Ao contrário do que aconteceu no segundo dia de Grande Prémio da Grã-Bretanha, a corrida deste domingo de MotoGP em Silverstone foi disputada com piso seco. Bom, pelo menos durante a primeira metade da corrida, que viria a terminar com a primeira vitória de Aleix Espargaró (Aprilia Racing) nesta temporada 2023, e com Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia) a realizar uma enorme exibição para terminar em 4º!
Quando os semáforos se apagaram, Jack Miller (Red Bull KTM Factory), tal como tem feito em tantas outras ocasiões, saltou que nem um foguete para a liderança desta corrida de MotoGP. Porém, e tal como em tantas outras corridas, o australiano da KTM não conseguiu manter essa posição por muito tempo, vindo a perder posições com o passar das voltas, mas também “ajudado” por um momento mais “apertado” com Maverick Viñales que alargou a trajetória e empurrou Miller para o lado exterior da pista.
Isto deixou porta aberta para que alguns dos candidatos ao título atacassem a liderança.
Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) decidiu atacar desde cedo, e depois de uma MotoGP Sprint negativa, o campeão em título de MotoGP não pensou em pontos para o campeonato e agarrou-se à primeira posição, levando atrás de si Marco Bezzecchi (Mooney VR46). Os dois italianos escaparam um pouco aos perseguidores, antes de Bezzecchi perder a frente da sua Ducati na travagem para a curva 15 e assim deixar o compatriota sozinho na frente.
Enquanto isso, Miguel Oliveira estava em grande nesta corrida de MotoGP em Silverstone.
O piloto português da equipa satélite da marca de Noale arrancou de 16º, mas desta feita não perdeu posições, fazendo precisamente o caminho inverso, ascendendo a bom ritmo na classificação. À sexta volta já Miguel Oliveira rodava em 6º, depois de rodar mais rápido do que os primeiros classificados e antes mesmo da chuva aparecer no traçado britânico.
O pódio começava a estar no horizonte do piloto português, e assim que as bandeiras de chuva começaram a ser agitadas pelos comissários, permitindo aos pilotos trocar de moto para pneus de chuva, o que apenas alguns fizeram, mas não os primeiros classificados, já Miguel Oliveira rodava cada vez mais próximo dos quatro primeiros, beneficiando das intensas batalhas por posição que envolveram Aleix Espargaró, Maverick Viñales (Aprilia Racing) e ainda Brad Binder (Red Bull KTM Factory), com o sul-africano a ser o único a optar por pneu dianteiro de composto médio.
As trocas de posição constantes entre Aleix, Viñales e Binder, aliadas à rapidez superior de Miguel Oliveira na entrada do último terço de corrida, permitiram ao português da CryptoData RNF Aprilia colocar-se em posição de atacar o pódio neste Grande Prémio da Grã-Bretanha.
E numa manobra fantástica, Miguel Oliveira subiu mesmo a 3 por troca com Binder e Viñales, num momento incrível em que preparou de forma exímia o seu ataque ao pódio. De repente, o #88 estava a poucas décimas do duo da frente, sempre com Bagnaia na liderança, mas já com Aleix Espargaró e a sua Aprilia RS-GP 23 mais perto.
Infelizmente para as aspirações do piloto luso, Brad Binder, sempre destemido nas fortes travagens, ainda não tinha desistido da 3ª posição, e na penúltima volta o sul-africano conseguiu mesmo recuperar esse pódio roubando ao seu antigo companheiro de equipa a possibilidade de terminar no pódio pela primeira vez nesta temporada 2023.
Ainda assim, Miguel Oliveira termina o Grande Prémio da Grã-Bretanha em 4º, concretizando uma enorme recuperação de 16º na grelha de partida, adiciona muitos pontos à sua conta pessoal no campeonato, e fecha este fim de semana em Silverstone como o melhor piloto independente nesta que foi a principal corrida de MotoGP.
Quanto à vitória, e depois de liderar grande parte da corrida, Francesco Bagnaia acreditava ter “trancado” a primeira posição dos ataques de Aleix Espargaró. Mas na última das 20 voltas o piloto espanhol da Aprilia Racing encontrou espaço para posicionar a sua moto pelo interior de Bagnaia, e na entrada do último setor do traçado já o #41 estava na liderança da prova, deixando então Bagnaia em segundo, na frente de Binder.
Uma grande corrida que termina com intensidade e incerteza máximas.
Como destaques, pela positiva temos ainda de referir o 10º lugar de Raul Fernandez, que assim permite à Aprilia terminar a corrida com todas as suas quatro motos no “top 10”, enquanto pela negativa destacam-se as quedas e abandonos de Joan Mir (Repsol Honda), Alex Márquez (Gresini Racing) que depois de vender a Sprint abandonou devido a problemas técnicos na sua moto, Marco Bezzecchi que perde muitos pontos para Bagnaia na luta pelo título, Marc Márquez (Repsol Honda) que depois de um primeiro momento em que perde uma das asas da sua moto acaba mesmo por sofrer uma queda e abandonar, Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team) que também não terminou.
Podemos também referir mais um mau resultado de Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha), que foi obrigado a trocar de moto depois de um encontro imediato com Luca Marini que o fez perder a carenagem dianteira da sua moto e fechou a corrida em 15º.
Resultados da corrida de MotoGP do Grande Prémio da Grã-Bretanha
1 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)
2 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)
3 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)
4 – Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia)
5 – Maverick Viñales (Aprilia Racing)
6 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)
7 – Luca Marini (Mooney VR46)
8 – Jack Miller (Red Bull KTM Factory)
9 – Johann Zarco (Prima Pramac Ducati)
10 – Raul Fernandez (CryptoData RNF Aprilia)
Classificação de MotoGP após GP da Grã-Bretanha
1 – Francesco Bagnaia – 214 pontos
2 – Jorge Martin – 173 pontos
3 – Marco Bezzecchi – 167 pontos
4 – Brad Binder – 131 pontos
5 – Johann Zarco – 122 pontos
6 – Aleix Espargaró – 107 pontos
7 – Luca Marini – 107 pontos
8 – Jack Miller – 90 pontos
9 – Alex Márquez – 75 pontos
10 – Maverick Viñales – 74 pontos
15 – Miguel Oliveira – 40 pontos