A notícia bombástica que ensombrou os testes oficiais de MotoGP no circuito Jerez Ángel Nieto no dia de ontem, e que dá conta da vontade da Suzuki abandonar a categoria rainha no final da atual temporada, deixou o paddock do Mundial de Velocidade num autêntico alvoroço. E depois de cerca de um dia de rumores e informações não confirmadas, foi a Dorna que decidiu entrar em cena e tomar uma posição.
A entidade que gere os destinos de todo o Mundial de Velocidade, e neste caso em particular do MotoGP, emitiu um comunicado oficial onde informa que “contactou a fábrica (Suzuki) relativamente aos recentes rumores do seu abandono no final de 2022”.
Até aqui tudo normal. Mas a Dorna vai mais longe e no texto do comunicado demonstra uma clara insatisfação pelo facto deste suposto abandono ter vindo a público após uma reunião que terá existido no circuito de Jerez entre os responsáveis da fábrica da Hamamatsu e os membros da equipa Suzuki Ecstar, que foram apanhados de surpresa neste turbilhão.
A Dorna relembra a Suzuki que “As condições do contrato para competir em MotoGP não lhes permite tomar esta decisão de forma unilateral”. Uma clara tomada de posição da entidade liderada por Carmelo Ezpeleta face à possibilidade de ver a categoria rainha perder uma das seis marcas que atualmente estão em competição.
Já ontem a revista MotoJornal tinha colocado a hipótese da Dorna obrigar a Suzuki a cumprir o contrato que assinaram no ano passado e que obriga as motos de Hamamatsu de estarem em pista em MotoGP até ao fim de 2026. Uma saída levaria sempre a penalizações ou compensações do ponto de vista financeiro. Compensações na ordem dos muitos milhões de euros certamente.
Não obstante a vontade de impedir a Suzuki de abandonar e fazer valer os contratos assinados, a Dorna deixa a porta aberta a um entendimento que permita à Suzuki sair de cena de forma menos penalizadora para todas as partes.
E se para a Dorna a possibilidade de ver a Suzuki partir é algo que nem querem ouvir falar, para os milhões de fãs de MotoGP esta foi uma notícia que os deixou sem palavras.
Ainda mais numa temporada em que temos seis marcas a competir pelas vitórias e pódios, e com a Suzuki Ecstar na liderança da classificação de equipas, enquanto os pilotos Alex Rins e Joan Mir têm estado em bom nível e também estão bem posicionados na classificação de pilotos após seis corridas realizadas.
A saída da Suzuki no final de 2022 poderia deixar a grelha de partida de MotoGP reduzida a 22 motos. Mas essa situação poderá não se verificar, pois a Dorna confirma que “Continuamos a receber muito interesse tanto de fábricas oficiais como de equipas independentes que se querem juntar ao MotoGP”.
Mais importante, a Dorna termina o seu comunicado referindo que “O interesse destas partes foi reconfirmado nas últimas 24 horas”, o que permite antever um cenário em que as duas motos da Suzuki podem rapidamente ser substituídas por outras duas motos de outro fabricante.
A revista MotoJornal continuará a acompanhar de perto toda a evolução do suposto abandono da Suzuki no final da temporada 2022 de MotoGP. Fique atento a www.motojornal.pt .