Foram 27 voltas de alta intensidade e com boas condições climatéricas no Grande Prémio de São Marino de MotoGP. A corrida reservada à categoria rainha foi recheada de incidentes e penalizações, a mais penalizadora a de Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) que fechou o fim de semana em Misano com um 11º lugar, numa corrida dominada por Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team).
A corrida começou bem para Jack Miller (Ducati Lenovo Team), com o australiano a aproveitar da melhor forma a sua “pole position” para garantir a liderança da corrida em Misano. Mas numa corrida em que os pilotos se mantiveram bastante próximos no grupo da frente, o australiano da Ducati de fábrica exagerou e sofreu uma queda, a baixa velocidade, deixando então Enea Bastianini (Gresini Racing) em primeiro, mas com “Pecco” logo atrás.
A perceber que tinha hipóteses de ganhar pela quarta vez consecutiva em 2022, Bagnaia não demorou muito tempo a assumir a liderança por troca com o compatriota da Gresini.
Num circuito que conhece muito bem devido aos muitos treinos que ali faz com a VR46 Academy, Baganaia não cometeu qualquer erro, e foi sempre defendendo a sua primeira posição da muita pressão que foi sofrendo por parte dos rivais.
Enquanto isso, o português Miguel Oliveira conseguiu nas primeiras voltas subir algumas posições, mas que as voltou a perder, rodando então em 10º antes de passar por Alex Márquez (Castrol LCR Honda) e tentar reduzir a diferença para os que seguiam à sua frente.
O companheiro de equipa do português, Brad Binder, estava também mais rápido, e depois de também passar por Alex Márquez, passou pelo português e descolou, deixando Miguel Oliveira outra vez em 10º, posição da qual já não conseguiu sair, embora algumas vezes tenha conseguido ser muito mais rápido que Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) o que parecia indicar que seria capaz de subir na classificação.
Infelizmente para as aspirações do luso da KTM, esse esforço de rodar mais rápido para tentar aproximar-se do piloto à sua frente levou-o a exagerar nos limites de pista. Foi avisado disso mesmo, e já nas três voltas finais levou mesmo a penalização de “Long Lap”.
Por essa razão, Miguel Oliveira acabou por perder uma posição devido a penalização, que cumpriu na derradeira volta deixando Alex Márquez em 10º, terminando a corrida de MotoGP em 11º, somando mais alguns pontos para a sua classificação na temporada.
Quanto à vitória, e como referimos, Francesco Bagnaia não cometeu erros. Primeiro pressionado por Maverick Viñales (Aprilia Racing), e depois por Enea Bastianini nas voltas finais, e quando Viñales perdeu a ligação com os dois pilotos Ducati contentando-se assim com o 3º lugar neste GP de São Marino, o piloto italiano da Ducati de fábrica resistiu mesmo até ao fim.
Já na última volta Enea Bastianini ainda tentou uma manobra no primeiro setor, mas exagerou na travagem, quase deitou tudo a perder para a marca de Borgo Panigale ao quase tocar em Bagnaia, e com isso deixou o piloto da equipa de fábrica e seu futuro companheiro de equipa escapar na frente.
Ainda assim, Enea não desistiu da vitória. Muito rápido nos últimos setores do traçado de Misano, o piloto da Gresini Racing preparou o ataque final antes da linha de meta. Saiu muito bem da última curva, mas mesmo assim não conseguiu destronar Francesco Bagnaia que assim cruzou a linha de meta em primeiro, com Enea Bastianini a ser segundo.
Refira-se ainda que nesta corrida de MotoGP tivemos o campeão Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) a ser 5º. Ganhou pontos a Aleix Espargaró (Aprilia Racing), que fechou a corrida em 6º, com o espanhol a perder o segundo lugar no campeonato para Francesco Bagnaia, mas Quartararo voltou a ver o italiano ganhar muitos pontos na luta pelo título que cada vez está mais renhida!
Francesco Bagnaia torna-se no primeiro piloto a conquistar quatro vitórias consecutivas para a Ducati em MotoGP! Uma performance impressionante por parte do agora segundo classificado do campeonato, que está a ter uma segunda metade de temporada 2022 para recordar.
Destacamos ainda que esta foi a última corrida da carreira de Andrea Dovizioso no Mundial de Velocidade.
Campeão do mundo de 125 cc em 2004, Dovizioso terminou em 12º o Grande Prémio de São Marino, naquela que foi a sua corrida 346 no mundial. Obviamente recebeu um “banho” de multidão nesta sua despedida, sendo que a partir de agora a sua Yamaha M1 da WithU RNF ficará para Cal Crutchlow que regressa da sua reforma e papel de piloto de testes.
Nas contas do campeonato temos agora Fabio Quartararo com 211 pontos, Francesco Bagnaia em segundo com 181 pontos, e Aleix Espargaró com um total de 178 pontos, menos 33 que o líder. Já Miguel Oliveira desce a 11º com um total de 90 pontos.