GP de França: primeiro dia frio, primeiro molhado, depois seco

O circuito de Le Mans brindou os pilotos com baixa temperatura e uma pista a secar durante a manhã do primeiro dia de treinos para o GP de França.

Foi com baixas temperaturas e pista molhada que começou o primeiro dia de treinos para o GP de França, no circuito de Le Mans. Porém, como não voltou a chover, a pista foi secando ao longo da manhã, o que permitiu a alguns pilotos arriscarem sair com pneus slick nos últimos minutos. Um deles foi Jack Miller, que acabou por registar o melhor tempo da primeira sessão com esse jogo de pneus. Miller foi recompensado não só com o melhor tempo mas também com uma vantagem de 1,481 s sobre o segundo classificado, Johann Zarco. Marc Marquez também arriscou, mas nem chegou a completar uma volta, regressando à box para voltar aos pneus de chuva.

Miguel Oliveira rodou sempre com o mesmo jogo de pneus de chuva durante toda a primeira sessão, terminando em oitavo, a 2,585 s de Miller.

Sem chuva

As condições climatéricas mantiveram-se relativamente estáveis e a segunda sessão foi realizada com a pista quase totalmente seca, e por isso foi bastante mais rápida. Foi de novo uma Ducati – a moto italiana venceu apenas uma vez em Le Mans, precisamente no ano passado, com Danilo Petrucci – quem realizou o melhor tempo. Mas desta vez foi Johaan Zarco, seguido das Yamaha de Fabio Quartararo e Maverick Viñales.

Miguel Oliveira voltou a não trocar de pneus na primeira paragem nas boxes, fazendo-o apenas na segunda, preparado o ‘time attack’, que resultou num sexto lugar final, a apenas 0,549 s de Zarco. Se se cumprir a previsão meteorológica e chover durante a manhã de sábado, Oliveira tem assegurada passagem direta à segunda qualificação.

«De manhã nunca chegámos a colocar os pneus slick, mas esta tarde fizemos duas saídas com o composto mais mole e conseguimos ser rápidos em ambos os momentos. Temos que acertar ainda alguns pormenores na moto mas estou confiante para o dia de amanhã e para a qualificação», disse o piloto português após a segunda sessão.

França no topo

O dia terminou com os dois pilotos franceses nas duas primeiras posições. «Estou muito satisfeito», disse Zarco. «Ter conseguido rodar a seco na segunda sessão foi extremamente importante, dada a imprevisibilidade das condições climatéricas que passamos».

Quanto a Fabio Quartararo, apesar de ter sido operado ao braço direito, após o GP de Espanha, por causa do ‘arm pump’, conseguiu o segundo melhor tempo, apesar de uma queda. O francês diz sentir o braço diferente, mas sem sentir problemas; queixou-se ainda de não estar totalmente à vontade no molhado.

A segunda sessão ficou marcada por várias quedas, incluíndo a do líder do campeonato, Pecco Bagnaia, que terminou o dia em 12.º. Depois de ter tido um problema técnico na primeira sessão o campeão mundial Joan Mir também caiu na segunda sessão, tal como o seu companheiro de equipa Alex Rins (11.º) e Jack Miller (7.º).

MotoE: André Pires a evoluir

Na Taça do Mundo de MotoE André Pires passou o dia a aprender. Para o piloto de Vila Pouca de Aguiar esta é a primeira visita ao circuito de Le Mans, e teve as duas primeiras sessões para aprender o traçado. Da primeira para a segunda sessão Pires conseguiu melhorar cerca de três segundos no tempo por volta; foi mesmo o piloto que registou a melhor evolução entre as duas sessões. Isso não foi suficiente para fazer melhor do que o oitavo lugar; mas apesar de todos os outros pilotos terem melhorado também, da primeira para a segunda sessão o piloto português aproximou-se mais do piloto mais rápido. Se na primeira sessão tinha ficado a 5,793 de Dominique Aegerter, na segunda já ficou a 3,952 s de Eric Granado. Foi o brasileiro que registou o melhor tempo do dia na taça das motos elétricas.

Moto2: Lowes na frente, quedas e voltas canceladas

Os pilotos de Moto2 já apanharam a pista praticamente seca logo na sua primeira sessão, mas foi na segunda que surgiram os melhores tempos… e também as quedas. No final do dia foi Sam Lowes quem ficou no topo da tabela dos tempos, na frete de Raul Fernandez e Augusto Fernandez. O líder do campeonato, Remy Gardner, terminou o dia na quarta posição. Com a forte possibilidade de o piso estar molhado na terceira sessão de treinos livres, os pilotos aplicaram-se nos minutos finais da segunda sessão para assegurar uma posição entre os 14 primeiros para a passagem direta à Q2.

Por isso, as quedas multiplicaram-se nos últimos minutos. E com as quedas vieram as bandeiras amarelas, originando voltas canceladas a torto e a direito aos pilotos que arriscavam conseguir um bom tempo. Gardner viu as suas três últimas voltas canceladas, mas houve pior. Augusto Fernandez e Marcos Ramirez, por exemplo, viram as suas últimas cinco voltas canceladas. Marcos Ramirez – cuja volta mais rápida das canceladas o teria colocado em quinto em vez de ter terminado em 20.º -, não perdeu tempo a queixar-se no Twitter.

A única baixa a registar foi a de Yari Montella, que fraturou o pulso direito e está fora do GP de França.

Moto3: hecatombe na primeira sessão

Os pilotos que mais caíram no primeiro de treinos para o GP de França foram os de Moto3. Só no primeira sessão foram 17 quedas. Sendo os primeiro a sair para a pista, apanharam o asfalto ainda molhado e abaixo dos 10°. Até o líder do campeonato, Pedro Acosta, caiu duas vezes nessa sessão.

Com a segunda sessão a realizar-se em condições ligeiramente melhores, ainda com muito frio mas com a pista seca, os tempos baixaram substancialmente; acabou por ser Gabriel Rodrigo a registar o melhor tempo, na frente de Darryn Binder e Jaume Masia. Acosta ficou provisoriamente fora da Q2, ao terminar o dia em 18.º.

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