Quando chove em dia de corrida, todos têm de contar com Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) como grande favorito à vitória! E a verdade é que, mais uma vez, o piloto português mostrou que não tem muitos rivais à sua altura em condições de chuva de MotoGP, vencendo de forma fantástica o Grande Prémio da Tailândia.
Após aquela que foi a sua segunda vitória da temporada 2022 na categoria rainha, e a quinta vitória da sua carreira enquanto piloto da categoria MotoGP, Miguel Oliveira mostra-se, obviamente, satisfeito com o resultado que lhe permite subir a 8º na classificação de pilotos.
Aqui ficam as declarações de Miguel Oliveira após a vitória na Tailândia:
“Sim, foi uma corrida longa, mas não me posso queixar. Cada vez que podemos pilotar em molhado eu sou sempre super rápido, e nesta corrida quando começou a chover tive alguns flashbacks da Indonésia. Mas tentei manter os pés assentes na terra, fazer um bom arranque, sem erros e levar a moto até ao fim. Muito feliz com esta vitória de final de temporada embora seja uma vitória em molhado e não em seco. Mas eu aceito uma vitória em quaisquer condições”, começou por referir o piloto luso.
Já depois da cerimónia de pódio e do hino nacional ter ecoado bem alto no circuito Chang International, Miguel Oliveira, em declarações à Sport TV, reforçou a sua análise ao que aconteceu neste GP da Tailândia e que lhe deu mais uma fantástica vitória:
“Foi um dia um pouco estranho porque sabíamos que havia essa possibilidade de chuva, como tinha acontecido já há dois dias, mas essa possibilidade não aconteceu. Está sempre para chover, mas nunca chove. Mas hoje realmente choveu bastante e foi uma reviravolta semelhante à da Indonésia, mas contente com a prestação, sempre que existem estas condições mais difíceis tento sempre dar o meu melhor e sacar o máximo partido da moto e das minhas capacidades. Foi uma corrida difícil”.
E como é que o piloto português explica esta capacidade para vencer à chuva em MotoGP?
“Acho que sou muito bom em entender as condições de aderência da pista bastante rápido, andar à chuva é muito uma questão de sensação do momento, e todo o feedback e sensações são mais cruas, temos de ser muito suaves em abordar as travagens, acelerações e velocidade em curva. E esse é o meu estilo de condução, naturalmente sou bastante suave, e acho que quando chove e as condições de grip são mais baixas eu consigo impor as minhas capacidades de forma mais evidente”.
Numa corrida que já se percebeu que foi complicada, conseguir entender qual o momento em que podia fugir para a liderança e tentar escapar rumo à vitória é fulcral. Quando é que esse momento aconteceu durante este GP da Tailândia?
“No arranque sofri um toque muito grande pelas costas, não sei quem me tocou, mas foi um arranque onde julgo que não recuperei muitas posições. A travagem para a curva 3 e 4 era particularmente difícil porque a visibilidade era muito má, tínhamos muito spray das motos à frente e eu simplesmente não conseguia ver onde travar. Na reta posterior tínhamos bastante aquaplaning, tínhamos de fazer muita gestão com o acelerador em reta e não era de todo fácil. Assim que recuperei algumas posições vi que tinha andamento para me chegar. Tentei não puxar demasiado, apalpar o terreno, para também não desgastar os pneus ou meter demasiada temperatura, consegui analisar um pouco o Miller que era o mais rápido em pista na altura. A partir da curva 7 eu ganhava muito tempo e atrás dele percebi melhor onde podia ganhar ainda mais. Esperei um pouco atrás dele para nos distanciarmos do Pecco, e quando vi que tinha chances de ultrapassar, ultrapassei, e fiz logo aí um pequeno destaque, mas na frente é sempre complicado quando estamos sozinhos. Travar numa pista tão larga à chuva, sem bloquear a roda da frente, sem sair largo, não é fácil. Mas conseguimos, é o que interessa”, conclui Miguel Oliveira, não sem antes agradecer e dedicar a vitória aos fãs e também à sua esposa e filha.