Não há memória de um período tão negro e dramático na história da Kawasaki e do campeonato do mundo de motocross, desde o seu surgimento em 1952. À semelhança das restantes equipas do mundial de motocross, as da Kawasaki foram obrigadas a adaptar-se a uma nova realidade, com novos desafios e estratégias. Neste momento, toda a equipa técnica continua ocupada, a trabalhar nas oficinas das equipas sediadas na Holanda e em Inglaterra, dois países onde as regras do confinamento ainda não são demasiado restritivas.
Equipa F&H Racing Team
“Os nossos mecânicos continuam a trabalhar nas respectivas oficinas,” explica Nathalie Fase, manager da equipa F&H Racing Team. “É claro que tivemos que adoptar medidas extra de segurança e precaução; mantemos a distância aconselhada, uns dos outros, não nos tocamos para nos cumprimentar e não tomamos refeições em grupo. Tudo é limpo e desinfectado várias vezes ao dia, lavamos as mãos um milhão de vezes por dia com água, sabão e álcool gel. Todos temos o nosso próprio espaço para trabalhar e com uma boa distância entre nós. Tentamos manter o mais ocupados possível, utilizando o tempo para testar novas soluções e trabalhar no desenvolvimento das motos.”
A situação é idêntica na KRT e DRT, onde há muito trabalho a fazer, para preparar o regresso da melhor forma possível à competição.
Monster Energy KRT
“Os mecânicos mantêm-se a trabalhar nas oficinas para ter tudo pronto quando for necessário regressar às pistas e, de acordo com a previsões da FIM, deveremos regressar a 6 e 7 de Junho na Rússia. Precisamos de manter todos a salvo deste vírus e as corridas, depois de começarem só vão parar no final de Novembro. Muito provavelmente não deveremos ter a habitual paragem de Inverno e por isso, teremos que preparar a temporada de 2021 assim que o último GP terminar, sem descanso,” confirma François Lemariey, Director da equipa Monster Energy KRT.
DRT
“Continuamos todos a trabalhar e ocupados em preparar o regresso à competição; como somos apenas dois mecânicos e eu, estamos sempre ocupados,” é como o proprietário da equipa DRT, Steve Dixon resume a actual situação.
“Estamos focados em cumprir um objectivo diário e em criar um padrão que nos permita poupar tempo e tornar o nosso trabalho mais eficiente quando a competição regressar; estamos a fazer coisas que raramente tínhamos tempo para fazer no passado, por isso, para nós, é uma oportunidade para criar novos hábitos e começar a preparar melhor o futuro e a época de 2021 porque certamente vamos ter uma pré-época muito curta, atendendo às últimas alterações ao calendário de 2020.”
Para os pilotos, esta paragem forçada não é a ideal, uma vez que têm acesso muito restrito às actividades físicas. A maioria das pistas estão fechadas na Europa, mas para Romain Febvre, Roan van de Moosdjik e Todd Wilson, que estavam a recuperar de lesões, esta pausa na competição é uma boa oportunidade para recuperar sem a pressão das corridas.
Ambos, Romain e Roan continuam as recuperações, enquanto o Todd foi submetido a mais uma cirurgia à mão, depois de ter fracturado alguns dedos na Holanda. Tal como os restantes pilotos do mundial de MXGP e MX2, as equipas da Kawasaki e todo o staff estão impressionados com os incansáveis esforços feitos pela FIM e o promotor Infront Moto Racing em manter o optimismo de todos em alta, assim como arranjar alternativas para que se cumpra o calendário quando esta crise terminar.
Para as estruturas da Kawasaki, sejam elas dos campeonatos do mundo ou dos campeonatos nacionais, são tempos muito difíceis, de muita reinvenção e adaptação, na esperança de um regresso rápido à competição!