Os pilotos de MotoGP e as respetivas equipas estão num merecido período de descanso. A longa pausa de verão de cinco semanas terminará com o regresso da ação no Grande Prémio da Grã-Bretanha de 5 a 7 de agosto. Mas até lá temos muita informação relacionada com a categoria rainha para dissecar. E neste caso falamos de motores usados e motores descartados, incluindo os de Miguel Oliveira.
Agora que foram realizadas onze corridas da temporada 2022 de MotoGP, conseguimos ficar com uma melhor ideia sobre quais as equipas e pilotos que não estão a conseguir prolongar a vida útil dos motores disponíveis. Recordamos que na categoria rainha as equipa sem concessões, todas à exceção da Aprilia Racing, têm à disposição 7 motores por temporada, enquanto a casa de Noale tem 9 motores por piloto.
Da lista oficial divulgada pela Dorna, verificamos que os pilotos LCR Honda – Alex Márquez e Takaaki Nakagami – são aqueles que mais motores usaram. E, surpreendentemente, aqueles que mais motores descartaram de continuar a usar!
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Se em 2021, depois das mesmas onze corridas disputadas, nem Alex nem Nakagami tinham descartado qualquer motor, esta temporada está a ser mais exigente a esse nível. Os dois pilotos da equipa LCR Honda já colocaram fora de uso nada menos do que três motores cada um. Uma clara anomalia em comparação com o restante plantel de MotoGP. No ano passado, estes pilotos conseguiram levar todos os motores em condições de utilização até ao 13º Grande Prémio.
Para além de estarem fora da média do restante plantel em termos de motores descartados, ou seja, motores que já não podem ser usados até final de 2022, os pilotos LCR Honda estão também acima dos restantes pilotos da Honda. Talvez a única boa notícia seja o facto de que tanto Alex Márquez como Takaaki Nakagami usaram até agora um total de cinco motores cada um, o que é algo que acontece com outros pilotos de MotoGP.
Convém, no entanto, referir que os outros pilotos de MotoGP têm mais motores para gerir até final da temporada, enquanto os dois LCR Honda apenas podem usar quatro motores. O que obrigará a uma gestão ainda mais exigente. Qualquer queda que possa causar danos no motor poderá levar a penalizações numa fase crucial da temporada.
Quanto ao português Miguel Oliveira, o piloto da Red Bull KTM Factory é habitualmente dos pilotos que menos motores “manda para o lixo”. Poucas quedas fortes, um estilo de pilotagem mais “suave” para a unidade motriz da KTM RC16, tudo isto permite ao português manter-se bem dentro do expectável em termos de motores usados na primeira metade do ano.
Miguel Oliveira tem na contagem oficial cinco motores usados, e desses, apenas um deles foi descartada a sua utilização. Tem por isso seis motores para gerir até final do ano, e está em linha com outros dois pilotos KTM: Brad Binder e Remy Gardner. O único piloto KTM que consegue ser mais poupado é Raul Fernandez, que com apenas três motores usados até ao momento, e nenhum motor inutilizado, tem ainda todos os sete motores para utilizar até final da temporada.
Nesta lista de motores usados pelos pilotos de MotoGP após onze Grandes Prémios, destacamos ainda a situação da Aprilia Racing.
A revista MotoJornal já aqui lhe mostrou alguns dos detalhes que permitem à moto italiana mostrar-se tão competitiva este ano. E o seu motor V4 é um desses detalhes. Aleix Espargaró, a 21 pontos do líder da classificação e campeão Fabio Quartararo, sabe que a Aprilia Racing poderá introduzir modificações aos motores que ainda tem para utilizar.
A marca italiana, fruto das concessões de que vai beneficiar até final do ano – já as perdeu para 2023 – poderá introduzir melhorias no motor V4 da RS-GP. Algo que tanto Quartararo como os restantes pilotos de MotoGP, exceção a Maverick Viñales que também está aos comandos de uma Aprilia, apenas podem sonhar, pois os seus motores têm as especificações definidas no início da temporada e não as podem alterar.
MotoGP – Lista de motores usados (11 corridas)
Takaaki Nakagami – Honda: Usou 5 motores e 3 motores estão descartados
Alex Márquez – Honda: Usou 5 motores e 3 motores estão descartados
Maverick Viñales – Aprilia: Usou 5 motores (tem 9 para usar) e 1 está descartado
Aleix Espargaró – Aprilia: Usou 5 motores (tem 9 para usar) e 1 está descartado
Enea Bastianini – Ducati: Usou 5 motores e 1 está descartado
Fabio di Giannantonio – Ducati: Usou 5 motores e 1 está descartado
Pol Espargaró – Honda: Usou 4 motores e 1 está descartado
Marc Márquez / Stefan Bradl – Honda: Usou 4 motores e 1 está descartado
Brad Binder – KTM: Usou 4 motores e 1 está descartado
Miguel Oliveira – KTM: Usou 4 motores e 1 está descartado
Remy Gardner – KTM: Usou 4 motores e 1 está descartado
Johann Zarco – Ducati: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Jorge Martin – Ducati: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Jack Miller – Ducati: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Francesco Bagnaia – Ducati: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Luca Marini – Ducati: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Marco Bezzecchi – Ducati: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Joan Mir – Suzuki: Usou 4 motores e nenhum está descartado
Alex Rins – Suzuki: Usou 4 motores e nenhum está descartado
Fabio Quartararo – Yamaha: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Franco Morbidelli – Yamaha: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Andrea Dovizioso – Yamaha: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Darryn Binder – Yamaha: Usou 5 motores e nenhum está descartado
Raul Fernandez – KTM: Usou 3 motores e nenhum está descartado