Já aqui falámos na Revista Motojornal sobre as negociações que estão a decorrer entre a Ducati e as suas equipas satélite, nomeadamente a Pramac Racing e a Pertamina Enduro VR46. Mas enquanto a Ducati deverá manter a sua forte presença nesta categoria, há um fabricante que compete em MotoGP e que quer, quase “desesperadamente”, encontrar uma equipa satélite: a Yamaha.
O esforço da marca de Iwata em conseguir expandir a sua presença na grelha de partida de MotoGP obriga a convencer uma equipa satélite a competir com a YZR-M1. Sendo que o protótipo Yamaha está longe de se revelar competitivo, torna-se muito mais complicado para a Yamaha conseguir convencer estruturas privadas a aceitar essa proposta.
Nesse sentido, o projeto liderado por Lin Jarvis, que depois de mais de duas décadas a definir o rumo da Yamaha na categoria rainha anunciou que sai do projeto no final da atual temporada, tem vindo a dialogar com as equipas que potencialmente podem competir com a M1.
A Pertamina Enduro VR46 de Valentino Rossi foi das primeiras a ser contactada. Porém, Uccio Salucci, que gere os destinos da VR46 Racing, afastou essa hipótese pois acredita que a Ducati estará aberta a fornecer à equipa uma moto com especificações de fábrica como as que encontramos nas motos da Ducati Lenovo Team.
Gorada a hipótese VR46 Racing, a Yamaha terá centrado atenções naquela que é uma das melhores estruturas do campeonato. A Pramac Racing de Paolo Campinoti.
Mesmo com a Pramac Racing a ver a Ducati a possivelmente apoiar com mais força a VR46 Racing, fornecendo a já referida moto de fábrica, o que poderia levar Campinoti a negociar com a Yamaha pois nesse caso perderia uma das duas motos de fábrica que a sua equipa utiliza, a verdade é que uma mudança para a Yamaha estará longe dos pensamentos da Pramac Racing, que, recordamos, tem uma cláusula de renovação que pode acionar e assim continuar a ser a principal equipa satélite da marca de Borgo Panigale, com as duas motos de fábrica.
É precisamente uma cláusula, neste caso de rescisão, que poderá entrar aqui na equação e levar a Yamaha a “atacar” a Gresini Racing de Nadia Padovani, que tomou conta dos destinos da formação depois da morte de Fausto Gresini.
De acordo com o portal online Motorsport.com, a Gresini Racing tem um contrato válido com a Ducati até final de 2025. Isso tornaria uma mudança para a Yamaha impossível. Porém, a equipa de Florença, quando renovou o contrato com a Ducati, incluiu uma cláusula de rescisão.
Essa cláusula, como o nome indica, permitirá à Gresini Racing sair do contrato atual e assinar um novo contrato como equipa satélite de outro fabricante, caso assim o entenda. Para o fazer terá, obviamente, de pagar uma quantia monetária (não revelada).
Aqui poderá entrar a Yamaha, que poderá ajudar a cobrir esse valor da cláusula de rescisão e assim garantir que a Gresini Racing seria a sua nova equipa satélite em MotoGP a partir já de 2025.
Um acordo que para a equipa até poderá ser bastante interessante pois, para além do fator monetário, teria a garantia por parte da Yamaha de contar com um forte apoio da fábrica no que diz respeito ao trabalho em pista, nomeadamente com motos iguais às da equipa de fábrica Monster Energy Yamaha.
Lin Jarvis, quando anunciou a sua saída da Yamaha em MotoGP no final deste ano, revelou que existem negociações a decorrer, e que conta que seja possível anunciar a nova equipa satélite de Iwata durante o Grande Prémio de Itália em Mugello, que acontece no final de maio e início de junho.
Será interessante perceber qual será a decisão das diversas partes interessadas nestes novos acordos.
A Ducati está em boa posição para manter-se como a moto mais representada na grelha de partida de MotoGP. A Desmosedici GP continua a ser uma moto extremamente competitiva, mesmo as especificações de anos anteriores, pelo que não precisará de muito para convencer as atuais equipas satélite a renovarem os seus contratos.
Do lado da Yamaha, o fator financeiro não parece ser um problema. Basta pensar que a casa japonesa renovou contrato com Fabio Quartararo e, de acordo com rumores, estará a pagar ao francês campeão do mundo em 2021 um ordenado de 12 milhões de euros por ano, tornando-o no mais bem pago do atual plantel. Mas terão de trabalhar muito para convencer qualquer equipa a competir com a, para já, pouco competitiva YZR-M1.
Já do ponto de vista da Gresini Racing, uma mudança de fabricante terá de ser extremamente bem pensada.
A Ducati oferece, neste momento, mais garantias em termos competitivos, mas certamente que não terão a moto de fábrica que tanto desejam. Por outro lado, o projeto da Yamaha para o futuro, e tendo em conta as declarações de Fabio Quartararo, será profundamente remodelado a vários níveis, incluindo tornar a M1 mais competitiva, mas também o apoio a uma equipa satélite para ajudar no desenvolvimento da moto.
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