A corrida principal de MotoGP deste domingo de Grande Prémio dos Países Baixos tinha 26 voltas para cumprir. Infelizmente para Miguel Oliveira, a corrida de hoje terminou bastante mais cedo, e num momento em que o piloto português da CryptoData RNF Aprilia estava em excelente posição para garantir bastantes pontos para a sua conta pessoal na temporada 2023.
Porém, e sem nada o fazer prever, Miguel Oliveira viu a sua prestação em corrida ser afetada, pela negativa, devido a um problema técnico na sua Aprilia RS-GP 22, um problema que levou inclusivamente ao abandono.
Num primeiro momento, e ainda com a corrida a decorrer na sua fase final, a equipa CryptoData RNF Aprilia divulgou a informação de que o abandono se ficou a dever a “problemas na moto”, com a estrutura liderada por Razlan Razali, que tinha renovadas esperanças de ver Miguel Oliveira conseguir pontuar em Assen conforme confessou antes da corrida iniciar, a não especificar que tipo de problemas obrigaram a desistir.
Porém, e já depois de terminado o Grande Prémio dos Países Baixos, na zona de entrevistas do circuito de Assen, Miguel Oliveira acedeu a falar com a SportTV, reagindo então pela primeira vez ao que aconteceu este domingo na ronda neerlandesa:
“Sem querer avançar muito, sim, foi essencialmente problemas na moto. Após um bom arranque e umas boas primeiras voltas, é pena ter de me retirar do Grande Prémio. O ponto da situação é este. Fizemos um bom fim de semana em crescendo, consegui qualificar na Q2, consegui ficar a duas ou três décimas dos rapazes da fábrica, mas hoje na corrida foi efetivamente difícil. Hoje na corrida consegui arrancar um pouco melhor do que ontem, recuperar umas posições, perto do top 5, mas rapidamente sim, encontrei esse problema que prefiro não comentar muito sobre ele, e que me forçou a abandonar”, começou por referir o piloto luso.
Quando instado a entrar em maior detalhe, Miguel Oliveira revelou ainda que “A questão do problema da moto relacionou-se um pouco com a segurança, ficar sem travão, era para mim bastante difícil continuar a prova com esta imprevisibilidade de ter travão e depois não ter causado por outra coisa, mas enfim…”.
Claro que, mesmo no meio deste problema que levou a fechar o fim de semana com um resultado negativo, Miguel Oliveira consegue ainda assim encontrar forma de ver alguma coisa de positiva:
“Claro que para mim fazer estas três corridas já foi para mim uma vitória. É para mim difícil estar aqui no campeonato limitado fisicamente, e querer andar aqui como se não tivesse nada. E essa é a realidade, mas serviu também para continuar a trabalhar com a equipa, fazer as introduções uns aos outros, a saber como comunicamos, como é que podemos comunicar melhor. Não saio daqui com o resultado que queria ou com o trabalho que poderíamos ter feito, mas temos estas cinco semanas de pausa para reagrupar, recalibrar um pouco de tudo e regressar em Silvertsone”.
E se em termos técnicos a questão do abandono de hoje ficou, de alguma forma, explicada, o foco do piloto português é também a sua condição física, que, como o próprio refere, não lhe permite estar a 100% num campeonato tão exigente como é o de MotoGP.
Será então na sua recuperação que Miguel Oliveira vai centrar o seu esforço nesta pausa de verão:
“Sim, as dores são constantes. Nas poucas voltas que fiz hoje notei o ombro a responder bem, é verdade que faço muitas compensações com o braço direito, mas é assim que me tenho habituado a andar nestas últimas corridas. Estas cinco semanas vão ser essenciais para poder recuperar a minha forma física, e pronto, recalibrar também psicologicamente e poder voltar sem pensar no ombro”, concluiu Miguel Oliveira esta sua análise e reação ao Grande Prémio dos Países Baixos e já a fazer uma antevisão do que será a sua pausa de verão.
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