MotoGP 2024 – A reação de Miguel Oliveira à corrida do GP do Qatar

Miguel Oliveira fechou o fim de semana do Grande Prémio do Qatar com um 15º lugar. Aqui fica a reação do português à corrida de MotoGP.

miguel oliveira

O fim de semana que marcou o arranque da temporada 2024 de MotoGP fechou este domingo com a corrida principal do Grande Prémio do Qatar de MotoGP. Para o português Miguel Oliveira (Trackhouse Racing), este seria sempre um fim de semana complicado para obter bons resultados.

Mas, conforme nos tem habituado ao longo da sua carreira, e em particular desde que chegou ao MotoGP, Miguel Oliveira não baixou os braços, enfrentou as adversidades e esteve em pista aos comandos da sua Aprilia RS-GP24 com ambição de somar pontos e fazer os melhores resultados possíveis.

Se é verdade que na corrida MotoGP Sprint de sábado o 13º lugar não lhe deu pontos (pontuam apenas os 9 primeiros), e que sentiu muitas dificuldades para ultrapassar outros pilotos à sua frente, este domingo na corrida principal do Grande Prémio do Qatar o piloto da Trackhouse Racing terminou a corrida com sinais positivos.

Para além do 15º lugar na corrida, o que lhe deu o primeiro ponto para a classificação de pilotos de MotoGP nesta temporada 2024, Miguel Oliveira superou a dificuldade adicional de ter de cumprir a penalização de “long lap”, o que inevitavelmente o deixou atrasado na classificação quando a cumpriu, e terminou a corrida como um dos pilotos mais rápidos nas voltas finais e a conseguir também completar diversas ultrapassagens a caminho do 15º lugar final.

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miguel oliveiraPese embora este não seja, de todo, um resultado de acordo com as ambições do piloto português, a verdade é que o fim do GP do Qatar mostrou alguns sinais positivos, sobre os quais o #88 e a sua equipa técnica na Trackhouse Racing vão trabalhar já a partir do Grande Prémio de Portugal.

Após a corrida terminar, e em declarações à Sport TV, Miguel Oliveira fez a sua análise ao resultado da corrida de hoje, não se mostrando excessivamente preocupado com a situação, até por acreditar que o “feeling” com a Aprilia RS-GP24 vai acabar por surgir, embora seja preciso paciência e tempo:

“Levámos uma grande lição. Foi difícil. Hoje não tivemos moto competitiva para muito mais. A sair daquela posição sabia que ia sofrer com a long lap, mas não é só o tempo que se perde a fazer a long lap, mas também a posição em que se acaba. Estava num grupo bastante compacto a lutar pelo top 10, reentrei na pista em 20º ou 19º, houve ali um período de 7 voltas em que tentei ao máximo poupar o pneu para o final. No final apertei para ter um melhor ritmo, mas havia muito pouco a fazer. Acabei em 15º, não saímos de todo satisfeitos. A moto comporta-se de uma maneira mais aceitável numa volta rápida, mas depois para ritmo de corrida como é o caso de hoje, com menos grip, a moto mais pesada, estamos bastante longe”, começou por referir.

miguel oliveiraClaro que, sendo este apenas o início da relação com o novo protótipo da Aprilia, e ainda por cima vindo de uma Aprilia de 2022, será possível encontrar as melhores afinações base para conseguir explorar a moto italiana ao máximo.

Sobre essa necessidade de encontrar novas afinações, soluções e estratégias, Miguel Oliveira revela estar consciente disso, mas que essa melhoria não vai aparecer de um dia para o outro:

“Obviamente que vamos lá chegar, vai levar um pouco de tempo, mas vamos lá chegar. A Aprilia tem esse poder, tem pessoas bastante competentes para trabalhar nisso, não sei em que ordem de prioridades a nossa equipa se pode colocar aí, mas acredito que nós nos estamos a apoiar bastante na Aprilia, mas ao mesmo tempo seguimos os nossos próprios caminhos, filosofias, settings para a moto. Esse é o nosso caminho para o futuro. Voltamos a uma pista onde no ano passado as coisas correram até bastante bem, por isso essa base nós temos e vamos avançar com ela para Portimão. A partir daí é perceber que tipo de limitações teremos para trabalhar na próxima corrida. Mas para já, daqui do Qatar prometia muito, mas a realidade foi outra”.

Instado a responder se poderia estar a competir com a RS-GP23, que, curiosamente, é utilizada para já pelo seu companheiro de equipa na Trackhouse Racing, Miguel Oliveira não tem grandes dúvidas:

“Havia um passo intermédio que era a moto de 2023, que experimentei uma manhã em Misano, e disse que não queria andar mais com aquela moto porque nunca a vou ter. Havia essa expectativa para a de 2024. Mas por um motivo ou outro, ainda não encaixámos bem com o potencial da moto, por isso eu quero acreditar que é uma questão de tempo, os dados indicam isso mesmo. Temos tentado mexer para a esquerda e para a direita, há ideias que são demasiado radicais para experimentar num fim de semana de Grande Prémio”.

E agora que terminou o primeiro evento do ano, segue-se o muito aguardado regresso a solo europeu, e ainda por cima com a realização do Grande Prémio de Portugal.

Miguel Oliveira já sabe o que é vencer em MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve. É um traçado que o piloto português, pelas mais diversas razões, conhece muito bem, e que sendo muito exigente do ponto de vista físico poderá deixar o #88 mais perto dos lugares cimeiros na categoria rainha.

Em jeito de antevisão do GP de Portugal, o piloto luso referiu que “Portimão é um circuito onde eu sou sempre bastante competitivo, ando muito rápido. Portanto, a moto mesmo não estando perfeita eu acredito que posso fazer a diferença. Mas é preciso que a moto me ajude um pouco. Vamos tentar colocarmo-nos nessa posição onde as coisas possam fluir a nosso favor”, revelou com confiança no futuro.

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