Morreu Fausto Gresini

Fausto Gresini não resistiu à doença e acabou por falecer no hospital depois de dois meses de internamento.

Depois de quase dois meses de luta contra a doença, Fausto Gresini não resistiu à Covid-19. O antigo piloto foi internado no hospital Maggiore de Bolonha a 27 de Dezembro e fiou desde então nos cuidados intensivos. Ligado ao ventilador, passou grande parte do tempo em coma. Ontem alguns meios de comunicação italianos anunciaram a sua morte, que seria imediatamente desmentida por um dos seus filhos e pela sua equipa, a Gresini Racing.

A confirmação oficial da sua morte surgiu esta manhã. Fausto Gresini tinha cumprido 60 anos de idade no passado dia 23 de Janeiro, era casado e deixa quatro filhos.

De piloto a proprietário e manager

Fausto Gresini é um dos atuais gestores do Mundial de Velocidade que começou como piloto. E foi bem sucedido. Competiu exclusivamente na categoria de 125 cc entre 1983 e 1994; foi duas vezes campeão mundial, em 1985 e 1987 (ambas com a Garelli), e ficou mais quatro vezes entre os três primeiros. Para além dos dois títulos, em 12 anos de carreira obteve 21 vitórias e um total de 47 pódios, com três marcas diferentes, MBA, Garelli e Honda.

Depois de terminar a sua carreira de piloto não deixou o Mundial, formando a sua própria equipa. Também como proprietário/diretor foi bem sucedido, conquistando quatro títulos. O primeiro foi em 2001, com Daijiro Kato nas 250; depois em 2010, Toni Elias seria o primeiro campeão de Moto2 da história, com as cores do Team Gresini. Em 2018 Jorge Martin conquistou o título de Moto3 para a equipa italiana, e em 2019 Matteo Ferrari foi o primeiro vencedor da Taça do Mundo de Moto3, integrado na formação de Gresini.

Alegria e tristeza

Fausto Gresini era um grande apaixonado pela competição, bem conhecido e apreciado no paddock. A sua carreira ficaria marcada também por alguns dos momentos mais tristes da história do campeonato. Uma delas foi em Abril de 2003, quando Daijiro Kato faleceu em Suzuka aos comandos da Honda RC211V da Gresini Racing, nesse ano com as cores da Telefonica Movistar. Depois de ter conquistado o título de 250 cc, Daijiro não só era apontado como um potencial campeão vencedor de MotoGP, como tinha conquistado o coração de Fausto Gresini, que ficou muito abalado pela morte do piloto japonês.

A história viria a repetir-se em Outubro de 2011. O carismático Marco Simoncelli, com a Honda da San Carlo Honda Gresini, não resistiu aos ferimentos na sequência da queda no início do GP da Malásia. Mais uma vez Gresini superou o desgosto, e continuou empenhado em ter uma das melhores equipas do paddock, por onde passaram tantos pilotos. A Gresini Racing já passou por todas as categorias, e na temporada de 2021 em três, MotoGP, Moto3 e MotoE.

A tristeza do paddock está bem patente nas mensagens deixadas nas redes sociais, depois de ter perdido um dos seus. Que descanse em paz.