A corrida de MotoGP que finalizou o fim de semana de Grande Prémio dos Países Baixos terminou com mais uma vitória italiana, e a dobrar, pois o vencedor deste domingo em Assen foi o campeão Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) que aos comandos de uma moto italiana Ducati consegue os 25 pontos e alargar a vantagem no campeonato. Já Miguel Oliveira (CryptoData RNF Aprilia), depois de um grande arranque, vê o seu esforço penalizado devido a um problema mecânico na sua Aprilia.
Quanto à corrida de 26 voltas ao circuito de Assen, neste Grande Prémio dos Países Baixos a grande maioria dos pilotos de MotoGP optou por uma combinação de pneu dianteiro duro com traseiro médio, existindo algumas exceções, como foi o caso de Brad Binder (Red Bull KTM Factory) que apostou no traseiro macio na expectativa de capitalizar nos momentos iniciais.
E de facto Binder conseguiu aproveitar a aderência inicial do pneu traseiro macio para ascender à liderança da corrida, levando consigo pilotos como Francesco Bagnaia e Marco Bezzecchi (Mooney VR46).
No meio da confusão inicial do arranque, e depois de efetuar um daqueles arranques fantásticos a que já nos habituou, Miguel Oliveira, em poucos metros, subiu de 11º na grelha de partida até à 6ª posição, estando então em discussão pelos melhores lugares nesta corrida de MotoGP e mostrando um andamento que lhe permitia sonhar com um grande resultado.
Na terceira volta, e já depois de Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha), que teve um péssimo arranque, perder a frente da sua Yamaha M1 e levar consigo o compatriota Johann Zarco (Prima Pramac Ducati), tendo o campeão de 2021 sido levado ao Centro Médico para exames, Bagnaia já estava então em primeiro por troca com Binder, que por sua vez sentia agora a pressão de Bezzecchi, com o italiano à procura de fechar com nova vitória esta passagem pelo circuito de Assen.
Porém, Bagnaia não estava com intenções de voltar a ser batido, e o campeão de MotoGP foi impondo um ritmo que, não sendo extremamente rápido, foi mais consistente do que o dos seus rivais, particularmente a partir do ponto mediano da corrida neerlandesa, quando Binder passou a sentir dificuldades para colocar a potência da sua KTM RC16 no asfalto devido ao desgaste do pneu traseiro macio.
Bagnaia aproveitou esse momento para forçar um pouco e ganhar uma vantagem superior a 1,2 segundos, e a partir daí fez a gestão da corrida. Evitando erros que noutras ocasiões já lhe custaram vitórias, “Pecco” manteve a primeira posição até à bandeira de xadrez e somou nova vitória nesta temporada 2023.
Mais atrás, Miguel Oliveira estava em dificuldades.
O piloto português perdeu inicialmente a 6ª posição quando foi passado por Maverick Viñales (Aprilia Racing), o espanhol viria depois a cair com aparato e abandonar, tendo sido batido também por Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) que estava em modo recuperação depois de um mau arranque.
No final da 5ª volta, e por erro de Luca Marini (Mooney VR46), Miguel Oliveira consegue novamente ascender a 6º, mas essa situação durou pouco tempo pois Alex Márquez (Gresini Racing) consegue ultrapassar o português da Aprilia satélite, que assim desceu à 7ª posição.
A partir daqui não mais se viu Miguel Oliveira a conseguir responder aos ataques dos rivais. Inicialmente desceu a 10º depois de alargar trajetória, ficando então em luta direta com Franco Morbidelli (Monster Energy Yamaha), e depois de conseguir responder a um primeiro ataque do italiano que era a única Yamaha ainda em pista, Miguel Oliveira viria a abandonar a corrida do Grande Prémio dos Países Baixos, entrando na box da CryptoData RNF Aprilia no final da 12ª volta.
Um final de fim de semana neerlandês desapontante para o piloto português, que voltou a sonhar com um bom resultado, mas devido a um problema na sua moto – problema que ainda não foi inicialmente especificado pela equipa –, vê o seu esforço não ser recompensado.
