Tal como já aqui referimos em diversas ocasiões nos últimos dois meses, os fabricantes que participam em MotoGP têm pela frente um dilema, pois têm de manter-se competitivos até à entrada em vigor do novo regulamento de 2027, o que obriga a investir no desenvolvimento dos atuais motores 1000 cc, mas têm de ‘desviar’ uma parte importante do seu orçamento para desenvolver os novos motores de 850 cc.
Ora, com os custos destes projetos da categoria rainha, invariavelmente, a subirem exponencialmente, pois cada fabricante está agora a trabalhar, efetivamente, em dois projetos separados, a Comissão de Grandes Prémios decidiu entrar em cena para tentar evitar custos exagerados.
E depois de diversas informações difundidas nas últimas semanas, chegámos agora ao momento em que a Comissão de Grandes Prémios finalmente oficializou o ‘congelamento’ das especificações dos motores para a temporada 2026.
Isto significa que os motores que serão homologados para competir em MotoGP na temporada 2025, serão igualmente utilizados, nessa mesma especificação, na temporada seguinte. O que faz com que os motores sejam iguais em duas temporadas.
Outro foco da referida entidade decisora é de tentar manter o equilíbrio em termos de competitividade em pista.
As fábricas e os respetivos departamentos de competição passam agora a poder focar-se exclusivamente nos novos motores de 850 cc que serão estreados na temporada 2027.
Existem, no entanto, exceções. Situações que permitem que os motores sejam ‘descongelados’ e alterados.
A primeira, e mais óbvia, é que todos os fabricantes que estejam na categoria D dos regulamentos das Concessões de MotoGP, neste momento apenas a Honda e Yamaha, podem continuar a trabalhar e evoluir os seus atuais motores de 1000 cc, paralelamente aos motores 850 cc. Se subirem de nível nas Concessões, perdem essa possibilidade.
Para a Honda e Yamaha, o facto de os fabricantes rivais Ducati, Aprilia e KTM ficarem impedidos de prosseguir o desenvolvimento dos seus motores em 2025 e 2026, significa que poderão aproximar-se mais rapidamente da performance dessas motos, e tornar então a competição em pista ainda mais aliciante.
Depois, a segunda exceção, é em caso de comprovada necessidade (por exemplo segurança ou fiabilidade, impossibilidade de adquirir determinado componente) o motor poderá ser alterado na sua especificação. Sendo certo que a Comissão de Grandes Prémios não permitirá que qualquer alteração às especificações dos motores signifique aumento da sua performance.
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