Foi um fim de semana no Misano World Circuit Marco Simoncelli bastante complicado para Miguel Oliveira. O piloto português da Trackhouse Racing conseguiu somar pontos na corrida principal do Grande Prémio de São Marino de MotoGP, mas não esconde a insatisfação pela falta de performance aos comandos da sua Aprilia RS-GP24.
Numa corrida que se tornou num caos, em virtude do aparecimento da chuva logo após o arranque da corrida de 27 voltas, Miguel Oliveira acabou por revelar o discernimento para optar pela opção que viria a ser a mais acertada.
Tendo optado pelo pneu traseiro de composto médio, o #88 da equipa americana sofreu mais do que o esperado devido às condições climatéricas que reduziram a aderência disponível no asfalto de Misano, aderência que foi sempre muito elevada nos dias anteriores, também devido à temperatura elevada.
Com o aparecimento da chuva, e para além do piso ficar mais escorregadio já por si, a redução na temperatura do asfalto criou dificuldades acrescidas para Miguel Oliveira, que teve então de acreditar que, eventualmente, o seu pneu traseiro viria a funcionar ao longo da corrida de MotoGP.
Mantendo-se em pista com pneus slick, Miguel Oliveira evitou o erro cometido por diversos pilotos. Aguentou-se em pista mesmo no momento mais complicado e dramático da ronda italiana, e esse esforço foi recompensado com um 11º lugar na passagem pela bandeira de xadrez, e mais 5 pontos adicionados à sua conta pessoal no campeonato.
Com tudo isto, e já depois da corrida terminar, o piloto português já reagiu ao que aconteceu no Grande Prémio de São Marino.
De acordo com as explicações de Miguel Oliveira, “Nunca pensei em trocar de moto durante a corrida. Queria esperar pelo menos mais uma ou duas voltas por causa do tempo que se perde a ir à box, especialmente porque o pit lane é super longo. Pensei que tinha de ter a certeza de que estava a chover a sério e realmente a molhar a pista. Estava tanto calor que eu queria ter a certeza de que, se mudasse, não me iria arrepender. Não tinha um bom feeling, especialmente começando com o pneu traseiro médio, pois não podia atacar e não podia ultrapassar com estas condições tão traiçoeiras. Mas pensei comigo mesmo que a corrida é longa e eventualmente os pneus iam começar a funcionar. Depois começou a chover e complicou ainda mais as coisas. Estava muito traiçoeiro, muito fácil de cair, mas consegui manter-me direito e também andei super devagar, por isso eu cair era muito improvável. Fiquei numa ilha, entre dois grupos, com oito ou dez segundos para a frente e cinco segundos para as motos atrás. Estava a ganhar uma boa margem para o Zarco atrás de mim, por isso pensei em garantir que mantinha a posição e tentar acabar”.
Miguel Oliveira terá agora a oportunidade de testar diversas soluções e afinações no teste de MotoGP que vai acontecer já esta segunda-feira em Misano.
A Trackhouse Racing já confirmou que vão experimentar coisas diferentes, até porque, dentro de duas semanas, teremos uma segunda ronda neste mesmo circuito nesta temporada 2024, pois o Grande Prémio da Emilia Romana substitui o Grande Prémio da Índia que foi cancelado este ano.
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