Numa categoria que prima pela competitividade e as diferenças estão a ser medidas, cada vez mais, em milésimos de segundo, os dias que as equipas têm para testar tornam-se vitais para afinar os detalhes que fazem a diferença. E com um calendário cada vez mais recheado, a Comissão de Grandes Prémios sentiu a necessidade de anunciar alterações aos dias de testes oficiais de MotoGP.
A reunião desta entidade que faz a gestão dos regulamentos do Mundial de Velocidade aconteceu durante o recente Grande Prémio de Portugal.
Nesta reunião, na qual participaram Carmelo Ezpeleta (Dorna), Paul Duparc (FIM), Herve Poncharal e Biense Bierma (MSMA), e na qual também marcaram presença o português Jorge Viegas (Presidente da FIM), Carlos Ezpeleta (Dorna), Mike Trimby (IRTA) e Corrado Cecchinelli (Diretor Tecnológico), ficou decidido reduzir o número de dias de testes oficiais nos quais podem participar pilotos e equipas de MotoGP.
A Comissão de Grandes Prémios decidiu que os pilotos que participam a tempo inteiro na categoria rainha apenas têm sete dias de testes oficiais. Para os “rookies” o número de dias de testes são dez, ou seja, têm três dias adicionais que lhes são garantidos para maior adaptação aos protótipos de MotoGP.
Esta redução dos testes oficiais de MotoGP resulta num calendário de testes que fica definido da seguinte forma:
– 1 dia de testes oficiais após a realização do último Grande Prémio de 2022, no mesmo circuito onde ser realiza esse último GP. Este ano será no Ricardo Tormo em Valência, estando previsto que o teste se realize dia 8 de novembro;
– Um teste “shakedown” de 3 dias a cumprir antes do primeiro teste oficial após a pausa de inverno. Apenas para pilotos de teste das marcas e pilotos “rookie”;
– Um teste oficial de 3 dias a realizar após a pausa de inverno e antes do primeiro GP;
– Um teste oficial de 2 dias a realizar após a pausa de inverno e antes do primeiros GP;
– Dois testes oficiais de 1 dia a realizar a uma segunda ou terça-feira após um GP, em circuitos e datas a acordar entre equipas, a Dorna e a IRTA.
Mas as novidades nos regulamentos desportivos não se ficam por aqui.
Nesta mesma reunião realizada durante o Grande Prémio de Portugal, a Comissão de Grandes Prémios anunciou ainda que o percurso definido para a “Long Lap Penalty” em cada circuito, tem de ser definido numa zona de asfalto sem ser pintado. Apesar disso, a zona exterior à “Long Lap Penalty” pode estar pintada, tal como vemos em determinadas escapatórias de asfalto em vários circuitos do calendário de MotoGP.
Outro ponto interessante em relação aos regulamentos técnicos, e que agora foi abordado pela Comissão de Grandes Prémios em Portugal, tem a ver com a utilização de combustíveis menos poluentes do que os atualmente utilizados em MotoGP.
Assim, a partir da temporada 2024, será obrigatório que todas as categorias do Mundial de Velocidade utilizem combustíveis que tenham no mínimo 40% de combustível de origem que não seja fóssil.
A partir de 2027 essa percentagem aumentará para os 100%.
De momento ainda não se sabe quais são as especificações exatas destes combustíveis “eco”, mas a Comissão de Grandes Prémios revela em comunicado que esses detalhes técnicos já foram acertados para o período de 2024 a 2026, sendo que a sua divulgação acontece em breve.
Por último, e agora já fora do âmbito das alterações aos regulamentos técnicos ou desportivos, foi anunciado que o Grande Prémio da Comunidade Valenciana no circuito Ricardo Tormo em Valência, foi considerado como o “Melhor Grande Prémio” de 2021.
Esta nomeação foi garantida pelo facto da festa de fim de temporada ser sempre relevante para os fãs mas também para os responsáveis do Mundial de Velocidade, mas principalmente pelo Grande Prémio da Comunidade Valenciana ser o primeiro a realizar-se sem limitação em termos de número de fãs a assistir à prova, o que marcou um momento importante depois de dois anos da pandemia Covid-19 ter obrigado a grandes alterações ao normal funcionamento de um fim de semana de corridas.