Se a hipótese Gresini Racing estava em cima da mesa de negociações do futuro de Miguel Oliveira, a verdade é que essa hipótese deixou de ser uma realidade a partir de hoje. Tudo porque a Gresini Racing fecha a equipa para a temporada 2023, e nenhum dos dois pilotos confirmados é o português.
A estrutura liderada por Nadia Padovani, diretora de equipa da Gresini após a morte de Fausto Gresini, o seu marido, confirmou no circuito de Assen a contratação de Alex Márquez, que sai da LCR Honda, e terá a seu lado o italiano Fabio di Giannantonio, o “rookie” que este ano está a revelar uma boa adaptação à categoria MotoGP, tendo inclusivamente obtido uma fantástica “pole position” no GP de Itália.
Há muitas semanas que se falava em Miguel Oliveira como sendo o piloto favorito a ocupar o lugar de Enea Bastianini. Com o italiano a caminho da Pramac ou até da equipa de fábrica Ducati Lenovo Team, Oliveira iria encaixar como uma “luva” numa equipa que assim teria um jovem piloto italiano e um português experiente, com quatro vitórias em MotoGP e dois vice-campeonatos em Moto3 e Moto2.
Porém, Alex Márquez, que conta com fortes patrocinadores, acabou por entrar nas contas da equipa satélite Gresini Racing, que necessita sempre de encontrar pilotos que garantam os meios financeiros para manter a equipa em funcionamentos e com condições técnicas que permitam obter bons resultados, como as três vitórias de Bastianini em 2022.
Alex Márquez, natural de Cervera, tem 26 anos e conta no seu currículo com dois títulos mundiais. Foi campeão de Moto3 em 2014 e depois demorou mais alguns anos, mais precisamente até 2019, para chegar ao título de Moto2, tendo depois passado para a categoria rainha em 2020 e logo ao lado do seu irmão Marc na equipa Repsol Honda.
Apesar de muitas dificuldades na passagem para MotoGP, Alex Márquez soma dois pódios obtidos precisamente na sua temporada de estreia na categoria rainha. A passagem para a equipa satélite LCR Honda não correu bem, e o mais novo dos irmãos Márquez tem estado bastante longe dos lugares cimeiros.
Alex Márquez já reagiu à confirmação da sua passagem para a Gresini Racing:
“Estou muito feliz por anunciar que estarei na Gresini Racing em MotoGP, e estou também bastante entusiasmado por iniciar esta aventura. Foi crucial mudar para voltar a sentir a motivação que tinha quando cheguei a esta categoria. Esta foi a melhor opção para mim, com uma equipa que fez história neste campeonato”.
Para o lugar de Alex Márquez na LCR Honda deverá, tudo indica, entrar outro espanhol: Alex Rins. O ainda piloto da Suzuki Ecstar já abordou o tema LCR Honda e deixa praticamente fechada a sua chegada à equipa de Lucio Cecchinello. Uma nota importante e que foi dita por Alex Rins é que não teve sequer hipótese de falar com a Repsol Honda, pois a equipa de fábrica já terá o piloto escolhido. E esse piloto será Joan Mir. Porém, falta ainda a confirmação oficial.
Para Nadia Padovani a contratação de Alex Márquez também não deixa de ser uma opção importante pois a líder italiana da Gresini Racing afirma que “Estou muito entusiasmada com este novo projeto. Primeiro que tudo estamos a confirmar a continuação do Fabio. Estávamos à procura de colocar um piloto mais experiente ao lado dele, e penso que o Alex Márquez é a opção certa. O seu CV fala por si (referindo-se aos dois títulos mundiais), acredito que tem um grande potencial e a Desmosedici será uma ótima companheira na sua nova viagem”.
Ficam assim encaixadas mais duas peças do puzzle: Fabio di Giannantonio e Alex Márquez serão pilotos da Gresini Racing em 2023.