As versões M são bem conhecidas nos carros BMW, e desde há quase dois anos a letra da divisão desportiva da marca alemã chegou às motos; primeiro sob a forma de componentes especiais, e agora surge a primeira moto M: acaba de ser apresentada a BMW M 1000 RR.
A BMW Motorsport foi estabelecida no início dos anos ‘70, criando versões de competição dos seus carros. Ainda no final dessa década, surgiram os primeiros M para venda ao público. No início dos anos ‘90 a BMW Motorsport mudou o nome para BMW M, e a sua gama de versões especiais – motores mais musculados, componentes como jantes, travões e suspensões mais refinados, etc. – foi crescendo.
Primeiro os componentes, agora um novo modelo
No final de 2018 a BMW anunciou os primeiros componentes M para as suas motos, concebidos, naturalmente, para a desportiva S 1000 RR. Agora a marca alemã vai mais longe e cria o primeiro modelo M, com base – adivinharam – na S 1000 RR.
Tal como nos automóveis, a M 1000 RR toma por base uma versão de série que recebe componentes especiais que visam melhorar as suas prestações, com um ‘look’ a condizer.
O motor da M 1000 RR é o quatro cilindros em linha da actual desportiva alemã, mas com uns ‘retoques’. O propulsor, equipado com distribuição variável ShiftCam, conta com êmbolos Mahle de dois segmentos; taxa de compressão aumentada para 13,5:1 graças a bielas mais longas – e mais leves – de titânio da Pankl; colectores de admissão trabalhados; balanceiros mais leves e árvores de cames optimizadas resultaram num aumento de potência para 212 cv às 14 500 rpm. O sistema de escape com vários componentes em titânio também ajuda, para além de que a curva é mais generosa entre as 6000 e 15 100 rpm do que na S.
Escusado será dizer que a electrónica tem presença de relevo. Cinco modos de condução – Rain, Road, Dynamic, Race” e Race Pro1-3, sendo que neste último se pode personalizar a curva de entrega de potência e o efeito de travão motor – Shift Assistant Pro, Launch Control, Hill Start Control, etc.
Tudo isto poder ser escolhido e controlado através do ecrã TFT de 6,5’’, que com um código de activação (opcional) pode servir como GPS data logger GPS laptrigger.
Asas desenhadas no túnel de vento
Quando vimos o anúncio desta moto pensámos que este seria o segundo modelo da BMW a usar um quadro de fibra de carbono. Mas ainda não, a HP4 continua a ser a única. Esta mantém o quadro de alumínio, com suspensões refinadas para este modelo. De carbono são as jantes, que ajudam a baixar o peso do conjunto, que se cifra nos 192 kg; é cerca de 1,5 kg mais leve do que a S com com os componentes M do catálogo.
Na M 1000 RR também não faltam as asas na carenagem, que tem também um vidro um pouco mais alto do que na S. As asas foram desenvolvidas em túnel de vento, são feitas em fibra de carbono e têm como função carregar a dianteira em aceleração.
Outra estreia numa moto BMW é o sistema de travagem M, desenvolvido pela própria marca em competição, de modo a garantir maior resistência à fadiga e a proporcionar maior controlo ao condutor/piloto. As pinças M são anodizadas a azul.