Com a ‘Catedral da Velocidade’ a registar um novo recorde de público desde início dos anos 90 do século passado, pois nada menos do que 192.544 fãs visitaram o circuito de Assen para assistir ao vivo ao Grande Prémio dos Países Baixos, disputou-se esta tarde de domingo a corrida principal que fechou o programa de MotoGP.
Com as nuvens cinzentas a ameaçar chuva, mas não passou disso mesmo, uma ameaça, os pilotos da categoria rainha tiveram pela frente uma corrida com um total de 26 voltas, e com a maioria, incluindo Miguel Oliveira (Trackhouse Racing), a optar pela combinação de pneus Michelin de composto duro / médio.
No arranque, e a realizar um fim de semana absolutamente perfeito, Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) não perdeu tempo e arrancando da “pole position” o italiano bicampeão de MotoGP de imediato saltou para a frente do pelotão.
Esta foi mais uma corrida em que ‘Pecco’ esteve intocável!
Imprimindo um ritmo por volta impressionante, em 32 baixos ou até mesmo, à 12ª volta, a realizar novo recorde de corrida com uma volta em 1m31.8s, Francesco Bagnaia liderou e geriu a corrida conforme lhe deu jeito, evitando erros desnecessários e mantendo sempre Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) atrás de si.
Destaque para o facto de que o ritmo conseguido pelo piloto da Ducati Lenovo Team permitiu fechar esta corrida com um tempo total inferior em 30.426s em comparação com a corrida de 2023! Uma melhoria de ritmo em corrida que é verdadeiramente impressionante.
Uma corrida perfeita que fechou em grande o que foi um fim de semana perfeito para Francesco Bagnaia: foi o mais rápido em todas as sessões (exceto no Warm Up), fez recorde absoluto de MotoGP em Assen e recorde da volta em corrida, conseguiu a “pole position”, venceu a corrida Sprint e venceu a corrida principal do Grande Prémio dos Países Baixos. E em corrida foi também o único líder.
Com mais esta vitória em 2024, Francesco Bagnaia continua a encurtar significativamente a diferença para Jorge Martin na luta pelo título de MotoGP. Neste momento os dois pilotos estão separados por apenas 10 pontos na classificação.
Para o italiano esta performance perfeita deixa-o também inscrito na história do campeonato, mas também da Ducati: Bagnaia consegue tornar-se no primeiro piloto a conseguir três vitórias consecutivas na categoria rainha em Assen desde Mick Doohan (1994 a 1998). E no seio da Ducati, o bicampeão consegue igualar o número de vitórias (23) que Casey Stoner conseguiu somar aos comandos da Desmosedici GP.
Para Jorge Martin esta foi mais uma corrida para ‘conter danos’. O espanhol, ainda que tenha tentado perseguir o seu maior rival no primeiro terço da corrida, rapidamente percebeu que Bagnaia estava intocável e num nível superior. ‘Martinator’ não forçou em demasia, pese embora tenha sido avisado por limites de pista, e acabou por se contentar com o segundo lugar nesta corrida principal do GP dos Países Baixos.
Já a luta pelo pódio acabou por ser o maior foco de interesse.
Maverick Viñales (Aprilia Racing) começou por ser o piloto a ocupar o 3º lugar, mas ao longo da corrida o espanhol acabou por mostrar alguma inconstância, o que o fez ficar envolvido com diversos pilotos nessa batalha pelo degrau mais baixo do pódio.
Nesse grupo tivemos Fabio di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46), Marc Márquez (Gresini Racing), Pedro Acosta (Red Bull GasGas Tech3) e, mais tarde, Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team).
Ao longo da corrida as trocas de posições entre estes pilotos foram constantes, e entre erros forçados e outros não forçados, viria a ser Enea Bastianini a sair por cima desta batalha.
O italiano aproveitou os ataques e contra-ataques dos adversários para, já num momento final em que estava com melhor ritmo que os restantes, atacar finalmente o pódio e a partir daí não mais perder essa posição até à bandeira de xadrez.
Atrás de Bastianini foi Maverick Viñales que teve de se defender até à última do ataque de Marc Márquez, sendo que na última volta Pedro Acosta, que, entretanto, já tinha perdido o ‘comboio’ do terceiro lugar, sofreu mesmo uma queda que o deixou fora de ação. O piloto da Aprilia Racing ainda conseguiu defender o 4º até ao limite, mas veio mesmo a ser incapaz de impedir a ultrapassagem de Marquez.
