Conforme prometido, foi hoje anunciada aquela que será a partir de agora a nova equipa de Miguel Oliveira. E como se esperava, a nova equipa satélite será americana: a Trackhouse Racing MotoGP.
Num evento especial que contou com a presença do proprietário da equipa Justin Marks, mas também com convidados especiais como Carlos Ezpeleta (diretor desportivo da Dorna Sports), Dan Rossomondo (responsável pelo lado comercial do campeonato), ou ainda Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing, ficou bem claro que a equipa Trackhouse Racing MotoGP pretende ser algo mais do que apenas “mais uma” equipa na categoria rainha.
Justin Marks, que visitou pela primeira vez o paddock de MotoGP durante o Grande Prémio da Áustria este ano, refere que ficou espantado com o que viu, com o nível da competição que existe atualmente em MotoGP. Expandir o seu projeto desportivo para as duas rodas – recordamos que a equipa começou pelo Nascar, onde já tem algumas vitórias – foi o passo lógico, ainda que algo acelerado por tudo o que aconteceu com a CryptoData RNF nas últimas semanas.
Numa entrevista ao jornal digital Sports Business Journal, Marks já tinha antecipado a aquisição da vaga da 11ª equipa em MotoGP.
Nunca referindo valores, o responsável máximo pela Trackhouse Racing MotoGP apenas revelou que o negócio significou um investimento grande, mas ainda assim inferior aos cerca de 40 milhões de dólares americanos que tem de pagar atualmente para garantir um lugar no campeonato Nascar.
Em reação à apresentação da nova equipa, Justin Marks referiu que “Quando olhamos para toda a economia à volta disto, acredito que é um dos campeonatos de desporto motorizado mais valiosos quando comparamos o preço para jogar versus o alcance, a exposição e o envolvimento global com os fãs. O valor disto é tão alto que foi uma decisão bastante fácil tentar fazer de tudo para entrar na grelha de partida. É a segunda modalidade de desporto motorizado mais consumida no mundo, atrás apenas da F1, mas a qualidade das corridas é tão boa como qualquer outra no planeta. Os pilotos são estrelas e há 50 milhões de seguidores nas redes sociais e 430 milhões de telespectadores em todo o mundo, com uma assistência média de 127.000 pessoas num fim de semana. Olhamos para todos estes dados e métricas e comparamos com os custos para competir, e por isso foi uma decisão óbvia para nós”.
Fazendo sempre um enorme paralelismo com as lendas americanas do passado no Mundial de Velocidade e MotoGP, como Nicky Hayden, Wayne Rainey ou Kevin Schwantz, a nova equipa de Miguel Oliveira, e do seu companheiro de equipa que continuará a ser Raul Fernandez, promete trazer para o paddock uma nova visão tipicamente associada às equipas americanas, e ao desporto motorizado americano de uma forma geral.
Essa visão mais comercial foi uma das coisas que Dan Rossomondo, o americano vindo da NBA e que agora gere os destinos do MotoGP a nível comercial e direitos televisivos, fez questão de realçar durante a apresentação da equipa em Itália.
Um momento em que tanto Carlos Ezpeleta como Massimo Rivola aproveitaram para enaltecer a rapidez com que os responsáveis da Trackhouse Racing MotoGP apresentaram os detalhes do seu novo projeto.
Do ponto de vista da Dorna Sports a entrada de uma equipa americana na categoria rainha vai permitir à entidade gestora do campeonato adotar novas estratégias comerciais num país que tem muitas possibilidades para expandir a base de fãs que seguem o MotoGP.
Do ponto de vista da Aprilia, este momento é também significativo pois liga-se a uma empresa americana e isso permitirá à casa de Noale explorar ainda mais aquele que já é atualmente um dos mercados mais relevantes em termos comerciais para a casa italiana.
Durante esta apresentação virtual que foi transmitida no portal oficial MotoGP.com , não foram revelados mais detalhes técnicos do projeto.
Nomeadamente se os pilotos da nova equipa Trackhouse Racing MotoGP vão pilotar as Aprilia RS-GP23, como estava previsto acontecer, se a equipa vai ter à disposição uma Aprilia RS-GP24 para um dos pilotos conforme muitos rumores de paddock apontam, ou ainda se até mesmo os dois pilotos terão as novas motos italianas como a equipa de fábrica.
Se as motos que vamos ver nos 22 Grandes Prémios da próxima temporada utilizarem e decoração hoje relevada, teremos motos que vão apresentar uma imagem tipicamente americana, com as habituais cores azul, branco e vermelho que representam os Estados Unidos da América. Uma opção que nos transporta para uma altura em que Nicky Hayden, o Kentucky Kid, pilotou uma Ducati com uma decoração muito semelhante.
A moto que foi destapada durante a apresentação apenas estava decorada com alguns logótipos – Trackhouse, o “A” da Aprilia, Michelin e SC Project – pelo que faltam certamente muitos outros logótipos para adornar as carenagens das Aprilia que veremos ser pilotada por Miguel Oliveira e Raul Fernandez na temporada 2024.
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