Numa longa corrida realizada com piso seco no circuito Red Bull Ring, disputou-se este domingo o Grande Prémio da Áustria, décima terceira ronda da temporada 2022 de MotoGP. Foram 28 voltas intensas, com algumas ultrapassagens, e com a nova chicane a ter um papel fundamental no pódio final que teve Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) no degrau mais alto, numa corrida que terminou com Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) a ser 12º.
Para o piloto português, que arrancou de 17º depois de uma má qualificação, esta foi uma corrida “caseira”, visto o Red Bull Ring ser a casa da KTM.
Arrancando tão atrás na grelha de partida, Miguel Oliveira sabia que teria de fazer mais um grande arranque. Ainda na primeira volta do Grande Prémio da Áustria, o piloto #88, que arriscou numa combinação de pneus duro / médio na sua RC16, estava já em 14º.
Porém, Marco Bezzecchi (Mooney VR46) estava mais rápido e conseguiu passar pelo português, que voltou a 14º quando Enea Bastianini (Gresini Racing) sofre uma saída de pista – viria a desistir por problema na sua moto logo depois.
Foi necessário esperar mais algumas voltas para ver o piloto luso subir novamente de posição, desta feita por troca com Darryn Binder (WithU RNF Yamaha).
Já na parte final da corrida austríaca, Miguel Oliveira viu ainda Maverick Viñales (Aprilia Racing) em ritmo mais lento, em claras dificuldades com os pneus da sua RS-GP22, e o português da Red Bull KTM Factory não perdeu a oportunidade de ascender mais uma posição e assim fechar a corrida do GP da Áustria no 12º lugar, somando mais alguns pontos para a classificação do campeonato de MotoGP.
Quanto à luta pela vitória, a mesma não teve grande discussão, depois de uns momentos iniciais onde Jack Miller (Ducati Lenovo Team) parecia estar interessado em passar pelo Francesco Bagnaia.
O italiano, a querer manter o ritmo de vitórias, conseguiu levar a sua Ducati Desmosedici GP22 à quinta vitória do ano, com uma exibição perfeita. “Peco” Bagnaia, depois de ascender a primeiro na travagem para a curva 1 depois do arranque, nunca mais perdeu a liderança da corrida, e aguentou a pressão que foi exercida pelos rivais, fazendo uma gestão perfeita dos pneus Michelin para garantir a sua terceira vitória consecutiva.
Diga-se, aliás, que desde 2007, ano do título de Casey Stoner, a Ducati não conseguia somar oito vitórias numa única temporada de MotoGP! Com as cinco de Bagnaia e outras três de Bastianini, esta é já uma temporada muito boa para o construtor de Borgo Panigale. Por outro lado, esta vitória permite ao vice-campeão do mundo festejar pela primeira vez três vitórias consecutivas: Assen, Sachsenring e Red Bull Ring.
Uma enorme e muito importante vitória de Francesco Bagnaia, que reforça a sua candidatura ao título.
Uma candidatura que apenas não ganha mais força pois Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha), num circuito claramente desfavorável às características da Yamaha M1, consegue aproveitar aquele que seria o único ponto do circuito para fazer valer a sua velocidade em curva.
Foi precisamente na chicane, já nas últimas voltas da corrida de MotoGP, que Quartararo atacou a segunda posição de Jack Miller. O francês, que fez uma corrida em recuperação para os pilotos Ducati que pareciam intocáveis, preparou muito bem a entrada na nova chicane e mais rápido em curva colocou-se lado a lado com Miller.
O australiano ainda tentou acelerar mais cedo, mas a velocidade de Quartararo em curva fez a diferença e foi suficiente para o campeão de MotoGP garantir a segunda posição num fim de semana que se antevia bastante complicado, minimizando a perda de pontos para Bagnaia, que viu a Ducati a não conseguir colocar mais motos entre si e Fabio Quartararo.
O terceiro lugar do pódio ficou para Jack Miller, que depois de chegar a atacar o seu companheiro de equipa nas primeiras voltas, acabou em luta direta com Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) pelo lugar mais baixo do pódio.
Martin parecia ter condições de roubar o terceiro lugar ao australiano, mas o piloto espanhol, que está em contenção pelo lugar na Ducati Lenovo Team em 2023, exagerou na travagem da curva 1 já no início da última volta, e caiu, deixando assim Jack Miller sozinho para fechar a corrida em terceiro.
Quanto ao outro grande candidato ao título, Aleix Espargaró (Aprilia Racing), ainda a recuperar da lesão no calcanhar do pé direito, a partir de metade da corrida de MotoGP começou a sentir maiores dificuldades, até devido à opção por pneu de mistura macia que se degradou bastante e obrigava Espargaró a exagerar nas travagens.
A situação chegou a estar muito complicada quando sofreu ataques de Alex Rins (Suzuki Ecstar) e Brad Binder (Red Bull KTM Factory), mas Aleix Espargaró, que até sofreu um problema com o sistema “holeshot” da sua moto no arranque, aguentou com as forças que tinha a sexta posição numa corrida onde se esperava mais do segundo classificado do campeonato.
Neste Grande Prémio da Áustria, refira-se ainda o excelente resultado de Luca Marini (Mooney VR46). O italiano obteve no Red Bull Ring o seu melhor resultado com um 4º lugar.
MotoGP – corrida do GP da Áustria
1 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)
2 – Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha)
3 – Jack Miller (Ducati Lenovo Team)
4 – Luca Marini (Mooney VR46)
5 – Johann Zarco (Prima Pramac Ducati)
6 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)
7 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)
8 – Alex Rins (Suzuki Ecstar)
9 – Marco Bezzecchi (Mooney VR46)
10 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)
11 – Fabio di Giannantonio (Gresini Racing)
12 – Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory)
MotoGP – classificação após GP da Áustria
1 – Fabio Quartararo – 200 pontos
2 – Aleix Espargaró – 168 pontos
3 – Francesco Bagnaia – 156 pontos
10 – Miguel Oliveira – 85 pontos