Hoje de manhã a Repsol Honda confirmou oficialmente que contratou Jorge Lorenzo para as suas fileiras. O piloto espanhol será nos próximos dois anos o companheiro de equipa de Marc Marquez na formação oficial do HRC.
O comunicado oficial da Repsol Honda é curto e lacónico referindo apenas a contratação por dois anos.
Aparentemente Jorge Lorenzo tinha bastante avançado o projecto de regressar aos comandos de uma Yamaha no próximo ano. Foi a opção que escolheu assim que decidiu que não continuaria na Ducati. Segundo o jornalista espanhol Mela Chércoles, do AS, o piloto espanhol teria o apoio da Petronas e da Monster; a equipa seria a de Jorge Martinez Aspar.
A Angel Nieto Team iria trocar as Ducati pelas Yamaha, passando a ser equipa satélite do construtor japonês. Jorge Martinez, no programa El Larguero da rádio Cadena Ser, mostrou-se surpreendido com a mudança de rumo de Lorenzo; mas reconheceu que o piloto não quebrou qualquer acordo ao assinar pela Honda.
«A percentagem de Jorge estar no projecto era muito alta, uns 80%. Mas não, o Jorge não estaria a quebrar qualquer pacto. Eu tenho estado a falar com a Yamaha e com todos. Os passos a seguir era ver que existe patrocinador, que a Yamaha desse o ok e a gora estava a re-construir-se o projecto. E vai seguir em frente, com ou sem Jorge», disse Aspar, ontem à noite aos microfones da rádio espanhola.
Anterior relação azeda
Aparentemente tudo se precipitou no passado fim-de-semana em Mugello. Perante a possibilidade de entrar na equipa oficial Honda, Jorge Lorenzo descartou tudo o resto.
Não deixa de ser irónico que Jorge Lorenzo tenha sido contratado por um antigo ‘inimigo’. Alberto Puig, agora director da Repsol Honda Team, foi manager de Dani Pedrosa no passado. Nessa altura dirigiu duras palavras a Jorge Lorenzo, quando este tinha Dani Amatriaín como manager. O relacionamento destes dois pares piloto/manager foi conturbado; o relacionamento azedo dos managers contagiava os seus pilotos, que durante anos não se falaram. Até o Rei Juan Carlos tentou mudar isso no pódio de Jerez, em 2008, obrigando ambos a dar as mãos.
As coisas começaram a melhorar quando Lorenzo dispensou Amatriaín perto do final da temporada de 2008.
Para Jorge Lorenzo a Honda será a terceira moto diferente que vai pilotar na categoria rainha do Mundial de Velocidade. Estando ainda sob contrato com a Ducati até ao final do ano, não há declarações oficiais do piloto espanhol sobre o contrato com a Honda.
Petrucci na Ducati Team
Com a saída de Jorge Lorenzo, a Ducati tinha que preencher a vaga, e a escolha recaiu sobre Danilo Petrucci. O piloto italiano chegou aos GPs em 2012, depois de ter sido segundo classificado na então Taça Superstock 1000, com uma Ducati da Barni Racing. Depois saltou para as MotoGP e passou os três primeiros anos aos comandos de motos pouco competitivas como a Ioda Suter ou a ART. Entrou na Pramac em 2015 conseguindo um pódio logo nesse ano. Apesar de integrado numa equipa satélite, Petrucci tinha toda a confiança da Ducati e tem trabalhado directamente com a fábrica; tem contribuído nos últimos tempos para o desenvolvimento da Desemosedici. A entrada na equipa oficial é uma uma promoção merecida para o piloto italiano de 28 anos, que vê assim um sonho tornar-se realidade, embora seja um contrato de apenas um ano.
«É uma grande honra tornar-me piloto oficial da Ducati Team, especialmente para mim que começou na Ducati como piloto de testes de motos de produção. Primeiro que tudo, gostaria de agradecer ao Paolo Campinoti e ao Francesco Guidotti, que me deram a oportunidade há quatro anos de correr com uma Ducati na Pramac Racing Team, sem eles isto não teria sido possível», diz o italiano. «E também agradecer a Claudio Domenicali, Gigi Dall’Igna e Paolo Ciabatti da Ducati Corse, que primeiro me apreciaram como pessoa e depois como piloto, e mal posso esperar iniciar esta nova aventura na equipa de fábrica», regozija-se Petrux, que pretende terminar o ano entre os cinco primeiros.
O adeus a Lorenzo
Aproveitando o anúncio da contratação deDanilo Petrucci, Claudio Domenicali, administrador-delegado da Ducati aproveita para despedir-se de Jorge Lorenzo: «Primeiro que tudo, gostaria de agradecer ao Jorge Lorenzo pelo esforço e pelo empenho durante a sua permanência na Ducati como piloto, e em particular pela excepcional vitória no domingo passado em Mugello, que entrara na história como um dos feitos lendários da nossa empresa na competição. O Jorge é um grande campeão, capaz de feitos incríveis, e embora seja triste que ele tenha levado tanto tempo a encontrar as melhores sensações com a nossa moto, continuaremos a fazer todo o possível para o colocar em posição de alcançar mais vitórias nas restantes provas da temporada e lutar pelo título com o seu companheiro de equipa Andrea Dovizioso», declarou Domenicali.
Apesar das boas intenções da Ducati, obviamente não vão entregar o ouro ao bandido. Ou seja, com Lorenzo de saída para a concorrência, o seu estatuto deverá mudar na Ducati Corse até ao final do ano.
Hafizh Syahrin fica na Tech3
Hoje foi também confirmado que Hafizh Syahrin fica na Tech3. O piloto malaio será então o companheiro de equipa de Miguel Oliveira aos comandos das KTM da equipa francesa.
O contrato é de apenas um ano para o malaio de 24 anos que entrou esta temporada na equipa francesa para substituir Jonas Folger.
«É difícil para mim dizer e acreditar. Primeiro do que tudo, tenho que dizer muito obrigado ao Hervé por confiar em mim e dar-me esta oportunidade de ficar com a família Tech3 e ao mesmo tempo integrar a família KTM», disse Syahrin, que neste momento lidera a classificação dos rookies da categoria rainha, empatado com Franco Morbidelli
Pilotos confirmados para 2019
Equipas oficiais | Pilotos (fim de contrato) | |
Aprilia Racing Team Gresini | Aleix Espargaró (2020) | |
Ducati Team | Andrea Dovizioso (2020) | Danilo Petrucci (2019) |
Movistar Yamaha MotoGP | Valentino Rossi (2020) | Maverick Viñales (2020) |
Red Bull KTM Factory Racing | Johann Zarco (2020) | Pol Espargaró (2020) |
Repsol Honda Team | Marc Marquez (2020) | Jorge Lorenzo (2020) |
Team Suzuki Ecstar | Álex Rins (2020) | |
Equipas satélite | ||
Alma Pramac Ducati | Francesco Bagnaia (2020) | Jack Miller (2019) |
Angel Nieto Team | ||
EG 0,0 Marc VDS | Franco Morbidelli (2019) | |
LCR Honda Castrol/Idemitsu | Cal Crutchlow (2019) | |
Reale Avintia Ducati | Xavier Simeon (2019) | |
Tech3 KTM | Miguel Oliveira (2019) | Hafizh Syahrin (2019) |