Jorge Lorenzo: «Eu vou querer batê-lo e ele vai querer bater-me»

Primeira declarações oficiais de Jorge Lorenzo como piloto oficial da Repsol Honda.

Com o ano de 2018 riscado do calendário, o contrato com a Ducati está oficialmente terminado, e Jorge Lorenzo já pode envergar as cores da Repsol Honda. Por isso, o departamento de imprensa da equipa japonesa não perdeu tempo e realizou a primeira entrevista a Jorge Lorenzo como piloto oficial Honda e novo companheiro de equipa de Marc Marquez.
Ano novo, novas cores. Como te sentes?
«Pessoalmente, gosto das cores em si. As minhas cores favoritas sempre foram o branco, vermelho e negro, e agora junta-se o laranja. São cores que representam êxito, muitíssimas vitórias e muitos campeonatos nestes últimos 25 anos. Estou muito orgulhoso de pertencer a esta família e de poder trazer a minha contribuição para que a equipa seja ainda mais potente.»
Que significa para ti pertencer à Repsol Honda?
«Quando falamos de Repsol Honda, é possivelmente a equipa mais laureada da história. A que tem mais vitórias e títulos. Talvez seja, se compararmos com o futebol, é como um Barça ou um Real Madrid. Não há uma equipa com mais títulos e maior importância a nível mundial do que esta.»
Quais foram as sensações na primeira vez que pilotaste a tua nova moto?
«Vinha de uma moto completamente diferente, uma moto muito grande e alta – talvez um pouco grande demais para a minha estatura. A Honda, no que diz respeito a dimensões, é melhor para mim. É uma moto mais compacta, mais pequena e baixa, com a qual chego melhor ao chão. Senti-me um pouco mais seguro no momento de entrar em curva, porque quanto mais próximo do chão estás, mais confiança tens. A primeira impressão foi positiva e vi muito potencial.»Jorge Lorenzo

Primeiros testes

Quando desmontaste da Honda a primeira vez tinhas um grande sorriso. Que pensaste quando entraste na box?
«Nesse momento não enganas ninguém, a cara fala por ti próprio. É tudo muito emocionante, muito novo, e desfrutas muito. Para além disso, se as sensações são boas, ainda se percebe melhor a tua expressão.»
No testes de Valência e Jerez já experimentaste algumas alterações na tua moto. Como foi?
«Uma das coisas que mais me impressionou foi essa capacidade de reacção da Repsol Honda em dar-te o que pedes. Foi tudo muito claro, a Honda tomou nota de todas as minhas indicações e em poucos dias tinham tudo preparado, e tivemos um depósito quase 100% a meu gosto.»
Disseste que ias aprender de Marc Marquez, mas que ele faria o mesmo contigo. Que crês que podes dar ao Marc e ele a ti?
«Todos os pilotos têm os seus pontos fortes e pontos fracos. Marc têm-nos. Eu tentarei aprender com os seus pontos fortes e suponho que ele tentará aprender com os meus. Desta forma empurramo-nos um ao outro. Eu vou querer batê-lo e ele vai querer bater-me, e isso fará crescer o nível da equipa e ajuda a trazer novos aspectos técnicos para a moto.»Jorge Lorenzo

Dia especial

Em 2019 a Repsol Honda cumpre 25 anos e a Repsol comemora 50 anos de presença no desporto motorizado. Que te dizem estes números?
«São muitos anos. Precisamente quando a Repsol começou a patrocinar a equipa Honda, em 1995, eu comecei a ver as corridas de motos na televisão. Lembro-me muito bem das lutas entre [Tetsuya] Harada e o meu ídolo [Max] Biaggi em 250 cc, mas também das corridas de 500 cc, com [Alex] Crivillé e [Mick] Doohan, quando [Valentino] Rossi assinou pela Repsol Honda ou quando Nicky Hayden ganhou o Mundial em 2006. Trata-se de uma equipa muito bem sucedida, com muitíssimas vitórias e títulos mundiais, e agora terei terei a honra e o prazer de poder pertencer a essa equipa.
E 50 anos, nem se fala. São mesmo muitos. Creio que Angel Nieto foi um dos primeiros desportistas que a Repsol começou a patrocinar. Foi o pioneiro em Espanha, impulsionou o desporto em Espanha e é impressionante que a Repsol estivesse presente naquela altura, apoiando-o.»
No dia 23 de Janeiro realiza-se a apresentação da equipa em Madrid. Como esperas esse dia?
«A apresentação será muito especial para mim. Creio que está a gerar grande expectativa, porque são 12 títulos mundiais e muitas vitórias juntas na mesma equipa. E, sobretudo, há muito talento e muita velocidade na equipa mais laureada da história. A expectativa e o optimismo que se respiram actualmente é muito grande e vamos passar bem esse dia.»Jorge Lorenzo