Já depois da corrida terminar, Miguel Oliveira abordou “ao de leve” o problema técnico sofrido pela sua moto. De acordo com o piloto português, a Aprilia RS-GP 22 terá sofrido problema de falta / inconsistência de travões, que, nas palavras do piloto, tiveram uma outra causa que não os travões apenas, e levaram ao abandono por questões de segurança.
Regressando ao topo da classificação, e com Bagnaia a gerir a liderança e a vencer igualando Andrea Dovizioso como o terceiro piloto italiano com maior número de vitórias em MotoGP (15), o maior interesse centrou-se na batalha pela 2ª e 3ª posições.
Binder inicialmente conseguiu defender a segunda posição dos ataques de Bezzecchi, usando e abusando da travagem da KTM RC16, mas eventualmente o italiano da Ducati conseguiria mesmo a ultrapassagem, indo depois à procura do compatriota Bagnaia, mas na verdade nunca realmente conseguiu mostrar-se capaz de aproximar-se o suficiente do primeiro lugar para tentar nova vitória em Assen.
Com os dois primeiros lugares definidos, o último degrau do pódio neerlandês voltaria a ser decidido pelos Comissários de MotoGP.
Tudo porque Brad Binder, que conseguiu manter atrás de si Aleix Espargaró (Aprilia Racing), que competiu a corrida toda com a asa dianteira direita da sua RS-GP 23 partida e por isso com muitas dificuldades de estabilidade, e ainda Jorge Martin, viria a cometer novamente o mesmo erro que lhe custou o pódio na MotoGP Sprint.
Já na derradeira volta das 26, o piloto sul-africano excedeu novamente e no mesmo local do dia anterior o limite de pista, levando a sua KTM a passar na zona verde para lá do corretor, e voltou a ser penalizado. Desta vez, e por ser na última volta da corrida de MotoGP, Binder perdeu uma posição, o que deixou Aleix Espargaró com o terceiro lugar.
Jorge Martin, pese embora um “forcing” final, não conseguiu ser mais do que 5º classificado.
Outros destaques nesta corrida de MotoGP, destacam-se as muitas quedas de pilotos da categoria rainha. Na verdade, apenas terminaram 14 pilotos! O que significa que todos os que terminaram a prova pontuaram.
Na lista de pilotos, e para além dos que já referimos, não terminaram Jack Miller (Red Bull KTM Factory) por queda, Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team) por queda, Fabio di Giannantonio (Gresini Racing) por queda, e ainda Iker Lecuona (Repsol Honda) por problema na moto.
Também, e conforme a Revista MotoJornal já aqui referiu antes da corrida, Marc Márquez (Repsol Honda) esteve ausente por ter sido considerado como não estando apto devido a ter agravado as lesões que vinham do GP anterior na Alemanha. Uma situação que está a levar a uma série de reações no paddock, inclusivamente da Honda, e nomeadamente de Alberto Puig, diretor desportivo da Repsol Honda.
Continuaremos a acompanhar o que se passa com Marc Márquez, pois esta “novela” promete elevar ainda mais a temperatura deste dias de pausa de verão de MotoGP.
MotoGP – resultados do Grande Prémio dos Países Baixos
1 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)
2 – Marco Bezzecchi (Mooney VR46)
3 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)
4 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)
5 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)
6 – Alex Márquez (Gresini Racing)
7 – Luca Marini (Mooney VR46)
8 – Takaaki Nakagami (Idemitsu Honda LCR)
9 – Franco Morbidelli (Monster Energy Yamaha)
10 – Augusto Fernandez (GasGas Factory Tech3
MotoGP – classificação após GP dos Países Baixos
1 – Francesco Bagnaia – 194 pontos
2 – Jorge Martin – 159 pontos
3 – Marco Bezzecchi – 158 pontos
4 – Brad Binder – 114 pontos
5 – Johann Zarco – 109 pontos
6 – Luca Marini – 98 pontos
7 – Jack Miller – 79 pontos
8 – Aleix Espargaró – 77 pontos
9 – Fabio Quartararo – 64 pontos
10 – Alex Marquez – 63 pontos
17 – Miguel Oliveira – 27 pontos
Fique atento a www.motojornal.pt para estar sempre a par de todas as novidades de MotoGP, com especial destaque para os resultados e performances do piloto português Miguel Oliveira. A não perder!