Para Viñales o pior viria a acontecer já na última chicane, com a bandeira de xadrez à vista. Na tentativa de se defender do ataque final de Fabio di Giannantonio, acabou por exceder, por milímetros, o limite de pista na chicane, o que levou a penalização de perda de uma posição no final da corrida. Viñales foi então 6º e Di Giannantonio subiu a 5º.
Isto significa que tivemos cinco motos da Ducati nos cinco primeiros lugares do Grande Prémio dos Países Baixos. Mais uma demonstração de força por parte da marca de Borgo Panigale.
Quanto a Miguel Oliveira, o piloto português da Trackhouse Racing, depois de na corrida Sprint ter saído satisfeito com a performance e melhorias sentidas na sua Aprilia RS-GP24, teve uma corrida de domingo em Assen bastante abaixo do que se perspetivava.
Miguel Oliveira chegou a rodar em 13º na primeira volta, mas viria a perder uma posição para Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) ainda nessa mesma volta.
A partir daí voltaria a conseguir trocar de posição com o francês mais algumas vezes, mas sempre com o campeão de 2021 de MotoGP a conseguir responder aos ataques do português da Trackhouse Racing, recuperando a posição quase imediatamente.
Na 13ª volta Miguel Oliveira recebe o primeiro aviso de limites de pista. E três voltas depois o português viria a cometer o mesmo erro, sendo de imediato punido com “long lap”, numa altura em que estava a dois décimos de Quartararo e a preparar para atacar o 13º lugar.
Ao tentar cumprir a “long lap”, Miguel Oliveira cometeu um excesso, errou, seguiu em frente pela escapatória de gravilha e acabou por perder muito mais tempo do que o suposto com a penalização. Viria a regressar em 16º, mas teve de cumprir a penalização conforme mandam os regulamentos, o que o deixou atrás de Takaaki Nakagami (Idemitsu Honda LCR) em 17º.
O português conseguiu ainda subir a 16º passando o piloto japonês, mas estava já longe do 15º lugar que, entretanto, era de Augusto Fernandez (Red Bull GasGas Tech3), pois o espanhol foi mesmo ultrapassado por Johann Zarco (Castrol Honda LCR).
Mas quando tudo fazia prever que Miguel Oliveira viesse a ficar ‘às portas’ dos pontos, e em consequência da queda de Pedro Acosta, conforme já referimos, Miguel Oliveira ascendeu a 15º e desta forma ‘salvou’ um ponto neste fim de semana de Grande Prémio dos Países Baixos.
ATENÇÃO: ATUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS E CLASSIFICAÇÃO
Marc Márquez (Gresini Racing) foi penalizado devido a ter sido apanhado a competir com pressão dos pneus abaixo do mínimo definido pelo regulamento de MotoGP. Por isso, os resultados do Grande Prémio dos Países Baixos sofrem alterações, bem como a classificação do campeonato.
Clique aqui para ver os resultados e classificação atualizada
Resultado da corrida de MotoGP do Grande Prémio dos Países Baixos
1 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)
2 – Jorge Martin (Prima Pramac Ducati)
3 – Enea Bastianini (Ducati Lenovo Team)
4 – Marc Márquez (Gresini Racing)
5 – Fabio di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46)
6 – Maverick Viñales (Aprilia Racing)
7 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)
8 – Alex Márquez (Gresini Racing)
9 – Raul Fernandez (Trackhouse Racing)
10 – Franco Morbidelli (Prima Pramac Ducati)
15 – Miguel Oliveira (Trackhouse Racing)
Classificação de MotoGP
1 – Jorge Martin – 200 pontos
2 – Francesco Bagnaia – 190 pontos
3 – Marc Márquez – 149 pontos
4 – Enea Bastianini – 136 pontos
5 – Maverik Viñales – 117 pontos
6 – Pedro Acosta – 101 pontos
7 – Brad Binder – 98 pontos
8 – Fabio di Giannantonio – 90 pontos
9 – Aleix Espargaró – 82 pontos
10 – Alex Márquez – 62 pontos
16 – Miguel Oliveira – 32 pontos
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