O paddock de MotoGP está recheado de locais fundamentais para a realização de cada Grande Prémio. Mas se calhar nenhum outro local conquistou tanta admiração como a Clinica Mobile fundada pelo Dr. Claudio Costa. Pilotos e fãs do Mundial de Velocidade habituaram-se a olhar para as instalações móveis de apoio médico como um local quase de culto, onde os pilotos recolhem para ser tratados durante o fim de semana de GP, mas também onde os médicos e fisioterapeutas realizam por vezes verdadeiros milagres!
A Clinica Mobile está ao serviço do Mundial de Velocidade há 45 anos, porém, tudo indica, a acreditar nos rumores de paddock, que a Dorna Sports terá já comunicado aos responsáveis desta instituição médica que a partir de 2023 já não serão necessários os seus serviços no paddock de MotoGP.
A surpreendente notícia foi lançada pelo portal italiano GPOne, que inclusivamente refere que os pilotos ainda não estão a par desta decisão da Dorna Sports de Carmelo Ezpeleta, promotora e gestora dos direitos do Mundial de Velocidade, e que inclusivamente já terá encontrado um novo suporte médico para o campeonato: a clínica espanhola QuirónSalud.
Os pilotos serão informados, caso tudo isto se confirme, da saída da Clinica Mobile do paddock durante a reunião de sexta-feira da Comissão de Segurança, durante o primeiro dia do Grande Prémio da Tailândia – clique aqui para ver os horários completos.
Responsável por garantir a segurança ao nível da saúde dos pilotos das várias categorias que fazem parte do Mundial de Velocidade, estas instalações médicas idealizadas pelo Dr. Costa rapidamente se tornaram numa das unidades de saúde móveis mais avançadas do mundo. Nelas os pilotos são examinados e tratados recorrendo a equipamentos modernos que fazem inveja a muitos hospitais e clínica privadas.
Mas, para além de tudo o que está relacionado com a saúde dos pilotos, e foram “centenas” aqueles que beneficiaram da ajuda dos médicos e fisioterapeutas, também é impossível fugir ao facto de que a Clinica Mobile transformou-se num “santuário” dentro do paddock. Um local onde os pilotos podem refugiar-se, receber os seus tratamentos diários como massagens, mas também um local onde os maiores rivais podem conviver, longe dos holofotes da ribalta que muitas vezes levam ao exacerbar de reações e emoções.
Na temporada 2022, a Clinica Mobile, que desde a temporada 2014 viu o Dr. Costa passar o testemunho ao Dr. Michele Zasa na liderança destas instalações, conta com nada menos do que 9 médicos e outros 24 fisioterapeutas.
Este projeto, na sua forma atual, está longe do que era quando foi apresentado ao mundo a 3 de fevereiro de 1997, em Bendor, perto do circuito de Paul Ricard. Foi aí que se deu o primeiro passo para o nascimento e reconhecimento mundial da Clinica Mobile, que a 1 de maio desse mesmo ano de 1977, no circuito Salzburgring, por ocasião do Grande Prémio da Áustria, mostrou a sua importância na vida e segurança dos pilotos, salvando a vida a Franco Uncini.
Teremos agora de aguardar a oficialização do que parece ser já uma decisão definitiva por parte da Dorna Sports. A Clinica Mobile está de saída do MotoGP. Mas o projeto idealizado pelo Dr. Claudio Costa não vai desaparecer, pois o conceito é utilizado noutros campeonatos, e inclusivamente vemos a Clinica Mobile a funcionar no Mundial Superbike.
Quanto a razões para esta decisão, e novamente de acordo com as informações recolhidas e divulgadas pelo portal italiano GPOne, tudo indica que esta seja uma decisão motivada por questões financeiras.
Resta saber como vão agora reagir os pilotos das diversas categorias do Mundial de Velocidade quando forem confrontados com esta notícia.
