As motos há muito que estão na mira dos políticos europeus, que olham para estes veículos de duas rodas, quase independentemente da sua cilindrada, como mais uma forma de conseguirem “sacar” alguns euros aos cidadãos. As motos, quer seja pelo senso comum, quer seja através de estudos, são um meio de transporte particularmente válido para meios urbanos, facilitando a mobilidade e ajudando a descongestionar as estradas. Porém, em Paris, acaba de entrar em vigor uma medida que visa dificultar a vida aos motociclistas.
A Câmara Municipal de Paris decidiu passar a aplicar tarifas de estacionamento para todas as motos e ciclomotores que queiram estacionar na capital francesa. Estas tarifas estão já a ser aplicadas desde o passado dia 1 de setembro.
E, claro, os motociclistas parisienses, aqueles que mais sofrem o impacto desta medida na sua carteira, estão furiosos!
Para além de perceberem que esta medida vai contra tudo aquilo que durante anos foi defendido por muitas entidades municipais, que enalteceram as motos, e principalmente as scooters, como uma excelente forma de mobilidade urbana, destacando a isenção de pagamento de estacionamento que é aplicável aos automóveis, ficaram agora a saber quanto têm de pagar para estacionar as suas motos em Paris.
Nas zonas mais interiores de Paris, estacionar a moto custará 3€ por hora. Nas zonas mais exteriores, onde o congestionamento é menor, esse valor por hora baixa para os 2€. Por outro lado, os motociclistas com residência na cidade, têm a possibilidade de adquirir uma licença de estacionamento anual que custa 22,50€.
Existem exceções previstas para motos elétricas e para alguns veículos de duas rodas menos poluentes. Mas a grande maioria das motos que circulam diariamente em Paris – calcula-se que cerca de 100.000 motos por dia – terá mesmo de pagar estacionamento numa cidade onde até agora esse estacionamento era gratuito.
Em resposta às reações mais furiosas dos motociclistas parisienses, David Belliard, assistente do presidente da câmara de Paris para questões de transportes e mobilidade, justifica esta medida com a necessidade de encorajar os cidadãos a optarem por transportes públicos, sendo que o dinheiro obtido com as tarifas de estacionamento será revertido em medidas que ajudem Paris a atingir a neutralidade carbónica em 2050.
Com muitos motociclistas agora afetados pela introdução destas tarifas de estacionamento, as reações não se fizeram esperar, e muitos mostram diariamente o seu descontentamento perante aquilo que consideram como mais um imposto mascarado de medida ambiental.
Veremos o que resulta desta batalha dos motociclistas franceses contra uma medida que, certamente, outras cidades europeias estarão desejosas de adotar como forma de aumentar as suas receitas.