MotoGP 2024 – Brivio desconfia da aquisição de dados da Suzuki pela BMW Motorrad

Antigo diretor da equipa Suzuki em MotoGP desconfia da suposta aquisição de dados por parte da BMW Motorrad. Eis o que diz Davide Brivio.

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A entrada da BMW Motorrad em MotoGP é um dos temas que mais tem dado que falar no paddock da categoria rainha nas últimas semanas. O fabricante de Munique estará a procurar formas de entrar na competição de protótipos, e tudo indica que o fará em 2027, temporada onde, já sabemos, termos um novo conjunto de regulamentos com destaque para os novos motores de 850 cc.

Altamente envolvida nos seus projetos oficiais no Mundial Superbike e também no Mundial de Resistência FIM, em ambos os casos com a exótica M 1000 RR, a BMW Motorrad, caso queira efetivamente entrar em MotoGP na referida temporada 2027, terá de subir de patamar em termos de investimento no seu projeto desportivo.

E, a acreditar em algumas informações que foram divulgadas dias antes do Grande Prémio da Áustria, os responsáveis da marca alemã procuram adiantar trabalho. Como? Adquirindo, supostamente, os dados do projeto entretanto abandonado da Suzuki na categoria MotoGP, nomeadamente os dados técnicos do protótipo GSX-RR.

Esta compra de informações técnicas tem sido alvo de diversos comentários. E agora temos uma reação importante sobre toda a situação.

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Isto porque Davide Brivio, antigo diretor de equipa da Suzuki e um dos responsáveis pelo regresso da casa de Hamamatsu aos títulos em MotoGP, quando liderou a equipa japonesa ao título de Joan Mir em 2020, mostra-se particularmente cético sobre as informações que dão como certa a aquisição dos dados da sua antiga equipa por parte da BMW Motorrad.

O atual diretor da equipa Trackhouse Racing, onde milita o português Miguel Oliveira, em declarações concedidas ao portal alemão Motorsport Total, profundo conhecedor de projetos de MotoGP e em particular do que diz respeito ao projeto Suzuki que terminou em 2022, refere mesmo que “É difícil para mim acreditar nisto. Se quiserem utilizar os dados para 2027, então é um espaço de tempo demasiado grande”, referindo-se às claras e óbvias diferenças técnicas e de evolução a todos os níveis que existem entre o protótipo Suzuki de 2022 e os futuros protótipos de 2027.

O experiente diretor de equipa italiano destaca que poucos elementos em termos de motor e aerodinâmica podem ser comparáveis.

Brivio, mesmo assumindo que a sua opinião sobre este assunto pode estar errada e de facto a BMW Motorrad adquiriu os dados da Suzuki para usar no seu possível projeto de MotoGP, prefere destacar que a marca alemã “Tem muito know-how e orgulho (nos seus engenheiros). Podem, certamente, desenvolver alguma coisa pelos seus próprios meios. Têm um departamento para o Mundial Superbike. Podem expandir esse departamento ao contratar mais pessoas e desbloqueando mais recursos. Isso seria um ponto de partida. A BMW Motorrad tem fabricado motos desde 1920. Eles devem ter muito know-how”.

Falta agora perceber o que vai a BMW Motorrad fazer em termos de abordagem a este possível projeto que levará a marca alemã a estrear-se em MotoGP.

Até porque têm no seu ‘plantel’ de pilotos Sylvain Guintoli, o francês que compete na Resistência, mas que durante muito tempo foi piloto de testes e desenvolvimento da Suzuki em MotoGP, e por isso poderá fornecer à sua nova marca um conjunto de informações derivado da sua experiência a pilotar uma MotoGP.

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