Com a Scout Bobber, a Indian segue essa tendência nascida nos inícios do século passado de motos aligeiradas e de perfil mais agressivo. Não será de estranhar que este modelo tenha um ar bastante mais ligeiro que a Scout base, até porque a frase de lançamento da mesma é “Strip it down”. É mais ligeiro por um lado, mas mais provocador e cru pelo outro. A maioria dos elementos foram escurecidos, o farol ganhou uma cobertura negra, a traseira desceu e a posição de condução ganhou uma nova atitude, com os pousa-pés recuados quase 4 cm e com um guiador mais baixo e “puxado” para a frente. Sentamo-nos nela e temos de imediato a certeza que somos os “maiores” da avenida. A fantástica resposta do moderno bicilíndrico com 94 cv dá-nos a confiança de que não seremos envergonhados ao cair do sinal verde. O som bem sincronizado entre a admissão de ar e o escape conseguido com sistema Remus opcional, instalado na unidade que testamos, garante a banda sonora a condizer com o estilo.
Potência: 94 cv
Binário: 97 Nm
Peso: 245 kg
Preço: 13.990 euros” card1contentcolor=”#000000″ card2avatar=”image” card2image=”7203″ cardshape=”cq-rounded” cardstyle=”customized” card1bg=”#e2791d” card2bg=”#e2791d”]
EM MOVIMENTO
A condução da Scout Bobber não mudou radicalmente, face ao que o modelo base oferece, o que é muito bom. Sentimos que temos um domínio mais directo da direcção, algo que é maioritariamente reflexo da mudança da nossa posição sobre a moto. Temos mais peso na frente e o guiador dá-nos um melhor tacto da direcção. O bom comportamento da ciclística da Scout, ágil e muito composto, gera na Bobber o mesmo problema que já existia na versão base. Em curva a distância ao solo é muito curta e é fácil tocar com a moto no chão. É necessário assumir uma condução diferente, preterindo a velocidade em curva, para poupar algum metal das zonas laterais da Scout. É um ponto onde investiria no caso de fazer algumas alterações a este modelo, a condução perde algum do prazer que este conjunto pode oferecer.
A Indian Scout Bobber tem a mesma base mecânica da versão base. O motor é um dois cilindros em “V” com 1133 cc, com refrigeração líquida capaz de produzir 94 cv e 97 Nm às 5600 rpm. Começa a empurrar com entusiasmo perto das 2.000 rpm, sem hesitação a qualquer momento, sobe de forma constante até cortar ignição. São características pouco comum para motores do seu segmento. Oferece umas prestações que saem fora do que é comum neste estilo de motos, mas tornam-na muito interessante de utilizar nos dias em que estamos mais entusiasmados. A caixa e a embraiagem são bastante suaves de utilizar, com uma engrenagem bastante precisa de cada relação. Face à possível concorrência destes segmentos, a Indian esgrime um motor que possui prestações superiores e que se faz sentir na prática.
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[hotspotitem]Óptica dianteira
Uma das diferenças estéticas da versão Bobber para a base é a cobertura negra que a óptica dianteira passa a ostentar.
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Punho esquerdo
Os comandos do punho esquerdo garantem o acesso a funções base, como a buzina, o comando de luzes médio e máximos e o do indicador de mudança de direcção. O accionamento pode ser anulado com uma simples pressão no centro do comando. O botão de “sinais de luz” na Scout dá acesso ao menu do painel de instrumentos.
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Punho direito
Os comandos do punho direito dão de uma simplicidade extrema apresentando apenas o botão do motor de arranque e corte de ignição.
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Painel de instrumentos
A instrumentação da Indian Scout Bobber é bastante simples, com um velocímetro analógico circular, que no seu interior tem um display digital onde podemos aceder a diversa informação como a relação engrenada, rotações do motor além das normais relacionadas com os kms percorridos.
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[hotspotitem]Espelho
Os espelhos da Scout Bobber estão colocados numa posição invertida, garantem uma imagem mais “limpa” do guiador, mas podem tocar nos joelhos de quem tenha umas pernas mais longas.[/hotspotitem]
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MODERNA E FÁCIL DE CONDUZIR
Saídos da marina de Cannes, o trajecto da apresentação levou-nos para a montanha a norte da cidade. Muito retorcido, o percurso enalteceu a forma como o motor da Scout pode ser suave e logo de seguida forte na sua resposta. Tem uma tacto moderno e garante uma facilidade de utilização que agradará a motociclistas experiente e aos acabados de chegar ao mundo das duas rodas.
A tarde passou-se numa das belas estradas do sul de França, a Route de La Corniche d’Or. Este troço à beira mar, foi aberto em 1903, impulsionado pelo Touring Club de France com a intenção de desenvolver o turismo em automóvel. Leva-nos da cidade balnear de Saint-Raphaël até Cannes, sempre ladeados pelo azul turquesa do Mediterrâneo, que contrastam de forma intensa com os tons vermelhos da terra desta região. Com a condução em modo mais contemplativo, a Scout Bobber sentiu-se perfeitamente encaixada neste cenário, onde o negro do asfalto acabou sempre por chamar a nossa atenção.
EM RESUMO
De regresso às avenidas costeiras de Cannes, a beleza do nosso pequeno grupo de Indians chamou a atenção aos habitantes da cidade da Palma de Ouro. O pôr do sol entre as palmeiras fez-me sentir numa longa metragem dos anos sessenta. A riqueza arquitectónica desta cidade remete-nos para esses quadros garbosos. Filmes à parte, até porque a Indian mais rápida do mundo, embora uma Scout, faz parte de outro de outro imaginário, a Bobber tem de facto uma silhueta muito atractiva. Tem detalhes sublimes, como o trabalho de pintura e acabamento nas cabeças do motor, mais realçado agora, dado o tom mais escuro desta versão. Os guarda-lamas mais curtos e resultam melhor com a linha curva do depósito e pedem um assento ainda mais simples, que a confortável unidade que equipa de série a Bobber. A linha de acessórios da marca pode ajudar-nos bastante numa primeira abordagem à uma transformação desde modelo, mas tal como está tem já uma beleza rude que nos prende.