Três vencedores diferentes em três corridas já realizadas. Este é o resultado de uma temporada MotoGP 2022 que se prevê competitiva até ao fim, e com diferenças mínimas entre os pilotos da categoria rainha. A quarta ronda do ano será no Circuito das Américas, com exigente traçado texano a acolher o Grande Prémio das Américas.
Depois de muitas queixas dos pilotos relacionadas com o estado do asfalto do Circuito das Américas, os responsáveis do circuito acabaram mesmo por reasfaltar diversas secções na tentativa de eliminar os inúmeros ressaltos que causam tantos problemas.
Os pilotos terão agora de rodar com as suas motos no COTA para perceber até que ponto existem melhorias. E, por outro lado, com menos ressaltos vão poder seguir caminhos distintos em termos de afinações, o que pode significar tempos mais rápidos e até novos recordes em MotoGP.
No Circuito das Américas há um nome que é impossível não referir: Marc Márquez. O piloto da Repsol Honda está de volta após dois fins de semana onde não competiu devido a lesão.
O antigo campeão de MotoGP regressa à ação precisamente num circuito onde tem um registo impressionante de sete vitórias em oito tentativas na categoria rainha. Apenas foi batido por uma vez por Alex Rins (Suzuki Ecstar) quando perdeu a frente da sua Honda RC213V e foi obrigado a abandonar… num momento em que seguia isolado para nova vitória.
Terá Marc Márquez a capacidade de regressar e vencer no Circuito das Américas este fim de semana? Vamos ficar a saber em breve quando se iniciarem os treinos livres de MotoGP a contar para o Grande Prémio das Américas – clique aqui para ver os horários completos.
O Circuito das Américas é um traçado bastante exigente em termos de condução e de afinação.
A curva 12 – o gancho à esquerda – está no final de uma longa e ondulante reta na parte posterior do circuito. A partir daí e até à linha de meta os pilotos têm de enfrentar um setor da pista que é mais lento, mais apertado, e com curvas para a direita e para a esquerda, o que obriga a definir bem as trajetórias de forma a não comprometer o tempo final da volta.
Neste setor será importante que os pilotos de MotoGP consigam obter um bom “feeling” com a frente da sua moto, e o pneu dianteiro Michelin será aqui sujeito a um esforço adicional, com travagens a serem efetuadas com a moto ainda inclinada.
A segunda metade do Circuito das Américas parece ser onde tudo se decide.
A travagem no final da longa reta é iniciada a cerca de 340 km/h com a motos a baixarem para apenas 65 km/h em poucos metros para conseguirem fazer a curva 12. Quatro curvas feitas em 3ª velocidade seguem-se a esse gancho de esquerda, com os pilotos a optarem por esta relação de caixa apenas para “suavizarem” a entrega de potência das suas motos com cerca de 300 cv.
Nesta secção de curvas encadeadas e consecutivas trocas de direção o pneu dianteiro é sujeito a maior esforço devido às constantes travagens em inclinação. Facilmente atinge o ponto de sobreaquecimento. Mas o pneu traseiro das MotoGP é aqui também colocado à prova, pois para garantir máxima velocidade na saída das curvas, os pilotos da categoria rainha aceleram forte enquanto trocam de direção e o pneu traseiro tem tendência a deslizar, o que causa sobreaquecimento e desgaste prematuro.
Mas se a segunda metade do Circuito das Américas é exigente para os pneus, a primeira metade também não é menos exigente para o piloto e moto.
Aqui é necessário garantir uma afinação que permita sentir uma moto ágil e rápida nas trocas de direção. Antes dos “S” feitos a alta velocidade e a descer, os pilotos de MotoGP têm de enfrentar a complicada travagem para a curva 1. A travagem inicia-se a subir, mas depois o circuito fica plano no seu ponto mais alto e as motos têm tendência a levantar a traseira dificultando ainda mais a entrada na curva 1.
Muitos pilotos acabam por exagerar nesta travagem forte, sobreaquecendo os pneus e perdendo a frente. Com sorte apenas falham a travagem, alargam trajetórias e regressam à pista. Mas muitos acabam mesmo por cair e não conseguem completar as suas voltas rápidas ou, em corrida, acabam mesmo por não conseguir terminar o Grande Prémio das Américas.
A superfície de asfalto do Circuito das Américas foi substituída nas curvas 2 e 10 e abaixo da superfície superior de asfalto foi criada uma secção de cimento para estabilizar o movimento da terra por debaixo do circuito, que é demasiado mole. Entre as curvas 12 e 16 o asfalto foi substituído.
Veremos até que ponto estes trabalhos de reasfaltamento do Circuito das Américas tiveram sucesso e se os ressaltos foram de facto eliminados.
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