Francesco Bagnaia fez uma corrida perfeita saindo da pole position no GP de Aragão e conseguiu a sua primeira vitória em MotoGP. Mas não foi uma corrida fácil para o piloto italiano, que teve a pressão constante de Marc Marquez atrás de si, depois de ambos se isolarem na frente da corrida.
Marquez foi paciente e rodou toda a corrida atrás de Bagnaia, ambos com um ritmo mais rápido que o restante pelotão. Esperou pelas últimas quatro voltas para esboçar um primeiro ataque. E mais um, e outro. Foram sete as vezes que Marc Marquez conseguiu ultrapassar Pecco Bagnaia, mas sempre com resposta pronta por parte do italiano. A luta terminou com a última tentativa do espanhol na curva 12, mas alargou demasiado e perdeu o contacto com Bagnaia, que assim garantiu a vitória na frente do piloto da Honda.
«A vitória de hoje foi realmente incrível. Sabíamos que estávamos fortes, mas também sabíamos que Marc Marquez estava particularmente rápido nesta pista. Quando me encontrei na frente tentei puxar imediatamente, porque eu sabia que ele estava atrás», explicou Bagnaia. «As últimas quatro voltas foram duras, e mal podia esperar pelo final da corrida, porque ele insistia em passar-me. No final conseguimos, e é uma emoção indescritível. A vitória de hoje não estava garantida. Cheguei aqui com muitas dúvidas, já que ainda não tinha conseguido ser rápido e terminar a corrida nos pontos aqui desde 2019. Este ano, desde a primeira sessão de treinos tudo esteve perfeito».
Esta foi a segunda vitória da Ducati no Motorland depois da primeira em 2010 conseguida por Casey Stoner. Foi também a 250.ª vitória italiana.
Marc Marquez, o piloto ‘normal’ no GP de Aragão
Apesar de não estar a 100% fisicamente, Marc Marquez tirou partido dum circuito que lhe tem sido favorável – já aqui venceu cinco vezes em MotoGP – e acabou por conseguir regressar ao pódio, o que não acontecia desde a sua vitória no GP da Alemanha. O piloto confessa que ainda não consegue pilotar como o Marc Marquez de outros anos – ao ponto de nem conseguir atacar nas curvas para a direita -, e tem que conformar-se a adaptar-se a uma nova situação, a de ser um piloto mais «normal», como explicou à imprensa espanhola no sábado.
Foi Joan Mir quem fechou o pódio do GP de Aragão, mas o piloto da Suzuki ficou desapontado por não ter conseguido estar lá na frente na luta pela vitória. Mas mais desapontado estava Fabio Quartararo. O piloto francês tinha demonstrado ter um bom ritmo de corrida na quarta sessão de treinos livres, mas na corrida rapidamente começou a perder posições, e terminou em oitavo. Quartararo queixou-se do comportamento do pneu traseiro desde a primeira volta.
Oliveira nos pontos
Miguel Oliveira teve mais uma corrida difícil, e apesar de ter chegado ao 14.º logo na primeira volta, não conseguiu avançar mais na classificação, debatendo-se com falta de tração e falta de feeling na frente. «Foi uma corrida dura para mim», desabafou o piloto português. «Depois de uma má qualificação recuperámos algumas posições, mas não tinha o melhor feedback do trem dianteiro para conseguir pilotar da melhor maneira. A equipa está a trabalhar arduamente, eu estou a trabalhar arduamente, e tenho a certeza que encontraremos uma boa solução. Misano é uma pista desafiante, mas eu gosto. Esperamos um bom resultado».
Apesar de ter conquistado dois pontos depois de três corridas consecutivas sem pontuar, Oliveira desceu para nono no campeonato, devido à subida de Aleix Espargaró à sétima posição da tabela graças ao quarto lugar na corrida.
Depois do GP de Aragão, Quartararo mantém a liderança do campeonato, e Pecco Bagnaia subiu ao segundo lugar, 53 pontos atrás do francês.
Moto2: Raul Fernandez vence, mesmo lesionado
Sam Lowes era o grande favorito à vitória em Moto2: já venceu aqui nesta categoria três vezes, ia sair da a pole position e é o detentor do recorde absoluto do circuito. O piloto britânico arrancou na frente e liderou as primeiras voltas três voltas, mas à quarta foi ultrapassado por Raul Fernandez. O britânico não conseguiu acompanhar o ritmo do espanhol que, mesmo ainda a recuperar da operação ao metacarpo fraturado, começou a escapar lá na frente. Mas o azar viria mais uma vez bater à porta de Lowes, que caiu quando estava isolado na segunda posição.
Raul Fernandez, mesmo tendo perdido a força na mão direita nas últimas voltas, com dificuldade em travar, garantiu a sua quinta vitória da temporada. Com a queda do britânico à 13.ª volta Remy Gradner assumiu a segunda posição que manteve até ao final, e Augusto Fernandez completou o pódio, depois de intensa luta com Jorge Navarro.
A Kalex já conquistou o título de construtores, e a Red Bull KTM Ajo conquistou o título de equipas com aquela que foi a 100 vitória da equipa de Aki Ajo.
Moto3: Foggia impõe-se a Öncü, Acosta e Garcia no chão
Depois de ter sido o mais rápido nos treinos livres, Dennis Foggia qualificou apenas em 14.º, mas cedo se juntou à luta pelos lugares do pódio. Foi Deniz Öncü quem liderou grande parte duma corrida com incontáveis ultrapassagens no grupo da frente. O piloto turco estava determinado em conseguir finalmente a sua primeira vitória. Mas ainda não foi desta. No final Foggia impôs a sua experiência para roubar a vitória a Öncü por uns míseros 0,041 s. Ayumu Sasaki conseguiu estar sempre no grupo da frente para reclamar para si o último degrau do pódio.
A corrida ficaria marcada pela queda dos dois primeiros classificados do campeonato. Primeiro seria Pedro Acosta, a quatro cinco voltas do final, levando consigo Xavier Artigas quando lutavam pelo pódio. Com o líder do campeonato fora de corrida, seria a grande oportunidade de Sergio Garcia recuperar pontos. Porém, o piloto da GasGas desperdiçou a ocasião, caindo na última volta quando estava na terceira posição.
Romano Fenati perdeu o terceiro lugar do campeonato ao ter que fugir para a gravilha quando Gabriel Rodrigo caiu à sua frente, perdendo várias posições e terminando fora dos pontos. Foi Dennis Foggia quem subiu ao terceiro lugar do campeonato.
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