Contra as expetativas, num circuito que não tem sido favorável à Ducati, foi Jack Miller quem venceu o GP de Espanha, com Francesco Bagnaia a terminar em segundo. Franco Morbidelli completou o pódio.
Foi Fabio Quartararo que apesar de uma má partida da pole position, liderou grande parte da corrida. Mas o piloto francês começou a sofrer de ‘arm pump’ e começou a rodar mais devagar, e em poucas voltas perdeu muitas posições. Terminou a corrida em 13.º.
Foi Jack Miller quem assumiu o controlo da corrida, acabando por isolar-se e acabou por conquitsar a sua segunda vitória da carreira em MotoGP. Foi também apenas a segunda vitória da Ducati no circuito de Jerez-Angel Nieto, mas o feito foi ainda mais importante: é que Pecco Bagnaia conseguiu a segunda posição, oferecendo a dobradinha à Ducati, algo que não acontecia desde o GP da República Checa de 2018, com Andrea Dovizioso e Jorge Lorenzo.
Morbido no pódio
Apesar das queixas ao longo do fim de semana, Franco Morbidelli levou a ‘velha’ Yamaha M1 de 2019 ao terceiro lugar do pódio, o primeiro do ano para o vice-campeão mundial.
Depois dum início de temporada complicado, Jack Miller ficou muito emocionado com a vitória. «As últimas duas semanas foram muito duras para mim; não tinha confiança em mim nem no que podia fazer com a moto. Hoje, quando vi o Quartararo em dificuldades, pensei que podia chegar à liderança da corrida, embora não tivesse confiante de que conseguiria manter o comando durante muitas voltas. Mas finalmente consegui e consegui a minha primeira vitória com a Ducati. Não posso agradecer o suficiente à Ducati por me ter dado esta oportunidade. Usar estas cores é um sonho para mim, e tem um grande significado. Obrigado Gigi, Paolo, Davide, Claudio e toda a equipa, por sempre acreditarem em mim», disse o australiano no final, sem conseguir evitar o choro na chegada ao parque fechado.
Oliveira nos pontos
Miguel Oliveira saiu da 16.ª posição da grelha de partida, ficou a meio do pelotão no arranque, e terminou a corrida no 11.º lugar.
«Esta foi uma corrida dura, muito difícil sobretudo pela temperatura mais elevada que se fez sentir face a ontem», explicou Oliveira. «Desde o arranque que me senti um pouco limitado pelo sobreaquecimento dos pneus e tornou-se bastante complicado rodar sem cair na fase inicial. Depois disso, com menos gasolina consegui arrefecer um pouco os pneus e no final consegui acabar com um ritmo decente e terminar a corrida em 11.º. Longe do meu objectivo e longe do que sei ser capaz de alcançar e longe também certamente dos objectivos da equipa. Um fim-de-semana duro para nós onde o 11.º lugar é o melhor que conseguimos e agora estamos focados totalmente no teste que temos amanhã onde vamos procurar soluções e extrair um pouco mais da nossa moto», concluiu Oliveira.
Pecco Bagnaia assumiu o comando do campeonato, passando para a frente de Quartararo. Miguel Oliveira somou mais cinco pontos e subiu ao 17.º lugar da tabela do campeonato.
Moto2: a primeira de DiGiannantonio
A corrida de Moto2 não teve grande história. Fabio DiGiannantonio assumiu o comando da corrida no início, imprimiu um ritmo que ninguém conseguiu acompanhar e venceu sem oposição. As lutas interessantes estiveram atrás dele, pelos restantes lugares do pódio. Acabou por ser Marco Bezzecchi a impôr-se no grupo perseguir para terminar em segundo, na frente de Sam Lowes. O britânico chegou a perder o contacto com os lugares do pódio, mas recuperou para terminar em terceiro, na frente de Remy Gardner e Raul Fernandez. O australiano mantém o comando do campeonato.
Moto3: Pedro Acosta outra vez
Pedro Acosta tornou-se num verdadeiro fenómeno neste início de temporada em Moto3. A corrida foi de novo um autêntico festival de ultrapassagens,e foram vários os pilotos a passar pela liderança. Mais uma vez acabou por ser Pedro Acosta que, com uma agressividade controlada, se impôs para conquistar a sua terceira vitória consecutiva. Romano Fenati aproveitou vários erros dos adversários para alcançar a segunda posição, conquistando o seu primeiro pódio da temporada. A surpresa no terceiro lugar do pódio foi Jeremy Alcoba. O piloto espanhol teve que cumprir duas penalizações de volta longa, chegou a rodar em 18.º, para recuperar e terminar no pódio. Três dos protagonistas da luta pelo pódio ficaram na última curva da corrida: Deniz Oncu caiu e levou consigo Jaume Masia e Darryn Binder.
John McPhee parecia determinado em terminar o seu jejum, mas ainda não foi desta que o escocês mudou a sua sorte; o piloto da Petronas Sprinta, apontado na pré-temporada como um dos candidatos ao título, caiu logo na primeira volta, e por isso continua sem pontuar após as primeiras quatro corridas.
Acosta tem agora 95 pontos (em 100 possíveis), mais do dobro do segundo classificado, que é agora Niccolò Antonelli.
MotoE: Zaccone vence, Pires em 12.º
Eric Granado dominou a categoria MotoE que arrancou este fim de semana em Jerez. E na corrida o piloto brasileiro continuou esse domínio, que porém durou apenas três das oito voltas. O piloto da One Energy Racing acabou por cair quando liderava e tentava escapar. Alessandro Zaccone herdou o comando que conservou até ao final para conquistar a sua primeira vitória elétrica. Dominique Aegerter e Jordi Torres completaram o pódio.
André Pires, apesar do nervosismo inicial, acabou por conseguir conservar a calma para levar a Energica da Avintia Esponsorama Racing até ao final. O piloto de Vila Pouca de Aguiar terminou esta sua primeira corrida da Taça do Mundo de MotoE em 12.º, conquistando assim os seus primeiros quatro pontos.
«Estou muito contente por ter terminado a corrida», disse Pires. «É um meu primeiro GP e sem dúvida que fiquei muito feliz. Estava muito nervoso no arranque e durante a prova e só pensava em terminar, o que consegui fazer depois de optar por uma toada mais segura. Vi que muitos pilotos caíram e mesmo sentindo que estava mais rápido perto do final optei por segurar uma margem de segurança e terminar. Estou feliz por isso, por ter terminado e conseguido os meus primeiros pontos. Agora vamos trabalhar ao máximo para preparar a próxima corrida em Le Mans. Obrigado a todos os portugueses pelo apoio.»
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