O terceiro dia foi certamente a etapa mais atípica do evento. Como o segundo dia foi complicado para uma grande parte dos pilotos e o quarto promete uma etapa comprida e desgastante, a organização do Epic Tour criou alternativas ao gosto de todos. Com quatro opções disponíveis, o grupo pôde fazer o Track completo, ir por estrada, fazer uma alternativa mista mais curta, ou ainda, ficar a descansar no hotel e fazer uma visita cultural a Boulmane Dades, onde se encontram as famosas Gargantas de Dades, um dos principais pontos turísticos do país. Eu decidi fazer o que me trouxe a este Epic Tour e desfrutar de um percurso que apesar de ter “apenas” 169 quilómetros prometia muita montanha. De Dades seguimos para sul em direcção às minas de Tiouit para rolarmos muito tempo em altitude, nas montanhas de Jbel Saghro, as mais altas do Anti-Atlas, onde chegámos aos 2600 metros. Subidas e descidas constantes, muitos ganchos bem fechados e uma paisagem deslumbrante de tirar a respiração, que já de si estava fraca pela altitude e cansaço da condução. Pistas muito técnicas, mas onde as Africa Twin tiveram oportunidade de mostrar o seu acerto no equilíbrio das massas e onde o novo acelerador ride-by-wire e novo controlo de tracção mostraram a evolução da moto de 2018.
Cores Epic
Uma das mais impressionantes características do Track de hoje, para além da paisagem de montanha, com vales imensos e pistas em todas as direcções, foram as muitas cores do piso. Para além dos muitos tons de castanho que a terra pode ter, a pista hoje foi negra, amarela, vermelha, verde, cinzenta e roxa, num caleidoscópio colorido que tornou o dia ainda mais fantástico. Com o ponto de almoço a ser já perto do final, rolámos novamente até Dades onde ainda nos cruzámos na entrada da cidade com um grupo de portugueses que estão em viagem por estrada. Amanhã será um dia grande, que nos levará até Merzouga, depois do descanso de muito hoje e da inspiração que foi a pista escolhida, estaremos certamente preparados!