Franco Morbidelli foi o vencedor do GP de São Marino e da Riviera de Rimini, a primeira do piloto italiano.
O piloto da Petronas Yamaha Racing Team arrancou da segund aposição da grelha para assumir imediatamente a liderança da corrida. Comandou de fio a pavio, afastou-se dos perseguidores e conquistou a sua primeira vitória em MotoGP.
«Na minha opinião correu bem» disse um muito modesto Morbidelli na conferência de imprensa após a corrida. «Fiz uma boa partida e no início da corrida senti a pressão do Vale. Vi que estavamos a fugir e esperava que não nos incomodássemos um ao outro; algumas voltas depois escapei, o que foi uma surpresa ainda maior. Pensei para mim ‘ coloca o teu ritmo na pista e tenta mantê-lo’. O que vi na placa era bom e impressionante. Nas últimas 10 voltas foi inacreditável, porque tive oportunidade de pensar em muitas coisas… foi uma grande sensação. Foram as mais importantes 10 voltas da minha carreira e da minha vida. Diverti-me muito».
O italiano, pupilo da Academia VR46 foi perseguido grande parte da corrida pelo seu mestre Valentino Rossi que parecia prestes a alcançar o seu 200.º pódio da carreira. Porém o italiano seria ultrapassado primeiro por Francesco Bagnaia e na última volta por Joan Mir, terminando em quarto.
Um coxo no pódio
Para além de um novo vencedor, houve outra surpresa no pódio, outro pupilo da Academia VR46. Pecco Bagania, ainda a recuperar da fractura na perna direita nos treinos do GP da República Checa, pode precisar de muleta para caminhar; mas não precisou para conquistar o seu primeiro pódio, terminando a corrida na segunda posição.
O italiano da Pramac Racing arrancou de 6.º, chegou a ser 8.º no início da corrida e foi subindo na classificação com várias ultrapassagens, registando a volta mais rápida da corrida pelo caminho.
«Uma das coisas mais importantes era continuar de onde tínhamos parado, porque em Jerez estávamos muito fortes», disse Bagnaia que passou o último mês a trabalhar na recuperação da fractura e na forma física.
«Foi um mês incrível porque trabalhámos muito para me preparar para aqui. Quando vi no primeiro dia que a perna estava boa, ontem tentei puxar, o feeling da moto era o mesmo de Jerez, e fiquei contente, porque assim o regresso foi mais fácil. Há uma semana eu não esperava um pódio ou um lugar na segunda linha da grelha. Comecei a pensar num bom resultado hoje de manhã no warm up, porque para mim o warm up nunca é fácil, mas hoje os tempos surgiram facilmente, por isso, não pensei num pódio, mas esperava estar no grupo da frente. Recuperei muitas posições e o mais difícil foram as últimas quatro voltas, porque comecei a sentir dores na perna nas mudanças de direcção, mas estou muito feliz».
Valentino Rossi: «É uma pena»
Valentino Rossi chegou à última volta no terceiro lugar, depois de ter rodado 20 das 27 voltas em 2.º. O pódio parecia ser seu, mas na última volta, Joan Mir não hesitou, e ultrapassou o veterano da Yamaha. Para Mir foi o segundo pódio da sua carreira em MotoGP.
«Estou muito feliz, porque fizemos um bom trabalho, demos 100% e nunca desistimos de lutar pelo pódio», disse Mir.«No início tive algumas dificuldades em conseguir o grip para seguir os pilotos do pódio, mas com os pneus mais usados consegui maior estabilidade em curva, e os tempos começaram a surgir com facilidade. Comecei a recuperar para os do pódio e pensei ue com esse ritmo o pódio era possível. Passei o Álex [Rins] e a última volta com o Valentino é algo que não esquecerei. Foi uma boa manobra, lamento por ele porqu efez uma boa corrida, mas hoje era o meu dia!»
Mas ninguém lamenta mais do que o próprio Valentino! «É uma grande pena, porque o pódio é sempre especial, ainda por cima aqui em Misano. E partilhar o pódio com o Franco e o Pecco seria como uma corrida no rancho! É pena, cometi um pequeno erro… o Mir estava muito forte, fez bons tempos na última parte da corrida e ele conseguiu bater-me. Foi uma pena, porque faltavam dois quilómetros para o final. Por outro lado, foi uma boa corrida e um bom fim-de-semana, pilotei bem, com bom ritmo e sinto-me bem com a moto. Mesmo sem pódio, desfrutei».
Oliveira na luta
Depois de sair da 12.º posição da grelha, Miguel Oliveira perdeu alguns lugares na primeira volta. Depois finalmente encontrou o seu ritmo e esteve em luta toda a corrida, primeiro com Danilo Petrucci, depois com Brad Binder e Pol Espargaró. Chegou a estar em 10.º, mas terminou a corrida em 11.º. «Foi uma corrida dura. Para ser honesto, foi muito difícil ganhar posições, especialmente no início da corrida. Tínhamos muitos pilotos com diferentes escolhas de pneus, e isso tornou a nossa vida muito difícil, mas nós tínhamos um bom ritmo, estávamos apenas demasiado longe», disse o piloto português.
Quartararo no chão, o susto de Viñales e Dovi no topo do campeonato
O líder do campeonato, Fabio Quartararo, caiu quando rodava em 4.º. Regressou à corrida, para abandonar algumas voltas depois. Isso fez com que Andrea Dovizioso, mesmo terminando apenas em 7.º, assumisse o comando do campeonato. Isso não o deixou especialmente satisfeito: «Não podes estar contente quando não és suficientemente veloz», atirou o italiano.
Quando Maverick Viñales chegou à grelha de partida foi surpreendido por algum fumo a sair da carenagem da sua Yamaha. Mas não passou de um susto e pôde arrancar normalmente da pole. Porém o espanhol da Yamaha, o único a escolher o pneu duro para a roda de trás, nunca conseguiu estar na luta pelo pódio, queixando-se de falta de aderência.
Moto2: espectáculo de Marini e Bezzecchi
Com Sam Lowes atirado para o fim da grelha para cumprir uma penalização por ‘pilotagem irresponsável’ no GP anterior e Remy Gardner a fracturar mão e pé esquerdos no warm up, foi Luca Marini quem saiu da pole position. Ao seu lado estavam Marco Bezzecchi e Enea Bastianini, e os três fora os principais protagonistas da corrida. No final foi Marini quem se impôs, depois de uma grande batalha com o seu companheiro de equipa. Bastianini completou o pódio.
Em Moto3 houve pelo menos meia dúzia de pilotos a passar pelo comando, mas no final seria John McPhee a conquistar a vitória. O piloto escocês caiu na qualificação e saiu do 17.º lugar da grelha e conseguiu recuperar para vencer. Ai Ogura e Tatsuki Suzuki completaram o pódio. Albert Arenas, o líder do campeonato caiu na penúltima volta quando estava no grupo da frente, mas mantém-se no topo da tabela dos pontos.
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