Numa era digital em que nada escapa ao “olhar” atento da imprensa especializada e dos fãs, a Honda não conseguiu evitar que chegassem a público os esquemas de registo de patente daquilo que se espera que venha a ser a nova geração da naked CB1000R.
A atual geração adota uma linguagem de estilo mais aproximada com as naked clássicas, menos agressivas, apostando então em oferecer aos motociclistas adeptos deste tipo de nakeds mais potentes uma moto mais fácil de explorar do que as naked de 200 (ou mais!) cavalos.
Mas a atual geração de nakeds está cada vez mais agressiva, em particular quando falamos das denominadas powernaked ou supernaked, modelos derivados de motos desportivas que são “despidas” das suas carenagens integrais e dos avanços baixos em favor de guiadores mais elevados, mas que mantêm grande parte das soluções eletrónicas e técnicas que encontramos nas desportivas mais avançadas do mercado.
Para a Honda a CB1000R tem sido a “arma” escolhida para combater motos como a Aprilia Tuono V4, a BMW S 1000 R, a KTM 1290 Super Duke R, MV Agusta Brutale 1000, a Ducati Streetfighter V4 ou ainda a Triumph Speed Triple 1200 RS, tudo motos de origem europeia, bastante agressivas, quer na imagem, quer também na performance, e que têm na Yamaha MT-10 como a mais séria rival nascida no país do Sol Nascente.
A Honda, enquanto maior fabricante mundial de motos, deseja alterar esta situação, e a esperada nova geração da CB1000R será o exemplo da ambição da marca japonesa, que em Tóquio tem vindo a trabalhar no projeto que agora começa a ser patenteado, conforme o portal britânico BikeSocial divulgou.
A grande diferença será, para além de um design muito mais agressivo e desportivo, a utilização de uma versão mais moderna do clássico motor quatro cilindros em linha, unidade que na atual geração da CB1000R deriva do motor de 2008 da CBR, e que disponibiliza 145 cv de potência.
Embora não se saiba ainda qual será a versão do tetracilíndrico pela qual a Honda irá optar, tudo indica que seja a geração anterior ao atual motor da CBR1000RR-R Fireblade – leia aqui o nosso teste à superdesportiva japonesa –, que, recordamos, é o quatro cilindros em linha mais potente no segmento das superdesportivas com 217 cv. Isso colocaria a cifra de potência da nova CB1000R entre os 160 e os 180 cv, pois certamente a Honda irá redefinir muitos parâmetros e componentes do motor de forma a tornar esta potência mais agradável de explorar em estrada, e particularmente tendo em conta que estamos a falar de uma naked.
Caso a escolha recaia sobre o mais moderno e potente quatro cilindros em linha da CBR, isso colocaria a CB1000R em linha com motos como a Ducati Streetfighter V4, acima da marca dos 200 cv de potência.
Seja qual for o motor ou a geração do motor escolhido, será certamente um motor bastante mais potente do que o atualmente usado na CB1000R, e que vai respirar, a acreditar nos esquemas incluídos nesta patente, através de um sistema de escape de certa forma parecido com o atual, de duas ponteiras sobrepostas na lateral da moto, sendo que no caso da nova geração existirá um espaço “vazio” entre as saídas de escape.
Todo o “pack” eletrónico incluirá as mais avançadas e atuais ajudas e opções eletrónicas de condução. Modos de condução, alguns deles ajustáveis, controlo de tração, controlo do efeito travão-motor, ajuste do ABS com função em curva… será uma CB1000R bastante mais tecnológica.
Por outro lado, a nível aerodinâmico, e sempre tendo em conta que estamos a falar numa naked de elevadas prestações, a Honda apostará num conjunto de asas laterais, posicionadas ligeiramente abaixo da ótica dianteira, que terão como missão principal ajudar a manter a roda dianteira no solo, ao mesmo tempo que maximizam a estabilidade do conjunto a alta velocidade.
Outras novidades que podemos visualizar nos diferentes esquemas da patente da nova Honda CB1000R são o monoamortecedor em posição horizontal, posicionado no lado esquerdo do motor, e que está ligado por bielas ao monobraço oscilante, uma opção que a Honda sempre tem vindo a utilizar neste modelo.
E quando é que poderemos ver a nova Honda CB1000R na sua versão de produção?
Não há indicações, nem sequer informações obtidas de fontes ligadas à marca japonesa, que a moto seja apresentada no Salão de Milão EICMA em novembro. Até porque a moto ainda nem foi “apanhada” na estrada nos habituais testes obrigatórios para concluir o projeto antes de se avançar para a sua produção. Não estando na exposição italiana, tudo indica que veríamos a nova CB1000R ser introduzida na gama da Honda como modelo de 2024. Essa será a hipótese mais provável.
Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos continuar a acompanhar de perto todos os detalhes sobre a possível chegada ao mercado europeu de uma nova geração da naked Honda CB1000R.
