Depois da Energica ter anunciado há dois dias que a temporada de 2022 iria ser a sua última como fornecedora da categoria MotoE, ficou no ar uma questão. Qual será o futuro da categoria das motos elétricas?
A resposta foi dada hoje, por Claudio Domenicali, CEO da Ducati. Será a marca italiana a assumir o papel de fornecedora de motos elétricas para a Taça do Mundo de MotoE a partir de 2023 e até, pelo menos, 2026.
O anúncio oficial foi feito hoje no Misano World Circuit Marco Simoncelli, na véspera do GP Made in Italy e da Emilia Romagna, numa conferência onde esteve presente também Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna Sports.
O anúncio apanhou toda a gente de surpresa, especialmente porque neste momento a Ducati não tem qualquer moto elétrica na sua gama. Para já. Porque a marca de Borgo Panigale tem planos para isso, e o envolvimento em MotoE faz parte desses planos.
O melhor laboratório é a competição
«Este acordo aparece no momento certo para a Ducati, que tem estado a estudar os motores elétricos há alguns anos; isto ajudar-nos-á no desenvolvimento num ambiente controlado: a competição. Trabalharemos para dar a todos os participantes na Taça do Mundo de MotoE uma moto elétrica de altas prestações, e feita para ser um exemplo de leveza», Disse Domenicali. «É na área do peso, que é um elemento fundamental numa moto de competição, que enfrentaremos o maior desafio. Motos leves sempre estiveram no ADN da Ducati, e graças à tecnologia e química das baterias, que estão a evoluir tão rapidamente, temos a certeza de que obteremos excelentes resultados».
Apesar da motivação deste novo desafio, Claudio Domenicali não tem a certeza se o futuro das motos será elétrico; por isso está a trabalhar noutras áreas, como o combustível sintético. Tudo isto com um objetivo: atingir a neutralidade carbónica.
No mesmo sentido, para se tornar mais ‘verde’, está a trabalhar a Dorna em relação às restantes categorias. Carmelo Ezpeleta reveloou que está em conversações com a MSMA (a associação de construtores) para fazer evoluir o campeonato na direção da neutralidade carbónica. Ezpeleta afirmou mesmo que está para breve um anúncio oficial neste sentido.
Com a entrada da Ducati em MotoE, a modalidade das motos elétricas entra numa nova era. Enquanto que a Energica adaptou uma das suas motos de estrada à competição, a Ducati fará o sentido inverso, começando o desenvolvimento na competição. É um trajeto semelhante ao do seu atual motor V4 – que rompeu com a tradição do V2 a 90° desmodrómico; foi desenvolvido originalmente em MotoGP, para chegar depois aos modelos de estrada.