Depois de várias vezes lhe ter fugido por entre os dedos no ano passado, a vitória surgiu finalmente a Fabio Quartararo. Depois de ter sido o mais rápido nos treinos livres e de ter conquistado a pole position, o piloto francês alcançoou a vitória no GP de França. A última vitória francesa na categoria rainha tinha acontecido no dia 19 de Setembro de 1999, quando Régis Laconi venceu o GP da Comunidade Valenciana com a Yamaha da Red Bull Yamaha WCM. Quartararo é apenas o quarto francês a vencer em 500/MotoGP, depois de Pierre Monneret (Gilera, GP de França, 1954), Christian Sarron (Yamaha, GP da Alemanha, 1985) e Régis Laconi (Yamaha, GP da Com. Valenciana, 1999). Foi talvez por isso que Johann Zarco ‘invadiu’ a conferência de imprensa após a corrida para ir pessoalmente felicitar um surpreendido Quartararo!
Quartararo foi batido no arranque e a corrida foi inicialmente liderada por Maverick Viñales. Depois foi a vez de Marc Marquez passar pelo comando, mas acabaria por cometer um erro. O campeão do mundo perdeu a frente na curva 4, conseguiu impedir a queda, mas acabou fora da pista, e quando voltou ao asfalto estava em 16.º.
Depois de um par de erros de Viñales, Fabio Quartararo conseguiu o espanhol da Yamaha, depois de se ter desembaraçado também de Peco Bagnaia e Jack Miller.
Primeira vitória
A partir daí o francês da Petronas Yamaha SRT controlou a corrida e venceu com mais de quatro segundos de vantagem sobre Viñales.
«É incrível, acho que o sentimento ainda não se instalou, acho que só vai acontecer quando vir a corrida outra vez. É uma pena que a minha família, amigos e fãs não pudessem estar aqui para ver, mas é tão bom finalmente estar no degrau mais alto do pódio!», disse o vitorioso Quartararo. «Havia pouca aderência e os pneus acabaram-se muito rapidamente. Senti-me muito bem em cima da moto, por isso obrigado à minha equipa, aos parceiros e à Yamaha por isso. Tive um dos momentos mais assustadores da corrida onde tive o problema no ano passado, esta preocupado que pudesse acontecer outra vez! Tudo correu bem, mas as últimas fez voltas foram muito longas. A cada volta eu sentia-me melhor, e desfrutei».
Maverick Viñales escolheu o pneu macio para a roda dianteira (apenas ele e Valentino Rossi) e com o asfalto acima dos 50° C, isso foi um risco. Mas conseguiu garantir a segunda posição final. «Estou tão contente pela partida e pelas primeiras voltas, porque estive na frente. Estava no comando e tentei escapar. Quem me dera que fosse já sexta-feira, quero trabalhar no passo seguinte nesta pista. Quando perdi a frente pela primeira vez, comecei a tentar poupá-lo, especialmente no limite. Não podia fazer a moto curvar. É aí que temos que melhor. Talvez a escolha do pneu dianteiro macio não tenha sido a melhor decisão, mas consegui terminar em segundo, o que é o mais importante».
Pódio surpresa para Dovizioso
Apesar de um fim-de-semana difícil, e de Jerez ser um circuito que não tem sido favorável à Ducati, Andrea Dovizioso conseguiu o último lugar do pódio. A Ducati só venceu uma vez em Jerez, com Loris Capirossi em 2006, e não subia ao pódio aqui desde 2017. E Dovizioso nunca tinha subido ao pódio em Jerez.
«Este pódio é como uma vitória para mim», disse Desmo Dovi. «Esta corrida foi um grande desafio, e não pensava que conseguiria este resultado, mas felizmente não desisti até ao final e consegui não cometer erros. No warm up da manhã fizemos um grande trabalho, pois melhorei as minhas sensações com a moto, dando-me a oportunidade de ser consistente na corrida».
Miguel Oliveira saiu da quinta linha da grelha e depois de algumas escaramuças com Danilo Petrucci conseguiu o oitavo lugar final, igualando assim o seu melhor resultado do ano passado, que surgiu no 11º GP do ano, na Áustria.
Valentino Rossi foi forçado a abandonar. Primeiro persistiram os problemas com o pneu traseiro, perdendo rapidamente aderência, e depois teve mesmo que parar ao surgir um aviso na sua moto.
Marc Marquez será operado terça-feira
Marc Marquez deu um autêntico recital de pilotagem, recuperando do 16.º lugar até chegar à terceira posição, atrás de Viñales. Porém o campeão do mundo caiu quando tentava continuar a sua progressão. Depois de observado foi diagnosticado com a fractura do úmero esquerdo com deslocamento. Passará a noite no hospital em Jerez, viajará esta segunda-feira para Barcelona onde será operado na terça-feira, sendo provável que tenha que falhar pelo menos o próximo grande prémio.
Ausentes desta corrida estiveram Alex Rins e Cal Crutchlow. O piloto espanhol da Suzuki caiu na Q2 e deslocou o ombro direito, enquanto que o britânico da LCR caiu no warm up, e sofre um pequeno traumatismo craniano.
Moto2 e Moto3
Em Moto2 Jorge Martin transformou a sua primeira pole position num terceiro lugar. Foi Luca Marini, saído da segunda linha da grelha, quem conseguiu a vitória. Martin liderou as primeiras três voltas, mas seria passado por Tetsuta Nagashima e Luca Marini, e a partir daí os três primeiros isolaram-se nas respectivas posições. Nagashima ainda tentou seguir o ritmo de Marini, mas depois conformou-se com a segunda posição.
Em Moto3 foi a confusão do costume, com uma dezena de pilotos a lutar pelo pódio, mas tudo se decidiria na última curva. John McPhee, que tentou afastar-se da confusão, atacou no final, mas alargou ao mesmo tempo que outros pilotos tentavam ultrapassagens na última curva; Arbolino foi tocado por Celestino Vietti, que acabou por tocar em McPhee e o escocês acabou no chão.
Acabou por ser Albert Arenas a conseguir a segunda vitória consecutiva, na frente de Ai Ogura e Tony Arbolino.
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