Dias antes do recomeço da temporada 2023 de MotoGP, com a realização do Grande Prémio da Grã-Bretanha – clique aqui para ficar a par dos horários completos –, a Yamaha Racing acaba de anunciar que chegou a acordo com o espanhol Alex Rins para assumir o lugar de companheiro de equipa de Fabio Quartararo na Monster Energy Yamaha.
A chegada do espanhol que atualmente compete pela LCR Honda Castrol, estando lesionado com gravidade na perna direita, já vinha a ser “desenhada” há algumas semanas, com várias personalidades ligadas ao piloto e equipa a confirmarem a existência de negociações entre as duas partes.
Refira-se que esta será a terceira marca diferente com a qual Alex Rins vai competir na categoria rainha. Depois da Suzuki e este ano com a Honda, o espanhol vai durante a temporada de 2024 pilotar uma Yamaha. Curiosamente, e apesar de ter pilotado (e continuará a ser assim) apenas motos japonesas, Rins tem a experiência de explorar um motor quatro cilindros em linha da Suzuki GSX-RR, e este ano tem usado um V4 da Honda RC213V.
Uma experiência relevante do ponto de vista de desenvolvimento da Yamaha YZR-M1, um protótipo que conta com um motor quatro cilindros em linha, o único com esta arquitetura atualmente a competir em MotoGP, mas que devido à tecnologia Crossplane (planos cruzados) tem um comportamento particular.
Alex Rins, vencedor por seis vezes de um Grande Prémio na categoria rainha MotoGP, a última das quais já esta temporada quando conquistou a vitória no Circuito das Américas para surpresa de muitos, levando a Honda RC213V ao lugar mais alto do pódio no Grande Prémio das Américas, vai assim mudar-se novamente para uma equipa de fábrica depois de ter estado em bom plano com a Ecstar Suzuki.
Claro que, para Alex Rins pilotar uma Yamaha YZR-M1 de fábrica, isso significa que um outro piloto tinha de sair.
Com Fabio Quartararo bem “preso” contratualmente por mais algum tempo, a Monster Energy Yamaha anunciou também o fim da ligação com o italiano Franco Morbidelli. Desde que subiu a MotoGP, “Franky” esteve sempre aos comandos de motos da Yamaha, inicialmente na equipa satélite Petronas SRT, onde chegou mesmo a ser vice-campeão de MotoGP em 2020, tendo depois dado o salto para a Monster Energy Yamaha.
Infelizmente, e apesar de ocasionalmente ter mostrado a sua velocidade aos comandos da M1 de fábrica, Morbidelli nunca chegou a conseguir demonstrar o potencial que muitos lhe apontam, sendo habitualmente batido por Quartararo.
Há já algum tempo que se esperava que a Yamaha Racing tomasse uma decisão deste tipo, devido à falta de resultados, e até mesmo Franco Morbidelli, em declarações após um GP, revelou que até poderia ser ele a não querer continuar com a Yamaha e não a marca japonesa a não querer prolongar o vínculo com o piloto italiano.
Morbidelli será companheiro de equipa de Fabio Quartararo até final da atual temporada, altura em que será então substituído por Alex Rins.
Em termos de currículo e resultados no Mundial de Velocidade, a Monster Energy Yamaha passará a contar com um piloto vencedor de seis corridas em MotoGP, quatro corridas em Moto2, e ainda oito corridas em Moto3. Para além disso, Alex Rins tem 58 pódios em todas as categorias do mundial.
Em reação a esta contratação, e na impossibilidade óbvia de os pilotos em não poderem comunicar qualquer informação relacionada com estas mudanças, Lin Jarvis, diretor geral da Yamaha Racing, afirma que “Estamos deliciados pelo Alex juntar-se ao line-up da Yamaha. Esperamos que o Alex seja uma mais-valia. Ele tem muita experiência em MotoGP e é conhecido como sendo um talento natural e vencedor de várias corridas de MotoGP. Ele já tem experiência com outros dois fabricantes, e pilotou motos com características semelhantes à nossa M1, o que o deverá ajudar a adaptar-se rapidamente à nossa moto. O Alex tem estado longe do paddock devido a lesão que sofreu em Mugello, mas estamos confiantes que estará totalmente recuperado e no ritmo quando chegarmos a 2024”.
Também para Franco Morbidelli o líder do projeto desportivo da marca de Iwata em MotoGP reservou algumas palavras. Lin Jarvis refere que “Antes de tudo, quero agradecer ao Franky pelo seu trabalho e dedicação desde que começou com a equipa de fábrica, e até antes disso quando ele competiu pela equipa satélite da Yamaha. A parceria Yamaha e Franky deu bons resultados, incluindo um vice-campeonato em 2020. É uma pena que os últimos dois anos não tenham dado os resultados pretendidos. Discutimos as possibilidades de continuar esta parceria, mas no final decidimos que 2024 será o momento para fazer uma mudança, tanto para a Yamaha como para o Franky”.
Para além de garantir total apoio ao piloto italiano, em termos técnicos, até final da atual temporada no sentido de levar Morbidelli a despedir-se da melhor forma da equipa Monster Energy Yamaha, Lin Jarvis não deixa “cair” qualquer indicação sobre qual será o futuro do ainda piloto da equipa japonesa.
Franco Morbidelli terá em mãos propostas para permanecer em MotoGP, e inclusivamente referiu que tem diversos planos A, B e C que pode seguir, talvez o mais certo seja assinar pela Mooney VR46 de Valentino Rossi caso a Ducati decida mexer na sua estrutura de pilotos satélite, mas há também muitos rumores que o apontam ao Mundial Superbike.
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