Atualmente na categoria rainha MotoGP, quase tão importante como o motor ou a eletrónica, os protótipos de cada fabricante são desenvolvidos tendo em conta um determinado pacote aerodinâmico. De acordo com os regulamentos, os fabricantes sem concessões têm a possibilidade de homologar dois pacotes aerodinâmicos distintos por temporada. Um no início e outro durante a temporada.
Em determinados circuitos as equipas têm de optar por qual dos pacotes aerodinâmicos querem usar nas suas motos. E isso é particularmente importante em momentos em que, por exemplo, o vento seja demasiado intenso.
Todos nos recordamos do que aconteceu em 2019, temporada de estreia de Miguel Oliveira na categoria rainha MotoGP, quando sofreu uma violenta e aparatosa queda na quarta sessão de treinos livres em Phillip Island, com a sua KTM RC16, na altura da equipa Tech3, a ser empurrada para fora de pista por uma rajada de vento demasiado forte.
É verdade que os regulamentos de MotoGP são bastante explícitos no que se refere aos detalhes de homologação de um pacote aerodinâmico de um determinado fabricante. Não podem ser modificados sob pena de penalização. Mas existe uma regra que está relacionada com as condições climatéricas durante um GP, e que permite que as asas sejam removidas.
E durante o Grande Prémio da Austrália – clique aqui para ver os horários completos – poderemos vir a ter equipas que alteram a aerodinâmica das suas motos sem na realidade infringir os regulamentos das homologações.
Tal como explica Danny Aldridge, diretor técnico de MotoGP, “Normalmente as equipas não podem alterar a aerodinâmica. É um pacote fixo para a temporada, existindo permissão para uma modificação por ano. Mas por questões de segurança permitimos que mudem as asas laterais. Quando estamos a falar de segurança estamos a referir-nos a condições climatéricas extremas. Phillip Island, como sabemos, é um circuito muito fustigado pelo vento, e rajadas de vento pouco habituais. Por isso as regras permitem a remoção das asas laterais”.
Mas pode uma equipa remover apenas parte das asas laterais ou modificar as asas?
“Quando dizemos que podem remover as asas estamos a falar do pacote aerodinâmico completo. Na Ducati, por exemplo, eles têm as asas superiores, as intermédias e as inferiores. Todo o pacote tem de ser removido, não podem apenas remover as asas superiores ou as inferiores. Têm de tirar todas. E o perfil da carenagem tem de se manter consistente com o perfil homologado”, explica em maior detalhe o responsável técnico de MotoGP, poucas horas antes de se iniciar a ação em pista no GP da Austrália onde, mais uma vez, as condições climatéricas serão uma preocupação constante.
E será que esta regra é exclusiva para Phillip Island?
Na verdade, o circuito australiano foi especificamente dado como exemplo para a criação deste detalhe no regulamento da homologação de pacotes aerodinâmicos de MotoGP. Porém, se se verificarem condições extremas noutros circuitos, as equipas podem recorrer novamente à exceção à regra e remover as asas aerodinâmicas das suas motos.
Convém também ter em conta que as equipas não são obrigadas a remover as asas! O regulamento apenas permite que o pacote aerodinâmico de cada moto seja removido conforme decisão de cada equipa.
Fique atento a www.motojornal.pt pois iremos continuar a acompanhar de perto tudo o que acontece no Grande Prémio da Austrália, com especial destaque para a luta pelo título e ainda as prestações do piloto português Miguel Oliveira. A não perder!