Os fãs daquele que é considerado como o maior e melhor campeonato do mundo de motociclismo de velocidade, o MotoGP, podem em breve assistir a uma mudança importante na liderança dos destinos do campeonato. Tudo porque, de acordo com o Expansión, jornal espanhol especializado em finanças, os donos dos direitos da Fórmula 1, a empresa Liberty Media, estão de “olho” na aquisição da Dorna.
A empresa Dorna Sports há muito que tem a seu cargo a gestão e promoção do MotoGP ou Mundial de Velocidade. Com Carmelo Ezpeleta como CEO, a empresa liderou o mundial de motociclismo para novos patamares, quer a nível desportivo, quer também a nível financeiro.
Trabalhando com as equipas, fabricantes, promotores locais, circuitos e com a Federação Internacional de Motociclismo, a Dorna Sports conseguiu colocar o MotoGP num patamar extremamente elevado e atraente.
A tal ponto que a Liberty Media, que tem vindo a tornar a Fórmula 1 numa competição cada vez mais virada para o espetáculo de forma a atrair fãs (e receitas!), acaba por estar agora interessada em assumir as rédeas do MotoGP adquirindo a Dorna Sports.
Carmelo Ezpeleta, já no início do ano, e respondendo aos inúmeros rumores que então surgiram dando conta da hipótese do negócio ser realizado, falou ao jornal italiano La Reppublica.
Nessa entrevista, o CEO da Dorna Sports, assumiu essa hipótese de venda da empresa e dos direitos do MotoGP, e explicou que está tudo pronto para que isso aconteça:
“Confirmo os rumores da venda, e gostaria de saber quem é que os está a espalhar. Todos os dias recebo telefonemas de instituições bancárias a perguntar se é verdade que estamos à venda. Mas os bancos não querem comprar. Apenas querem oferecer-se como intermediários da operação. Apenas posso dizer que estamos prontos! Estivemos com os nossos investidores originais de 1998 a 2006. Depois veio a Bridgepoint que fez algumas mudanças e passaram mais 17 anos. Atualmente, a Dorna é propriedade dos seus trabalhadores (20%), e eu tenho a maioria. 39% é da Bridgepoint e outros 38% são de um fundo público canadiano. Tudo pode acontecer, mas ainda não aconteceu nada. Eles (Liberty Media) certamente gostam do produto e a fórmula resulta bem com as corridas Sprint”, referiu Ezpeleta na entrevista no início de 2024.
Com o negócio da Fórmula 1 bem definido e consolidado, a Liberty Media centra agora as suas atenções na aquisição do MotoGP. Dessa forma a empresa, que já é o mais valioso império mundial desportivo, de acordo com a Forbes, poderia ter sob um mesmo comando, os dois principais campeonatos mundiais de automóveis e de motos.
Ainda de acordo com o jornal espanhol Expansión, a Bridgepoint estará a pedir mais de 4 mil milhões de euros para que o negócio “vá para a frente”.
Porém, a Liberty Media não está sozinha nesta corrida. Também de acordo com rumores saídos da imprensa dedicada ao mundo financeiro, o “show” MotoGP está a atrair as atenções de empresas como a Netflix, Disney ou Amazon, que podem em breve entrar nesta corrida pelo controlo do maior campeonato de motociclismo.
Todas estas movimentações de bastidores podem em breve tornar-se num cenário real. E isso implicará mudanças efetivas na forma como o MotoGP é gerido. E, a acreditar nas palavras de alguns responsáveis de fabricantes que atualmente competem na categoria rainha, como Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing, a visão para um futuro do MotoGP aponta para que o campeonato se transforme mais num “show” como a F1.
Isso significará mais VIPs na grelha de partida e paddock de MotoGP, e um acesso mais difícil dos fãs ao paddock de cada circuito por onde passa o campeonato. E parte dessa mudança já começámos a assistir em 2023, com convidados especiais a serem escolhidos para “dar” a bandeira de xadrez em determinadas rondas do calendário.
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