebendo a bandeirada de xadrez logo no final da volta de lançamento.
Foram poucos os que conseguiram passar antes da bandeira; quatro desses acabaram por bater Di Giannantonio, que tinha sido o último a deixar as boxes. Jakub Kornfeil acabou por ser o mais rápido, conquistando a sua primeira pole position, e logo diante do seu público. John McPhee e Marcos Ramirez completam a primeira linha da grelha.
Marco Bezzecchi, o único piloto que neste momento pode roubar a liderança do campeonato a Jorge Martin, qualificou apenas em 14.º.
Jorge Martin foi operado sábado de manhã em Barcelona ao rádio esquerdo fracturado na primeira sessão de treinos. O piloto espanhol tem esperança de poder alinhar no GP da Áustria, já no próximo fim-de-semana.
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