Francesco Bagnaia conquistou a sua primeira pole position da carreira em MotoGP. Depois de ter secundado o seu companheiro de equipa Jack Miller nos treinos livres, o italiano conseguiu a pole registando um novo recorde absoluto do circuito de Losail, 1’52,772. Bagnaia foi o primeiro e único a conseguir chegar ao segundo 52, mas foram oito os pilotos que rodaram na qualificação abaixo do anterior recorde de Marc Marquez, 1’53,380.
«Sinto-me confortável com a Desmosedici e estou satisfeito com o trabalho que conseguimos fazer hoje», disse Bagnaia. «Sair da pole position amanhã é uma grande maneira de iniciar o meu novo capítulo com a Ducati Lenovo Team. No entanto, não estou particularmente satisfeito com o resultado da quarta sessão de treinos livres, mas acho que se deveu inteiramente a uma má escolha de pneus. Tenho a certeza que seremos rápidos amanhã na corrida. Será crucial ter um ritmo consistente do princípio ao fim».
Na primeira linha da grelha vão estar também Fabio Quartararo e Maverick Viñales. Jack Miller, o mais rápido dos treinos livres, qualificou em quinto. Valentino Rossi, aproveitando a boleia de Bagnaia em várias voltas, chegou a estar em terceiro, acabando a qualificação em quarto.
Oliveira na quinta linha
Miguel Oliveira continuou a trabalhar na afinação da KTM, mas como os pilotos previam, a alta temperatura do asfalto – mais de 50 °C – na terceira sessão de treinos impediu que os tem pos pudessem melhorar face à sessão mais fresca de sexta à noite. Com a temperatura a baixar depois do sol posto, foi possível rodar muito mais rápido na qualificação.
Não tendo conseguido melhorar face ao dia anterior, Oliveira manteve 19.º lugar na tabela combinada e teve que passar pela primeira qualificação. Oliveira terminou a sessão em 5.º, ficando assim fora da Q2. «A posição na grelha está um bocado longe do nosso objectivo, mas sabíamos que a Q2 seria difícil para nós hoje. Mesmo assim conseguimos fazer a nossa volta mais rápida de sempre em Losail», explicou Miguel Oliveira. «A equipa ajudou-me nisso em termos de dar um passo em frente na afinação, permitindo-me rodar mais rápido. Manteremos a cabeça erguida amanhã, porque conseguimos um bom ritmo na FP3 e na FP4 e apenas precisamos de compreender como poderemos usar mais o pneu dianteiro para podermos fazer uma boa corrida. Estou ansioso por amanhã».
Joan Mir, o campeão do Mundo, também teve que passar pela Q1 depois de ter sido 11.º nos treinos livres. Na Q1, Mir saiu para a pista ainda com o pit lane fechado, e foi penalizado com o cancelamento do tempo da sua primeira volta lançada. Isso não afectou a classificação final do piloto da Suzuki, que registou o segundo melhor tempo da sessão, avançando para a Q2 com Takaaki Nakagami, que foi o mais rápido. Mir qualificou em 10.º.
362,4 km/h!
A pole position de Pecco Bagnaia não foi o único recorde do dia. Johann Zarco ultrapassou os 360 km/h na quarta sessão de treinos livres, e chegou aos 362,4 km/h, que é um novo recorde de velocidade máxima no campeonato. O anterior recorde era de Andrea Dovizioso, que em Mugello, em 2019 chegou aos 356,7 km/h. É no circuito italiano – que a caravana não visitou no ano passado -, que tradicionalmente se regista a maior velocidade máxima de todas as temporadas. O que acontecerá este ano quando o campeonato lá chegar, no final de Maio? Ficarão perto dos 370 km/h?
Pole para Lowes
Sam Lowes confirmou a sua rapidez nos treinos livres ao conquistar a pole position para o primeiro GP da temporada. Porém, ao contrário do que aconteceu em MotoGP e Moto3, não bateu o recorde da categoria. Se a prestação de Sam Lowes não foi surpresa, o segundo classificado foi. Raul Fernandez, um dos rookies da temporada, conquistou o segundo posto, ficando a apenas 0,140 s do britânico. E o terceiro foi outra estreia: Bo Bendsneyder conquistou pela primeira vez um lugar na primeira linha da grelha de partida.
Marco Bezzecchi, que ao longo dos treinos livres parecia ser o maior opositor de Lowes, acabou por qualificar em quarto. Ao seu lado terá Joe Roberts, e Remy Gardner.
A qualificação ficou marcada pelo embate entre os dois pilotos da Petronas Sprinta Racing, Xavi Vierge e Jake Dixon. O britânico seria penalizado pelo incidente, por rodar mais devagar na trajetória, e afetando os pilotos mais rápidos, como foi o caso de Vierge. A penalização é a perda de três lugares na grelha de partida. Assim, em vez de ocupar o sétimo lugar que conquistou na qualificação, alinhará em 10.º, passando da terceira para a quarta linha.
Binder mais rápido
Em Moto3 nada mudou do ano passado, co os pilotos a perderem muito tempo nas boxes à espera um dos outros. Isso acabou por levar a que alguns acabassem por sair demasiado tarde da boxes no final da Q1, ficando impedidos de completar uma volta rápida. O mesmo quase acontecia na segunda qualificação.
Kaito Toba não conseguiu repetir a prestação dos treinos livres, onde foi o mais rápido, e qualificou em sexto. Foi Darryn Binder quem acabou por surpreender toda a gente ao conquistar a pole. O sul-africano teve que passar pela Q1, ao falhar a passagem direta dos treinos livres por apenas 0,065 s. Mas foi o mais rápido na Q1, com uma enorme dose de confiança: fez o melhor tempo da sessão na sua primeira volta lançada e parou, ficando na box a ver o resto da sessão.
Ninguém o bateu, e segunda quase fazia o mesmo. Primeira volta rápida, primeira posição e paragem nas boxes. Mas desta vez foi batido por, nada mais, nada menos, do que um rookie, o campeão mundial de Moto3 Júnior Izan Guevara. No regresso à pista Binder voltou a ser o mais rápido e assegurou a sua segunda pole da carreira no Mundial. Binder estava de ‘faca nos dentes’, tocando duas vezes em Jaume Masia, originando uma investigação da Direção de Corrida, mas sem consequências.
O impressionante Guevara, de 16 anos de idade, arrancará para o seu primeiro GP da primeira linha da grelha, ao terminar a qualificação em segundo. John McPhee completa a primeira linha.
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