MotoGP 2024 – Motores de 1000 cc com evolução ‘congelada’

A Comissão de Grandes Prémios deverá anunciar o congelamento da evolução dos atuais motores 1000 cc. Com algumas exceções.

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Miguel Oliveira, Tissot sprint race, Dutch MotoGP, 29 June 2024

Pese embora a categoria rainha MotoGP seja o expoente máximo do motociclismo de Velocidade, o que eleva os custos de participação no campeonato para valores astronómicos, a verdade é que nem mesmo os maiores fabricantes do Mundo e as suas equipas, são imunes a determinados constrangimentos orçamentais.

E com a entrada em vigor, a partir de 2027, de novos regulamentos técnicos que irá introduzir uma nova cilindrada de 850 cc, os fabricantes procuram agora uma forma de gastar dinheiro num projeto de 1000 cc que tem os seus dias contados.

A forma encontrada pelos fabricantes, e que, de acordo com o portal Motorsport.com, será anunciada em breve, foi de acordar entre todos o congelamento da evolução dos atuais motores de 1000 cc.

Mas, claro, existirão algumas exceções a este congelamento, de que falamos mais à frente.

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Segundo o referido portal especializado em MotoGP, a Comissão de Grandes Prémios vai anunciar em breve que os fabricantes não vão poder continuar a evoluir os motores de 1000 cc que serão utilizados até final da temporada 2026.

A acreditar nestas informações, que ainda não são oficiais, os fabricantes vão ser obrigados a apresentar os esquemas técnicos dos respetivos motores ‘mil’ até ao arranque da temporada 2025, que como se sabe vai arrancar no final de fevereiro do próximo ano com o Grande Prémio da Tailândia.

Antes da visita ao traçado de Buriram os motores serão ‘selados’, sendo que ao contrário do que acontece agora, os motores ficarão iguais durante um período de dois anos (atualmente os motores são atualizados ano a ano). Salvo se for necessária alguma modificação aos componentes em caso de comprovada necessidade (questões de segurança, por exemplo).

Desta forma, e como facilmente se compreende, os fabricantes que competem em MotoGP deixam de ter de se preocupar com a evolução dos atuais motores 1000 cc. Isto significa gastar menos dinheiro do seu orçamento.

Uma poupança que será bem-vinda pois o fabrico e desenvolvimento dos novos motores de 850 cc obriga a um enorme investimento, pois esses motores não serão apenas versões de dimensões internas ‘reduzidas’ dos atuais motores.

Esta medida de poupança orçamental irá atingir diretamente os fabricantes mais competitivos, ou seja, os que não têm as conhecidas Concessões como acontece com a Ducati, ou aqueles que têm menos Concessões como acontece com a KTM ou a Aprilia.

Existem, por isso, algumas exceções a esta medida que poderá ser confirmada em breve pela Comissão de Grandes Prémios. Estamos a falar da Honda e a Yamaha, que atualmente usufruem de inúmeros benefícios de Concessões, como poderem trabalhar e evoluir os seus atuais motores livremente ao longo da temporada. Desta forma os fabricantes japoneses poderão prosseguir na sua missão de se aproximarem das performances das marcas europeias.

Porém, esta não será a única novidade relevante para a categoria MotoGP que poderá entrar em vigor na temporada 2026.

Isto porque alguns fabricantes têm mostrado que será possível competir na próxima temporada já com os motores dos seus protótipos a consumir gasolina 100% de origem não-fóssil.

A atual gasolina usada em MotoGP já é fabricada com recurso a 40% de matéria prima de origem não-fóssil. Essa percentagem iria aumentar até que em 2027 seria 100%.

Gigi Dall’Igna, diretor geral da Ducati Corse, já depois do Grande Prémio de São Marino referiu que “Se atingirmos o objetivo de 100% combustível não-fóssil antecipadamente, em 2026, então a Ducati estará certamente satisfeita”. Para o responsável máximo do departamento de competição da casa de Borgo Panigale será possível atingir antecipadamente essa meta, e usar esses combustíveis já no próximo ano.

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Para as marcas do grupo Pierer Mobility – KTM e GasGas – não existe problema com esta solução ecológica, para a Aprilia também não, enquanto os fabricantes japoneses, embora não se oponham a isto, não estão focados na questão dos combustíveis de origem não-fóssil pois os seus protótipos YZR-M1 e RC213V apresentam problemas maiores para resolver.

A Ducati Corse utiliza combustível da Shell nas suas motos, a Aprilia Racing tem um acordo com a Castrol, a KTM RC16 da equipa de fábrica consome combustível da Mobil, a Yamaha YZR-M1 usa gasolina da Total Energies, e a Honda faz uso do produto do seu (ainda) principal patrocinador Repsol. Já a GasGas Tech3 tem acordo com a Motul, mas antes era Elf.

Convém, no entanto, não esquecer que para que esta alteração ao caminho que está delineado seja aprovada, todos os cinco fabricantes que integram a MSMA terão de estar de acordo.

Por outras palavras, a utilização de combustíveis 100% de origem não-fóssil apenas começa em 2026 caso a MSMA anuncie uma decisão unânime.

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