Lés-a-Lés Off Road 2024 – A crónica da 3ª Etapa, do Alandroal a Albufeira

Chuva, temperaturas ‘frescas’ e pó foram os condimentos da 3ª Etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off Road que terminou em Albufeira.

lés-a-lés off road

Foi em pleno dia 5 de outubro e celebração da implantação da República em Portugal que terminou o sempre aventureiro Portugal de Lés-a-Lés Off Road 2024. Ao fim de três etapas a caravana chegou ao destino final, Albufeira.

Um final de festa do off road nacional, em que os participantes mototuristas percorreram um percurso que ligou o Alandroal à cidade algarvia, e onde as dificuldades superadas deram lugar a sorrisos e muita descontração.

Tradicionalmente marcada pelas longas retas nas planícies alentejanas, pelo calor e por algum pó, a 3ª e última etapa do 9º Portugal de Lés-a-Lés Off Road foi vivida sob temperaturas frescas e até alguma chuva.

Condições climatéricas que tiveram o condão de eliminar o pó e facilitar a condução dos mototuristas aventureiros, situação que até mesmo os mais experimentados nestas andanças do TT aproveitam bem. Isto pelo menos durante o primeiro terço da ligação entre o Alandroal e Albufeira.

Sobretudo para os madrugadores, que puderam divertir-se num percurso muito rolante e que só obrigou a cuidados acrescidos, por causa do pó, a partir de Viana do Alentejo.

Para começar o dia, a viagem pela N373 contou com algumas incursões pela terra para animar a manhã, para ir aquecendo o corpo num dia que nasceu fresco e bem húmido. Mas que prometia ser bem mais quente à medida que se rolava rumo a Sul.

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Um dia que teve também forte carga histórica, passando muito perto das ruínas da Ermida e Albergaria de Santa Marina ou do Santuário Endovélico da Rocha da Mina. Situado bem no coração do Alandroal, por entre um bosque onde os carvalhos tentam a sua sobrevivência contra a propagação progressiva dos eucaliptos.

Mas também na belíssima e praticamente desconhecida Ponte dos Ouros ou o castro do Castelo Velho de Lucefécit. Marcas incontornáveis da história do nosso território que são, frequentemente, desvendadas noutros eventos organizados sob a égide da Federação de Motociclismo de Portugal, como o Lés-a-Lés percorrido por estradas de asfalto, ou as jornadas do Troféu Nacional de Moto-Ralis.

Agora, era tempo de rolar a Sul, evitando despertar as gentes locais passando ao largo do Redondo, abrindo e fechando mais cancelas, voltando de novo ao asfalto até à passagem pela albufeira da Vigia, formada pela Ribeira do Alcorovisco.

Daí até à belíssima Viana do Alentejo foi um saltinho que, com bênção da meteorologia, permitiu apreciar, ainda que de passagem, o castelo construído no mesmo ano (1313) em que a vila recebeu o Foral do Rei D. Dinis.

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Já com os motores (e pneus!) bem quentes, as caras dos participantes deste Lés-a-Lés Off Road apresentavam semblantes cada vez mais sorridentes. Os aventureiros abancaram nas margens da Albufeira de Odivelas, logo a seguir à barragem de Odivelas, para repor energias no Oásis da Honda, onde brilharam as sempre deliciosas Bolas de Berlim.

Participantes mais preocupados em voltar à ação do que com a data de entrada em funcionamento da infraestrutura utilizada para irrigação a campos agrícolas, mas que tem, também, uma central de aproveitamento hidroelétrico. Que, já agora, foi inaugurada em 1972 e tem um paredão de 500 metros de comprimento e 55 metros de altura.

Uma dose de cultura geral que acompanha sempre este tipo de eventos de mototurismo antes da passagem ao largo de Aljustrel, com mais cancelas, e longas retas, até Grandaços, onde a FMP montou o já reputado restaurante ‘Oásis de Sonho’. Sempre com menu variado e uma equipa sempre pronta no atendimento e de simpatia transbordante.

Localizada entre Castro Verde e Ourique, que é como quem diz entre as míticas ligações N2 e IC1, mesmo ao lado da A2, Grandaços ficou no coração dos participantes que decidiram parar na genuína taberna do Tio Raúl. Onde as risadas genuínas e perguntas interessadas quase faziam parar os relógios.

Mas havia que seguir viagem, através de Ourique, infletindo para Almodôvar, mas, uma vez mais, sem perder tempo no Povoado das Mesas do Castelinho, a aldeia pré-romana perto de Santa Clara-a-Nova, fundada no calcolítico, e depois ocupada durante os períodos romano e islâmico.

Conta a lenda popular que, debaixo do chão das Mesas do Castelinho viveria uma comunidade que contava com um ‘homem lagarto’ que daria sorte a quem o abraçasse!

Ao que se apurou em Albufeira ninguém avistou o ‘homem lagarto’ muito menos o terá abraçado, mas ficou confirmado que todos tiveram sorte na diversão através da serra do Caldeirão.

Com passagem próxima do Alto do Malhão, ponto mítico do ciclismo em terras algarvias. Alguma dureza, mas fora de estrada, encontraram os participantes nesta fase final, apenas para criar uma dose final de animação. Assim como que em jeito de sobremesa TT, numa altura em que o calor justificava o motivo da força do turismo nesta região.

E depois de um dia muito rolante, alternando entre as planícies já desprovidas de cereal e as enormes áreas de cultura intensiva e super intensiva de olival acompanhada pelos seus típicos aromas bem vincados, fizeram-se os últimos quilómetros em terra batida até às piscinas naturais da Ribeira de Alte.

A partir daí, apenas asfalto, com tempo para recordar a aventura do ano na ligação até à Praça dos Pescadores. Ali, bem no coração de Albufeira, voltou a festa e os sorrisos próprios de mais um Lés-a-Lés Off Road, recuperando momentos históricos vividos em 2003, com a chegada do 5º Portugal de Lés-a-Lés, e em 2016, com a partida da 18ª edição.

E que coroou a 9ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off Road com promessas de voltar nos primeiros dias de outubro de 2025 para a festa que assinala a primeira década da grande aventura do TT nacional e que já deixa saudades em todos os que nela participaram este ano.

Galeria de fotos da 3ª Etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off Road

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