MotoGP 2022 – Aprilia Racing está contra motores híbridos

Massimo Rivola e a Aprilia Racing estão contra a possível utilização de motores híbridos em MotoGP.

motores híbridos

A Ducati Corse, por intermédio do seu diretor geral Gigi Dall’Igna, e conforme a revista MotoJornal aqui publicou no início de agosto, lançou a discussão sobre o tema da possibilidade de os regulamentos técnicos de MotoGP serem alterados, permitindo a utilização de motores híbridos. Na ideia do engenheiro italiano, uma combinação de motor a combustão com motor elétrico será uma possibilidade que deve ser tida em conta. Mas esta ideia não parece ter muitos adeptos no paddock. E desta feita é Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing, que decide falar sobre os motores híbridos.

Rivola não esconde o seu apreço pela ideia de MotoGP tornar-se mais sustentável. A introdução de combustíveis fabricados a partir de material não fóssil é bem acolhida pela Aprilia Racing, e, tal como a KTM Racing, e se for tecnicamente viável, a marca de Noale poderia até antecipar em um ano a utilização de 100% de biocombustível nos protótipos RS-GP.

motores híbridosA KTM estará a trabalhar para que a partir de 2026 a RC16 use exclusivamente biocombustível, e a Aprilia Racing, se a Castrol assim o permitir, poderá também adiantar a utilização deste tipo de combustível ecológico. Recordamos que a Dorna e a Federação Internacional de Motociclismo decidiram que até 2027 os combustíveis usados em MotoGP terão de ser 100% de origem não fóssil.

Massimo Rivola afirma que “Temos uma prioridade clara. Repsol para a Honda, Shell para a Ducati, Castrol para a Aprilia, e temos outras onze empresas de óleos minerais a trabalhar em conjunto para conseguirmos zero emissões com combustíveis. Esta é a nossa prioridade máxima. A KTM gostaria de mudar para 100% de biocombustível em 2026, e não em 2027. A Aprilia apoiará imediatamente se isso for possível”, começa por dizer o responsável da Aprilia Racing.

motores híbridosMas depois disso, a “agulha” muda de direção para um tema que claramente não parece passar pela cabeça da grande maioria das marcas que participam em MotoGP: motores híbridos.

Nesse contexto, Rivola vai completamente contra a ideia lançada por Gigi Dall’Igna, numa “batalha” de engenheiros italianos. Diz o CEO da Aprilia Racing que “Cinco fabricantes – Aprilia, Honda, Yamaha, Suzuki e KTM – disseram não aos motores híbridos porque ainda não chegou esse momento. Se a Ducati o quiser que apresente a ideia para 2027, e precisará de unanimidade entre os fabricantes. E mesmo então, a Dorna terá direito de veto”.

E prossegue no seu ataque contra a introdução de motores híbridos em MotoGP: “A pergunta é: porque o deveríamos fazer? O que queremos alcançar? Fazes isto porque acreditas que tens uma vantagem técnica no projeto? Então não é justo. A verdadeira motivação deveria ser que o mundo está a lutar por zero emissões, e por isso estamos a fazer a nossa parte. Como diretor de uma equipa de MotoGP estou contra os sistemas de propulsão com motorização híbrida”.

Admitindo que as baterias elétricas serão mais leves e eficientes dentro de 5 anos, e que por isso poderia fazer algum sentido uma ajuda elétrica aos motores a combustão, Rivola deixa no ar a seguinte pergunta: “Porquê? Porque é que temos de colocar menos combustível no depósito? Este é verdadeiramente um problema que temos de resolver?”.

E se do ponto de vista técnico a introdução de motores híbridos em MotoGP não faz sentido para Massimo Rivola e a Aprilia Racing, o engenheiro italiano, fazendo uso da sua grande experiência na Fórmula 1, acredita que do ponto de vista emocional a utilização desta tecnologia também não seria benéfica.

motores híbridosMassimo Rivola afirma que “Não devemos colocar em perigo as grandes emoções do Campeonato do Mundo de MotoGP. Não devemos imitar a F1. O peso mínimo dos monolugares com motor V6 e 1.6 litros da atualidade é de 798 kg. Em 2013, com motores V8 de 2.4 litros e aspiração natural, pesavam 642 kg. Ao adicionar a bateria e o alternador às MotoGP de 157 kg podemos esperar diferenças desta ordem de grandeza. As prioridades são claras: garantir um bom espetáculo e apontar às zero emissões”.

Motos mais pesadas certamente vão ser um problema para os pilotos da categoria rainha, tornando-se mais complicadas de controlar, e, eventualmente, dificultando ainda mais as ultrapassagens que tanto têm dado que falar nos últimos tempos.

Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos continuar a acompanhar a evolução da possibilidade de introdução de novas tecnologias em MotoGP, como por exemplo os motores híbridos desejados pela Ducati.