Moto2 2024 – Gresini Racing compete sem logos do patrocinador QJ Motor

O piloto Manu Gonzalez provocou, inadvertidamente, um caso entre a Gresini Racing e o patrocinador QJ Motor. E as consequências estão à vista.

gresini racing

O Grande Prémio do Japão de MotoGP ainda está a dar que falar, pelo menos no que diz respeito à categoria Moto2. Isto porque o piloto Manu Gonzalez provocou, inadvertidamente, um caso que envolve a sua equipa Gresini Racing e o patrocinador principal QJ Motor.

Durante o referido Grande Prémio do Japão, o piloto utilizou uma fita de cabeça tradicional japonesa, a “hachimaki”. Uma fita que pode ser utilizada para mostrar nacionalismo, invocando, por exemplo, uma época específica da história do Japão imperialista que criou profundas clivagens com a China, ou então pode ser utilizada para ostentar o orgulho desportivo enquanto nação.

Manu Gonzalez, sem estar devidamente informado das implicações históricas ou nacionalistas de utilizar a “hachimaki”, acabou por se ver envolvido num caso que arrastou a sua equipa de Moto2, a Gresini Racing, e o patrocinador principal QJ Motor, para uma disputa que hoje conheceu mais um capítulo.

A QJ Motor, de origem chinesa, não gostou de ver um dos seus pilotos a utilizar a referida fita de cabeça tradicional japonesa, apontado o dedo e dizendo que era uma provocação à China, citando mesmo que a atitude ofendeu os sentimentos nacionalistas dos motociclistas e cidadãos chineses.

A marca chinesa rapidamente reagiu, emitindo logo após o GP do Japão um comunicado onde, apesar de reconhecer que Gonzalez não conhece a história associada à fita, exigia à Gresini Racing que despedisse o piloto.

Manu Gonzalez rapidamente pediu desculpas públicas pelo sucedido, assumiu o desconhecimento pela história japonesa e chinesa.

Por outro lado, a Gresini Racing demorou um pouco a reagir, procurando perceber ao certo quem é que tinha publicado o referido comunicado a exigir o despedimento do piloto. Agora que estamos a chegar ao Grande Prémio da Austrália – clique aqui para ver os horários completos – a equipa liderada por Nadia Padovani decidiu então divulgar a sua decisão.

Ficou claro desde o primeiro momento que a equipa não iria ceder à pressão da QJ Motor.

E hoje mesmo informou que nos quatro Grandes Prémios que faltam disputar até final da temporada de Moto2, as motos da equipa estarão ‘despidas’ dos logos da QJ Motor, uma decisão que a equipa define como sendo para mostrar respeito à China:

“Em Motegi também aconteceu um incidente que envolveu o Manuel Gonzalez que usou uma fita de cabeça japonesa na grelha de partida. Tal ato – embora sem intenção – eventualmente feriu a sensibilidade do povo chinês. A QJ Motor e a Gresini Racing estão a discutir de forma positiva e é esperado que tudo esteja resolvido em breve. Como forma de respeito para com a China, a Gresini Racing Moto2 vai competir com as suas motos sem patrocinador nas quatro rondas que faltam na atual temporada”.

Entretanto, Manu Gonzalez voltou a aproveitar para reafirmar que não era a sua intenção mostrar qualquer mensagem política, voltando mesmo a pedir desculpa, mais uma vez, a todos os que se sentiram ofendidos pelo facto de ter usado a “hachimaki” durante o procedimento de grelha de partida no GP do Japão.

Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades do MotoGP. A não perder!